Julia Fischer e Anne-Sophie Mutter, sobre a pandemia e depois

Julia Fischer:

A violinista Julia Fischer uniu sua voz às crescentes demandas para o diminuição das turnês das orquestras quando o Covid terminar e para o investimento maior no desenvolvimento de artistas locais. O que ela disse:

Nunca fui fã de medir o sucesso de uma carreira pelo número de milhas acumuladas. Eu acho que é loucura que cada orquestra ache que precisa tocar em Nova York e Tóquio todos os anos.

Na Ásia em particular, onde o dinheiro é bom, eu poderia ter feito cinco turnês por ano. Mas esse não é o ponto. Sou a favor do intercâmbio cultural, mas precisa ser algo especial. Por que ir a cada três meses?

É muito mais importante reconstruirmos a identificação do público com as orquestras locais. Para nós, de Munique, digo que devemos conhecer mais a Filarmônica de Munique ou a Orquestra Sinfônica da Rádio da Bavária. Precisa ser algo especial quando uma orquestra aparece em turnê.

Também acho errado que os regentes tenham várias orquestras. É algo que nunca entendi. Na minha opinião, um regente deve estar profundamente identificado com sua orquestra. Deve dedicar-se realmente a ela, incluindo nisto a cidade e a sua cultura musical.

Julia Fischer

Anne-Sophie Mutter:

A violinista alemã argumentou ontem que as salas de concerto deveriam ter os mesmos privilégios que as igrejas durante o período de Covid. O que ela disse:

Temos o direito básico à liberdade de arte e de religião. Não consigo entender que a religião tenha prioridade sobre a arte, porque ambos são direitos básicos, não são luxo. A arte nos dá esperança, uma outra visão e uma experiência sensorial compartilhada, como, é claro, um serviço religioso.

Anne-Sophie Mutter

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