À sagacidade, à ferocidade, à revolta,
porém principalmente à DELICADEZA
do Latuff…
*
*
PARA CLARICE
by ramiro conceição
*
*
*
Entre os dionisíacos tropeços de vinhos,
de mil pedaços – nasceu um espantalho
apolíneo, que teima em proteger todos os ninhos.
Por isso – com malícia – Picasso recorta espaços
de um quadro, a ensinar Portinari; enquanto Einstein
ao tempo lança pedrinhas; mas Garrincha ri ao vento,
pois deixou Van Gogh a procurar o amarelo dum gol
dourado de Pelé, num sonho de Pessoa que, bêbado,
dorme até a hora da chegança de Caeiro com os seus
carneiros a balir entre os dentes os poemas de Dante,
de Goethe, de Poe, de Rilke, de Bandeira, de Whitman,
de Drummond à colossal manhã provisória do mundo.
Nietzsche explica o eterno retorno… Mas Shakespeare
reescreve: sem matar ninguém; e Cervantes abandona
Dulcineia a Camões que não é só zarolho; e triste, Marx procura
decifrar a história que Dostoievski crê estar nas batatas de Deus
que Machado doou ao vencedor; Sócrates cutuca Platão!: Freud
está feliz!; enquanto Joyce, Homero, Bach e Lennon&McCartney
inventam um cancioneiro para Beethoven, que pela primeira vez
irá ouvir, e para Clarice que quase completamente ri, plena de si.
DESTINO DO MUNDO
by ramiro conceição
*
*
*
Após o nosso amar, naquela noite,
dormimos… Porém, sei lá por que,
acordei, na madrugada, comovido.
É! Rezei,
a chorar,
ao destino
bendito do
mundo.
À sagacidade, à ferocidade, à revolta,
porém principalmente à DELICADEZA
do Latuff…
*
*
PARA CLARICE
by ramiro conceição
*
*
*
Entre os dionisíacos tropeços de vinhos,
de mil pedaços – nasceu um espantalho
apolíneo, que teima em proteger todos os ninhos.
Por isso – com malícia – Picasso recorta espaços
de um quadro, a ensinar Portinari; enquanto Einstein
ao tempo lança pedrinhas; mas Garrincha ri ao vento,
pois deixou Van Gogh a procurar o amarelo dum gol
dourado de Pelé, num sonho de Pessoa que, bêbado,
dorme até a hora da chegança de Caeiro com os seus
carneiros a balir entre os dentes os poemas de Dante,
de Goethe, de Poe, de Rilke, de Bandeira, de Whitman,
de Drummond à colossal manhã provisória do mundo.
Nietzsche explica o eterno retorno… Mas Shakespeare
reescreve: sem matar ninguém; e Cervantes abandona
Dulcineia a Camões que não é só zarolho; e triste, Marx procura
decifrar a história que Dostoievski crê estar nas batatas de Deus
que Machado doou ao vencedor; Sócrates cutuca Platão!: Freud
está feliz!; enquanto Joyce, Homero, Bach e Lennon&McCartney
inventam um cancioneiro para Beethoven, que pela primeira vez
irá ouvir, e para Clarice que quase completamente ri, plena de si.
DESTINO DO MUNDO
by ramiro conceição
*
*
*
Após o nosso amar, naquela noite,
dormimos… Porém, sei lá por que,
acordei, na madrugada, comovido.
É! Rezei,
a chorar,
ao destino
bendito do
mundo.