Porque hoje é sábado, Julie Christie

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Post de 2011 cujas fotos haviam sumido

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Julie Christie, a grande diva de tantos filmes e tantosposts, completou 70 anos.

Então, aproveito trazer aqui uma de minhas grandes paixões de adolescente.

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Ela, uma britânica nascida em 1941 na Índia, foi uma das musas da geração anterior à minha, mas, por alguma razão, retroagi e passei aqueles anos vendo e revendo seus filmes:…

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… o extraordinário Darling, de John Schlesinger (no Brasil Darling, a que amou demais…), o curioso Petulia, de Richard Lester (no Brasil, Petulia, um Demônio de Mulher…),…

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… o xaroposo Doutor Jivago, de um irreconhecível David Lean, o perfeito O Mensageiro, de Joseph Losey, o grande western McCabe and Mrs. Miller, de Robert Altman (no Brasil Onde os Homens são Homens…), …

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… mais Nashville (Altman), Shampoo (Ashby), Don´t look now (Roeg, no Brasil Um Inverno de Sangue em Veneza) foram engolidos por mim, que via algo mais do que uma bela mulher em Julie Christie.

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Ícone da Swinging London dos anos 60, Julie foi uma espécie irrepetível de anti-estrela.

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Imagine uma excepcional atriz jovem, bonita e ganhadora do Oscar aos 24 anos, tomando sol num parque de Londres nos dias de hoje!

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Além do mais, ela dava entrevistas muito inteligentes, detestava posar para fotos, não fazia comerciais…

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… era declaradamente ateia, fazia questão de escolher seus projetos e, quando era criticada por errar, dizia: …

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…”Minha carreira que se dane”.

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Certamente, era pelo somatório de beleza, pela poesia de suas atuações e pela postura independente que a admirava tanto.

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Aliás, até hoje, aos 70 anos, ainda acho esta imensa atriz bem bonita, bem bonita…

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20 comments / Add your comment below

  1. PECADOS CAPITAIS
    by Ramiro Conceição

    I. SOBERBA
    A soberba é uma senhora
    pequena que se julga alta.
    Feia, imagina-se bela.
    Ignorante, matuta que é culta
    (principalmente – em inglês –
    entre “intelecas” brasileiros).
    Grosseira, idealiza-se meiga.
    Gorda, inventa que é magra.
    É, no fundo, no fundo,
    a soberba é engraçada.

    II. GULA
    A gula é um corriqueiro vazio.
    Um cargueiro que não é navio.
    Um excesso extremo do nada.
    Uma Classe a devorar este nosso Mundo
    confeitado com compráveis ― cérebros!

    III. INVEJA
    A inveja olha,
    ouve, cheira,
    toca e
    degusta
    o outro:
    a inveja
    inveja
    a inveja
    do outro.

    IV. PREGUIÇA
    A preguiça é uma lesma metafísica:
    uma filosofia sem pé e nem cabeça,
    uma pintura sem cor, uma poesia sem palavras,
    uma verdade sem dúvidas, um mar sem água,
    um universo sem estrelas. Ah… deixa pra lá!

    V. AVAREZA
    A avareza é uma folha seca
    que se nega a cair da árvore:
    é uma prisão de ventre
    que retém tudo sempre:
    Primavera; Verão;
    Outono; e Inverno.
    Coitada, a avareza – é o nada!

    VI. IRA
    A ira é a alienação
    da transformação
    de Marx – em Stálin,
    de Jesus – em Poder.

    VII. LUXURIA
    A luxuria é o prazer abjurado
    de Bento-XVI-das-punhetas
    entre as paredes do Vaticano.
    Porém, Bentinho, fique bem à “volonté”:
    Papai-do-Céu Perdoa, Finge que não Vê.
    Mas, “Lab” Ratzinger, por que condenaste Leonardo Boff
    ao mesmo destino de Galileu que disse Eppure si Muove?

