Alguns de vocês sabem que leio livros em voz alta para a Elena Romanov. Faço-o sempre à noite, desde que não esteja alcoolizado — coisa raríssima atualmente — ou que o Inter não tenha perdido — fato cada vez mais rotineiro.
Mas o que interessa é que ontem terminei de ler o primeiro Machado de Assis da moça. Não li Helena, claro, fui direto a Dom Casmurro. De maneira geral, ela gostou dos capítulos curtos, reclamava quando eu decidia parar e hoje de manhã disse que era tudo muito triste. É mesmo. Pessoalmente, li o livro pela terceira vez e, também pela terceira vez, me surpreendi que uma coisa levada naquele tom de conversa possa esconder tamanha tristeza.
Mas acho que ela não se importou com isso. Afinal, os russos são os mestres da desgraça. Lembro que uma vez ela me mostrou uma camiseta russa onde havia um Dostoiévski ornamentado por uma frese mais ou menos assim: “Se a sua vida está uma m., se você não vê perspectivas, se não há um meio de sair do buraco, abra um romance russo: lá, tudo estará pior.”
Abaixo, o sósia do Jeferson Tenório.
