Estava pretendendo um post hardcore.
Mas então a bela atriz Cécile de France caiu sem paraquedas em minha memória, …
… foi entrando, …
… entrando, …
… e ficou com o sábado para ela.
Apesar do nome, Cécile é uma belga nascida em 1975.
Seria bom explicar ao Marconi que ela, portanto, fala belguês.
Marconi, notaste que Cécile é um pouco narigudinha e que é este o fato que lhe dá graça ao rosto?
Marconi, notaste que é meu nariz avantajado quem dá esperanças às mulheres de que eu possa ser todo proporcional?
É uma tremenda expectativa, Marconi:
Cantem outros os olhos, os cabelos
E mil cousas gentis
Das belas suas: eu de minha amada
Cantar quero o nariz
Não sei que fado mísero e mesquinho
É este do nariz
Que poeta nenhum em prosa ou verso
Cantá-lo jamais quis.
Os dentes são pérolas,
Os lábios rubis,
As tranças lustrosas
São laços sutis
Que prendem, que enleiam
Amante feliz;
É colo de garça
A nívea cerviz;
Porém ninguém diz
O que é o nariz
Beija-se os cabelos,
E os olhos belos,
E a boca mimosa,
E a face de rosa
De fresco matiz;
E nem um só beijo
Fica de sobejo
Pro pobre nariz;
Ai! pobre nariz,
És bem infeliz!
Entretanto – notai a sem-razão
Do mundo, injusto e vão: –
Entretanto o nariz é do semblante
O ponto culminante;
No meio das demais feições do rosto
Erguido é o seu posto,
Bem como um trono, e acima dessa gente
Eleva-se eminente.
Aprendeste, Marconi? Adeus, Cécile. Beijo-te o naso.
Obs. 1: Na lição ao Marconi utilizei trechos do poema de Bernardo Guimarães (1825-1884),O nariz perante aos poetas.
Obs. 2: Post de 9 de maio de 2009
Viva o nariz! E que não tenham anosmia, isso não!
E ela nem tem todo esse nariz!
Meu caro,
será que ela aceitaria um convite para ver comigo, de perto, a sangria do Itans? Não custa tentar, né?
Um abraço.
São Pangloss te abençoe, Ribas. Agora, dizem fontes seguras que Bernardo Guimarães começou a louvar o nariz depois daquela grande decepção, narrada em versos:
“Que tens, c*, que pesar te oprime
que assim te vejo murcho e cabisbaixo
sumido entre essa basta pentelheira,
mole, caindo pela perna abaixo?
“Nessa postura merencória e triste
para trás tanto vergas o focinho,
que eu cuido vais beijar, lá no traseiro,
teu sórdido vizinho!
“Que é feito desses tempos gloriosos
em que erguias as guelras inflamadas,
na barriga me dando de contínuo
tremendas cabeçadas?”
Mas deve ser mentira…
* a-alho.
já ouvi tbem de fontes que o autor da Escrava Isaura teria cometido estes versos – até melhores que o livro que originou a Lucélia Santos!!!
achei, Marconi: eu tinha um exemplar que perdi nos sebos da vida, mas o Jose Paulo Paes corrobora que o poema é mesmo do Guimarães.
http://www.traca.com.br/seboslivrosusados.cgi?mod=LV94316&origem=resultadodetalhada
Que era dele eu sabia, Serba. O que não sei é se passou a louvar narizes depois da grande decepção que teve, nem se Milton Ribeiro fez a postagem inspirado pelo mesmo problema…
o que me deixou mais curioso foi o danado do post hardcore… quem seria a homenageada???/ Jasmin St Claire????
Nariz, nariz, e nariz,
by Bocage
Nariz, nariz, e nariz,
Nariz, que nunca se acaba;
Nariz, que se ele desaba,
Fará o mundo infeliz;
Nariz, que Newton não quis
Descrever-lhe a diagonal;
Nariz de massa infernal,
Que, se o cálculo não erra,
Posto entre o Sol e a Terra,
Faria eclipse total!
Adorei o cabelo dela, beleza exótica, abração.
Peitos e tudo mais que abunda
nas páginas dos folhetins
não mais atiçam marmanjos
Pois agora, eis que se diz,
que tesão pouco é bobagem:
melhor de tudo é nariz.
– Explícita! (em lugar de uma carta)
Depois da lembrança de ezra
a querer ensinar padre rezar missa
poeta a submeter-se à lógica das palavras
seu significados e múltiplos sentidos
revoltei-me
estou nas tintas e por isso escrevo
meus versos de meia libra
que é o quanto basta
para enfiar no nariz da pequena
e arrancar-lhe a interjeição surpresa
tão grande como uma Bélgica encravada no Brasil
o último como grande território irmão da Índia
para Cécile, que manga-nos com seu olhar de
quero fruta quero a ti quero no mundo
a transparência lúcida da agonia alegre em que mergulho
nessa sua íris encantada, sob as sobrancelhas
doces e felinas, enquanto sua testa eu miro
sem acertar o tiro que meu coração dirigiu à fantasia
assim perdida, antes, muito antes, de alcançar
as suas pernas.
(em seguida ecoa o poeta de verdade: “…as suas pernas/ altivas / para entregá-las às carícias / furtivas / dos funcionários das empresas petrolíferas?!”
Também amei o cabelo dela, deu vontade de cortar igualzinho!
Só não corto igualzinho porque, depois de muitas tentativas, eu percebi que a gente não fica tão linda quanto a modelo da foto…
ops, escapou uma foto com ela de boca aberta!
ahahahaha
Segunda é foda