    TERRA DOS FILÓSOFOS
    by Ramiro Conceição

    Procuro a Nobreza,
    mas não aquela dos “nobres”.
    Preciso daqueles sem medo
    e sem qualquer desonra dentro de si.
    É, preciso “de amantes” da Natureza:
    aqueles que A trazem no centro de si!

    É, eu sei que é necessário
    o vir à luz de muitos sóis,
    o vir-a-ser de muitas luas
    até o júbilo da História-Moça!

    Por isso, desde já, cultivo a Nobreza,
    mas não a nobreza dos pobres-nobres
    nem aquela da Luta de Classes,
    porém Aquela – da Terra dos Filósofos!

    AMORES
    by Ramiro Conceição

    Existem amores
    dentro da gente
    que mugem!
    de repente
    qual vulcão
    adormecido
    a chorar
    lágrimas candentes…

    PS- Milton, você, o Serbão, o Marconi Leal, o Nelson Moraes e o Mundo bem sabem: tudo foi escrito e reescrito nesta semana: a Arte não pára!

  2. A Julie me fez voltar ao cinema inúmeras vezes para assistir o “xaroposo” Dr. Jivago. Uma lembrança de adolescência onde imagens, hormônios e repressão (estudava em “colégio de padre”) brigavam entre si.

  3. Ela era minha ‘ídala’. Junto com Anie Girardot, Anouk Aimée e ( não ria), Julie Andrews.
    Saudade de vc, Milton.

    Um beijo bem grande, tritritricolor (do Santinha, é claro!), apesar de tudo.

  4. Milton!

    Que bom que existe você para nos fazer recordar de idos tão maravilhosos.
    Acho que vou rever todos os filmes dessa bela e maravilhosa atriz.
    Abraços.

  5. É uma pena, Milton, que os assuntos mais interessantes e debatíveis você levou para o Facebook_ justamente o canal que menos oferece empolgação para o debate (só os comentariozinhos de uma frase, slogans da seven-up contra ou a favor). A coisa mais importante que aconteceu na mídia nacional nos últimos anos foi o Boechat mandando o Malafaia procurar uma rola. Cara….., é o que todo mundo queria dizer mas tinha entalado na garganta. O Boechat foi genial, na mosca. Foi tão assertivo que de agora para frente a imagem do Malafaia vai sempre estar associada à tal expressão. Que gesto libertário! Que adstringência! Foi a única coisa que fugiu da enorme boçalidade que reina por sobre a opinião pública do país. Que purguem em suas irredimíveis chatices gente como Ronald Augusto e o escambau que já deve estar preparando pesados e ilegíveis tratados sobre a resposta do Boechat ter sido machista e homofóbica.

    Salve Boechat!

    http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/06/os-memes-mais-engracados-da-polemica-entre-boechat-e-malafaia.html

  6. VISITA NOTURNA
    by Ramiro Conceição

    Hoje, à noite, apareceu-me n’alma uma fisgada… Era uma tristeza vestida de branco, de preto, de culpa, mas não sei ao certo por quê. Certamente, era uma esquecida e foragida que resolveu me visitar. Percebi que viera de longe… Seu figurino exaurido revelava que houvera superado, com muita dificuldade, todas as barreiras e poeiras do labirinto de minha autodefesa que construíra por sobrevivência, por décadas.

    Desde o pecado de Sodoma, nessas horas, o mais recomendado é a hospitalidade: ofereci-lhe um copo d’água, que foi sorvido com avidez; ofertei-lhe também um banho quente e, com cuidado, lhe doei o traje mais adequado que possuía…

    Enquanto se banhava, abri um vinho e com paciência lhe preparei um caldo consistente… Ajeitei a mesa. Apaguei as luzes. E acendi meu candeeiro alimentado por utopias… Ela retornou mais velha, ferida ainda, mas um pouco mais bonita… Sentou-se ao lado oposto da mesa e em silêncio beijou o cálice, a olhar-me enigmaticamente…

    Impregnado de vinho, por fim, perguntei:

    – Quem é você?
    – A sua geração…

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