Nu, de Manuel Bandeira
Quando estás vestida,
Ninguém imagina
Os mundos que escondes
Sob as tuas roupas.
(Assim, quando é dia,
Não temos noção
Dos astros que luzem
No profundo céu.
Mas a noite é nua,
E, nua na noite,
Palpitam teus mundos
E os mundos da noite.
Brilham teus joelhos,
Brilha o teu umbigo,
Brilha toda a tua
Lira abdominal.
Teus exíguos
– Como na rijeza
Do tronco robusto
Dois frutos pequenos –
Brilham.) Ah, teus seios!
Teus duros mamilos!
Teu dorso! Teus flancos!
Ah, tuas espáduas!
Se nua, teus olhos
Ficam nus também:
Teu olhar, mais longe,
Mais lento, mais líquido.
Então, dentro deles,
Bóio, nado, salto
Baixo num mergulho
Perpendicular.
Baixo até o mais fundo
De teu ser, lá onde
Me sorri tu’alma
Nua, nua, nua…
Obs.: Os fotógrafos são desde Cartier-Bresson, Doisneau e Weston até anônimos; e as modelos são desde Georgia O’Keeffe até porn stars.
Pedro gostou. Disse que é arte.
Ele conhece!
Milton, hoje você exagerou. Não sei se fico excitado ou tenho uma catarse.
‘Mulher em teu doce beijo
Há tanto enlevo,
Tantos devaneios.
Este jeito amoroso
E sincero
De tocar o meu rosto
E despentear o meu cabelo,
Deixa-me entregue
Aos teus encantos
E não há dor ou tristeza
A privar-me deste instante.
Amada, por ti
Enfrento qualquer conflito,
Sou teu herói e o bandido
Que te rouba os carinhos.
Se o desejares posso assumir
O papel de
Tchê Guevara…
Nelson Mandela…
Ou quem sabe até
Pablo Neruda….
És a rainha, dona absoluta
Deste coração que pulsa
Em êxtase ao ver-te
NUA!
Tânia Mara Camargo
Sensacional Milton ! Sensacional !!! E é arte sim ! Ou não é ?
Abraços
Hum… Meu blog voltou sem imagens…
I dont get it.