Elena, sei que tu estás te desintoxicando da internet. Estás vindo pouco aqui.
Durante este difícil ano, tirei mais fotos de teus pães do que de ti. Te vi mais em roupas de casa, em velhas camisetas minhas.
(Digo a vocês todos que nestas roupas ela parece uma rainha camuflada de contos de fadas. Pois, mesmo no à vontade dos trajes, é clara a nobreza, elegância e a beleza (rimou). E quando ela fala só melhora. Digo-lhe isso da rainha escondida e ela faz aquela cara de quem está ouvindo a maior idiotice).
Cioran disse que a arte de amar é saber unir o temperamento de um vampiro à discrição de uma anêmona. Esqueça, Elena, é muita habilidade para um cara desajeitado como eu. Só que tenho fotos, palavras, histórias, viagens, amor, decisões, planos.
Sabes, hoje, observei como minha mão denuncia a idade. Olhei bem pra ela, frente e verso. Quem ousa ler mãos e traçar destinos se elas se modificam? Vi duas linhas separadas que passam a ficar lado a lado. De repente se cruzam. E depois seguem juntas novamente. O que será aquela intersecção? Algum mal? Iam distraidamente paralelas, se cruzaram, e voltaram a andar lado a lado.
Melhor te dizer logo no ouvido aquelas três palavras simples que somam sete letras e dar fim ao textão.
Acrescento duas fotos tuas. A primeira é engraçada. Por algum motivo, adoro a segunda, um daqueles bonitos erros fotográficos.