O que me surpreendeu foi a atitude do Santander. Achei um triste, fácil e pobre recuo. Já o linchamento promovido pelo MBL é algo esperado e se parece com muitos outros, realizados inclusive pela esquerda. São movimentos moralistas muito pouco esclarecidos e que se repetem. Agora, que pessoas do meio artístico recuem frente a argumentos tão fracos… Coitados de nós.
Vi dezenas de fotos da exposição. Achei excelente. Gostaria de visitá-la. Pedofilia e zoofilia? Menos, né? Pelo visto, o sarcasmo está fora de moda e, bem, está faltando um pouco de interpretação.
Em janeiro deste ano eu e Elena visitamos o Museu Pergamon (Pergamonmuseum) em Berlim. Foi assustador. Jamais tínhamos visto coisas como aquelas. Os assírios são uns pervertidos. Ainda bem que, em Porto Alegre, há o Santander para nos salvar.
Fotos de Milton Ribeiro (sentindo-se altamente escandalizado).
Ainda bem que não conheço Pompeia, patrimônio cultural da humanidade. Um lugar diabólico!
O cancelamento do Queermuseum é mais grave do que talvez pareça. Até agora, MBL e assemelhados atuavam no plano político. Tentativas de censura ocorreram, mas foram basicamente de neopentecostais e não tiveram sucesso. Dessa vez, vimos a convergência entre movimentos políticos e religiosos deflagrarem uma campanha mais ampla de censura. Invocaram o boicote e tiveram êxito de maneira surpreendentemente fácil e rápida.
Passamos a um outro plano. Se foi tão simples recuar até 1998 é porque há uma avenida aberta para mais recuos.
Triste, muito triste! Não há outro nome, é censura. Esse MBL, primo irmão da organização TFP, do Plínio, é hipócrita e canalha. Ora, ninguém está sendo coagido a ir ver a exposição, vai quem quer. O Santander não me surpreendeu não.