Bolsonaro, seus evangélicos e a dança da morte

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Lembro de discutir dentro do jornal onde trabalhava que a ligação entre religião e política nos levaria para o abismo. Lembro de ter ficado boquiaberto com os políticos presentes na inauguração do templo de Salomão de Edir Macedo em 2014. Se eles precisavam daquela baixaria, queria dizer que o abismo estava logo ali.

Mas jamais imaginei que este fenômeno atenderia pelo nome de alguém cujo livro favorito tinha sido escrito por um torturador. Achei que teríamos um bispo ou um horror semelhante como presidente, não alguém que unisse igrejeiros e milicianos.

Não que acreditasse que um fundamentalista fosse menos autoritário, mas a junção de religião, violência, bravata e ignorância de Bolsonaro é assombrosa e única.

Na semana passada, vimos pessoas dançando com caixões na Paulista… O culto ao presidente também é um culto à morte. Algo que se viu no período nazista, por exemplo. O caixão era carregado com festa por gente que parecia pronta para morrer por seu capitão.

Como nas religiões evangélicas, não há contradições. O bolsonarista sabe da cloroquina, da economia, do formato do planeta, de deus, de quem este defende, de tudo. O bolsonarista tem satisfação pela própria ignorância, algo que não concebo, sinceramente. E eles são uns 30% da população que apoia incondicionalmente as loucuras do chefe.

Sua lógica é simplista, funcionando por impulsos, como os de uma criança ou como os de seu chefe. Ou como a massa lobotomizada dos cultos evangélicos. E o culto à morte é o culto à destruição. Vamos derrubar tudo o que outros construíram e fazer do nosso jeito. Para que cientistas, artistas, cultura? Nosso negócio são milicos, religiosos e os norte-americanos, não casualmente os recordistas de mortes por covid-19.

Só que… Eles decidiram que não querem que o covid-19 exista e vão sapatear de ódio na nossa frente enquanto o país é devastado.

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Escrevo este texto e dou da cara com isso:

Pesquisadores da Fiocruz estão sendo atacados nas redes (inclusive por um parlamentar filho de Bolsonaro) porque os primeiros resultados de suas pesquisas com cloroquina apontaram resultados que não convinham ao trambiqueiro do Planalto e às suas hordas de Whatsapp.

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