“Pai, a mamãe amassou o teu carro novo”, disse o menino, deixando a mãe sem chances de explicar ao marido, com calma, o que tinha acontecido. Numa outra ocasião, enquanto o irmão contava que tinha perdido o aparelho dos dentes, ele logo entregou: “É mentira! Eu vi ele pisar em cima do aparelho no banheiro”. Bonitinho, não? Mas depois eles crescem.
Na empresa, o dedo-duro invariavelmente será ou um bajulador do chefe ou um alpinista que vê nos deslizes de alguém a oportunidade para depreciá-lo e, desta forma, conquistar a confiança dos superiores. Quando questionado sobre suas razões, irá enaltecer a necessidade de qualidade e a importância do trabalho. Mais pressionado, invocará princípios éticos e morais…
Não sei fazer isso. Na minha escola, o Colégio Júlio de Castilhos, quem dedurasse recebia a mesma punição do dedurado. Recebi péssima educação, vai ver. Tenho visto muita gente da nova geração dedurando, mesmo que não saiba da missa a metade. Fico chocado.
Mas é claro que há dedos-duros de todas as idades, não é um fenômeno geracional, minha amostragem é que é viciada.
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Ao acusado, opino: “É censurável usar de arrogância para com o humilde. Mas talvez seja ainda pior seguir humilde frente a arrogância”. Outra coisa: a acusação era falsa. Tu não tinhas feito nada, apenas tinhas feito pouco.
Mudando de assunto: Mas e quando a gente vê um colega fazendo algo muito errado? Criminoso até?
Aí conta, né? Há uma diferença entre delação e denúncia. Quando for coisa do dia a dia, o melhor é manter uma conversa privada com quem errou e lembrá-lo da regra que está sendo infringida. Havendo persistência no erro, teimosia ou sacanagem, aí, sim, é cabível uma denúncia aos superiores. Se for CRIME, o caso é outro.
Em alguns e particulares casos, viva a delação! Salve os caguetes! Já pensou se não fossem os dedos-duros Paulo Roberto Costa, Youssef, Pessoa, Baiano, Barusco, Duque, empresários boquirrotos, políticos X-9? Estariam roubando candidamente até hoje e muita grana não teria retornado aos cofres públicos. Que venham outros delatores, mais e mais, todos são muito bem vindos.
“Estariam roubando candidamente até hoje”. “Estariam”. “Estariam”.
Estariam… Ainda bem que pararam, né, Edson?
A manutenção de Temer custou 220 bilhões que poderiam reforçar a saúde, a educação e a Previdência”. E as universidades…
E você já pensou se esses 220 bilhões (?!!) tivessem se juntado a outros tantos bi (ou seriam tri?) surrupiados para engordar os bolsos desses pilantras? Uma coisa não justifica a outra. E por falar em Temer, loas aos caguetes Joesley.
Agora melhorou. Pois corrupção é corrupção, venha de onde venha. Por mim, prendam todos, mas todos mesmo.