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  1. Um post para ser arquivado para releituras constantes. Faço críticas apenas quanto à menção de que cortando-se algumas partes Dom Quixote ficaria melhor. Sempre que alguém diz isso, recordo-me do filme do Milos Forman, com Mozart rebatendo o comentário do monarca de que sua peça musical tinha “notas de mais”: “quais notas o senhor quer que eu corte, majestade?”

    Eu sei que tem um capítulo todo do primeiro volume do Quixote que eu vi de imediato que deveria ter sido cortado em uma boa edição, aquele em que o Quixote põe-se a divagar sobre seus méritos. É de uma chatice! Mas já que não foi cortado, já que está integrado na obra desde o princípio, eu respeito. E, ao longo da leitura, esse capítulo acabou por se justificar, ao sedimentar ainda mais traços da personalidade do Cavaleiro da Triste Figura.

    1. Agradecemos. Talvez eu não tenha me expressado bem. Acho que há partes que não contribuem para a narrativa geral — são quase contos paralelos.

  2. Aviso importante: Com o auxílio do tradutor do Quixote, Ernani Ssó, substituí no meu texto as citações do Quixote pelas da nova tradução. A citação que fala dos dentes eram muito caras a minha mãe, que cogitava colocá-la em seu consultório de dentista, mas nunca o fez…

  3. “Sancho Pança, que aliás nunca se vangloriou disso, conseguiu no decorrer dos anos afastar de si o seu demônio, que ele mais tarde chamou de Dom Quixote, fornecendo-lhe, para ler de noite e de madrugada, inúmeros romances de cavalaria e de aventura. Em consequência, esse demônio foi levado a praticar as proezas mais delirantes, mas que não faziam mal a ninguém, por falta do seu objeto predeterminado, que deveria ter sido o próprio Sancho Pança. Sancho Pança, um homem livre, seguia Dom Quixote em suas cruzadas com paciência, talvez por um certo sentimento de responsabilidade, daí derivando até o fim de sua vida um grande e útil entretenimento.” (Franz Kafka)

  4. Prezados, Cervantes e Shakespeare não morreram no mesmo dia. No dia 05/10/1580, os reis católicos corrigiram o calendário em mais dez dias, de forma que o dia 05.10.1582 se transformou em 15.10.1582, como a Inglaterra , por não ser católica, não corrigiu esse calendário nessa época e sim nos anos 1700, muito tempo depois das mortes deles dois. Assim nós temos àquela época o Calendário Juliano adotado até 04.10.1582 e o Calendário Gregoriano, adotado um dia depois, que se transformou em 15.10.1582. Além disso devo informar que Cervantes morreu em 22.04.1616, pois naquela época o dia do enterro era considerado o dia da morte. Vale!

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