Eu não sou uma pessoa tão pouco informada a ponto de ignorar que os museus não ingleses costumam fechar às segundas-feiras. Só que estávamos em meio a uma viagem, estávamos muy contentos e amorosos e não pensamos que estávamos indo para o Museu Rodin numa segunda-feira. Estava pra lá de fermé e ficamos num café ali ao lado, resolvendo para onde ir.
E voltamos a nossa vida de flâneurs das avenidas, dos parques, das galerias, dos cafés. Mas há flâneurs estúpidos e inteligentes. Nesta dia, escolhemos a primeira opção. Já que Rodin nos sacaneara, nada de museus, nada de livrarias, iríamos abandonar a vida cultural neste 24 de fevereiro.
E fomos flanando até a Torre Eiffel.
Tirando fotos.
Inúmeras fotos.
Tentei imitar Hitler, mas ele é muito mais discreto do que eu.
E fomos nos aproximando da Torre.
Ficando cada vez mais perto.
Lembro de algumas de nossas piadas — todas impublicáveis e sem relação com a
construção a nossa frente.
Quando saímos de lá, depois de várias voltas, descobri uma coisa que jamais imaginaria: a Elena adora carrosséis.
Ela ficou doida por esse aí. Enquanto nos aproximávamos, vi surgir uma criança felicíssima ao meu lado. Ela não deu voltas nele, mas me obrigou a tirar várias fotos de todos os ângulos possíveis.
E dá-lhe carrossel.
Não nego que era bonito.
E ela não parava de exigir fotos mais e mais perfeitas… Até que subiu na escadaria quando ele parou.
Saímos de lá com o espírito infantil e começamos a fazer outra série de fotos, agora brincando com a Torre. Claro que tenho várias com a Elena segurando a Torre por baixo, mas essa é clássica demais. Começamos a brincar com o topo da Torre e qual não foi a nossa surpresa quando vimos
um monte de turistas nos imitando, tentando pegar a Eiffel por cima. Quando chegáramos, a brincadeira era pegar por baixo. Credo, que gente imitona.
No início, todos faziam assim, ó.
A seguir, fomos a pé até o Arco de Triunfo, uma construção enorme e sem graça — só a vista lá de cima é que é legal — e que comprova a visita de Napoleão à cidade natal de Elena. Mohilew (ou Mogilev) é a bonita cidade em que minha namorada nasceu. O baixinho levou até lá seu cavalo branco numa visita pouco apreciada pelos bielorrussos.
Antes de chegarmos a Arco, tínhamos entrado numa loja na Nespresso com a intenção de usarmos o banheiro, mas só conseguimos provar um café, pois o pessoal da loja é tão fino que aparentemente não faz suas necessidades no local. Pedimos o mais forte e garanto que estava excelente, apesar da bexiga cheia. Como não comíamos desde o café do manhã, escolhemos a dedo um local para fazê-lo da forma mais típica. Entramos numa boulangerie cheia de franceses e não nos arrependemos.
Agora, observemos um pouco o que havia nas vitrines da casa.
Calma, tem mais.
E mais.
Ainda não acabou.
Esse Florentin é tudo de bom.
Guloseimas para não-daltônicos e, abaixo, a parte mais padaria da coisa, a que me encanta mesmo. É complicado imaginar Paris sem o baguete, complemento natural de uma cozinha que reserva lugares especiais aos queijos, manteigas, aos patês e aos molhos. Não sei porque o pão deles é tão melhor. Serão os ingredientes ou é a forma de preparar? O que sei é que nosso pão é deprimente perto do deles. Sei que eles vendem 2,5 milhões de toneladas de farinha para o exterior, mas não creio que nem cem gramas da exportação cheguem ao Brasil. O know-how também não chega, acreditem.
A felicidade era tão grande que entramos numa loja que era uma espécie de butique da Peugeot. Nosso objetivo era o de incrementar nosso acervo de fotos ridículas. Temos muitas. Destaco uma: abaixo, Elena dirige uma moto em alta velocidade perfeitamente parada.
E voltamos à Champs-Élysées, onde já anoitecia.
E, depois de tanta alegria, um pouco de romantismo.
Acima e abaixo, Elena à beira do Sena.
A próxima foto é uma tentativa de reeditar uma foto que Klara Zlatin, mãe de Elena, tirou nos anos 70, durante uma excursão de seu grupo de dança à Paris.
Não sei se ficou parecida.
E demos um jeito de conseguir uma foto nossa com Notre Dame nos ornamentando.
E o dia ainda não acabou, pois ainda fomos visitar a Liana e o Alexandre em seu hotel.
Por que a Elena não gosta de sorrir nas fotos?
Coisa dela, ué.
Mas ela está sorrindo em praticamente todas as fotos!
É, pois é, na verdade, concordo contigo…
Belas fotos…
Vida boa de socialista ein, Milton?
Tu merece…