Bruckner 7

Compartilhe este texto:

O livro de Lauro Machado Coelho, “O Menestrel de Deus”, sobre Anton Bruckner, é uma revelação espantosa. Considerado um quase deficiente mental em sua época, a gente ouve sua música e pensa que simplesmente não é possível. O cara era um gênio!

Na verdade — e o livro de Lauro deixa tudo claro –, Bruckner era um neurótico manso com baixíssima autoestima. A insegurança que tinha tornava sua vida um inferno. Para piorar, era um catolicão organista de igreja.

Mas tivemos sorte. Em seu isolamento de celibatário (óbvio que as mulheres também eram um problema para Anton), em sua introspecção, ele conseguiu criar uma obra espetacular. Aliás, um jovem judeu, muito sofisticado intelectualmente, costumava visitá-lo para conversar sobre música. Sim, Gustav Mahler sabia que Bruckner era o cara. Além disso, o velho não era antissemita.

E talvez a maior obra de Bruckner seja a Sinfonia N° 7, que a Ospa tocará sábado. Foi seu primeiro e único triunfo em vida, apesar do receio das críticas. Que também vieram, claro.

É muito bom ouvir a Elena ensaiando esta música extraordinária no mesmo quarto onde estou lendo.

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

Deixe um comentário