Ao longo de nossa viagem, procuramos manter contatos interessantes em Berlim. Em nosso quarto dia na cidade, tentamos falar com Marx e Heg… Engels. Além de Lênin, claro. Eles estão na entrada da Ilha dos Museus para quem vem do lado da Alexanderplatz. Marx negou-me o cumprimento — aliás, sequer ergueu-se quando de minha chegada, enquanto Engels até levantou de sua cadeira. Lênin, porém, veio sorridente em nossa direção me imitando, isto é, caminhando com a mão direita no bolso, como quase sempre faço. Grande camarada! Lênin está na frente do guichê de informações da Ilha dos Museus. A seguir, fotos desta primeira parte e, depois, do restante do dia.
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Em nossa primeira ida à Ilha dos Museus, escolhemos a ótima Alte Nationalgalerie. A Ilha dos Museus é um complexo de 5 Museus temáticos, um melhor do que o outro.
A Alte Nationalgalerie foca seu acervo nos velhos mestres do século XIX e início do XX, como nos explicaram no guichê de informações. Não é um museu imenso, daqueles que nos cansam mortalmente. Pode ser visitado com bastante calma em menos de um turno. Abaixo, a Elena trata de melhorar um detalhe de um quadro de Manet.
Agora, deixo para vocês algumas fotos que fui tirando durante a caminhada por lá.
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À noite, na Kammermusiksaal da Filarmônica de Berlim, o grandíssimo pianista András Schiff deu um recital de mais de 2 horas e meia. A primeira parte teve as 15 Invenções a Duas Vozes de Bach em três grupos de 5, entremeadas com peças igualmente curtas de Bartók. Como combinaram bem! Foram 70 minutos eletrizantes. Depois do intervalo, tivemos Janáček e Schumann, este com uma belíssima peça de quase 40 minutos que não conhecia, a Davidsbündlertänze, Op. 6. De bis, o primeiro movimento do Concerto Italiano de Bach e outras pecinhas. Foi uma linda maneira de conhecer a casa da Filarmônica. Eu fui apenas com o Bernardo, pois a Elena tinha outro compromisso. As fotos são minhas e por isso são tão ruins.
A Kammermusiksaal é um milagre acústico. Sempre pensei que o melhor formato fosse sempre o da “caixa de sapatos”, mas a Sala de Música de Câmara da Filarmônica de Berlim — assim como a Groossesaal da Filarmônica — demonstra que outros formatos também são possíveis. A sala é surpreendentemente bonita, assimétrica e, observando os diversos andares, passamos a entender o logotipo da Filarmônica.
Nada parece se encaixar, mas tudo funciona maravilhosamente. De forma quase imperceptível, vários microfones e microcâmeras voam pela sala, pois os concertos são transmitidos pela internet para os assinantes do Digital Concert Hall da Berliner Philharmoniker.