Carinho

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Uma simples e bela escultura. Boa para ilustrar um fim-de-semana preguiçoso como este.

Findi

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  1. SONHO DE UM CADÁVER
    by ramiro conceição
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    Quando teu olhar vestiu-me, soube
    que não poderia mais… despir-me.
    Foi qual um mar a batizar-me,
    a dar-me um verdadeiro nome.
    Agora padeço de uma sina:
    te perder na curva de uma esquina
    e tornar-me o sonho de um cadáver
    que dorme… quando a alma some.
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    AFORISMO
    by ramiro conceição
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    O amor é uma promessa
    que atravessa… bichos.

    1. DICIONÁRIO
      by ramiro conceição
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      Para onde foi aquilo, aquele, aquela, eles, elas, estas, estes elos: o oeste, o leste, o norte, o sul que pareciam tão próximos? Por que tudo parece distante justamente quando o perto parecia certo? Por que tem de ser assim para quem cria, crias? Por que o silêncio é necessário para conceber um barulho estranho?

      Disse o poeta – das Elegias – que quando tal acontece devemos estar em júbilo, mesmo diante da maior dor, pois tal acontecimento é a prova fundamental de que o vital não nos abandonou… Disse ainda que “todo anjo é terrível” porque nos ilumina, nos denuncia, nos anuncia e, principalmente, nos desnuda  no rio da vida  a pequenez. Portanto, os nossos demônios devem ser a prova da nossa potencial grandeza… Vai saber!… Quem efetivamente sabe dessas coisas?

      Dizem os livros antigos que somos políticos, que necessitamos do outro, de muitos outros, pois no fundo somos seres inacabados… E tal convivência só pode ocorrer sob algo denominado democracia – este mar confuso onde os barcos têm o direito de navegar sob a lua da liberdade de expressão e sob o sol de cada destino. Todavia, ultimamente, diante desta coisificação global, tudo está a virar um mórbido entretenimento macabro.

      Então, o que é liberdade? O que é se expressar? Qual é o destino? Há alma? Há espírito? Ou somente reações químicas ao acaso que geraram um produto físico-químico denominado ser………………………….humano?

      Se tudo é uma viagem sem que se saiba se há volta ou ida contínua… Então por que não construirmos amorosamente aqui  enquanto há uma dádiva do tempo avesso à morte  a ponte ao belo transitório?

      Mais que isso: por que não sermos a própria ponte, um hífen ao complexo substantivo composto a ser descoberto  o SER-HUMANO? Por que não, a partir daí, escrevermos juntos, com o passado e com o presente, um dicionário desconhecido?
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      MOLLY BLOOM &PROMETEU
      by ramiro conceição
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      sim sou a inocência que levanta todo dia diante do sol
      sim alguém que crê na arte como um rascunho capaz
      de gerar criativos desenhos amorosos
      sim sou um cisne cínico que debocha
      desse cotidiano que não desabrocha
      sim um paradoxo um livre prometeu acorrentado
      a buscar o amado e desconhecido “ser-humano”

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