Dos fascistas, de sua estética e da nossa

Dos fascistas, de sua estética e da nossa

O fascismo não é uma ideologia, o fascismo é antes uma versão do culto à morte. Morte dos inimigos, morte do que é diferente e inteligente — morte da arte e da ciência –, morte da cultura popular, morte causada pela polícia, morte, morte e porte de armas. Mas isso quase todo mundo desta bolha sabe.

(E Deus, que se existe é um sujeitinho bem ruim, nos premiou com a Covid sob Bolsonaro).

O que me surpreendeu nesta semana que acaba foi ver as fotos de Lula caminhando no hospital quando comparadas com as fotos hospitalares Bozo, sempre deitado na cama, combalido, mostrando coisas que só ficam bonitas quando a direção é de Peter Greenaway.

Não estou polarizando, sei que Bozo está na extrema direita e que Lula não está bem lá na ponta da esquerda. Não acho que um seja o negativo do outro. Só estou dizendo que um representa a estética da morte e o outro não. Claro que Lula devia estar horrível em seu pós-operatório, mas para que mostrar, né?

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Mais 4 anos de Trump

Trump venceu. Muda pouco a questão do Oriente Médio, mas a vida do Zelensky deverá mudar muito. Para a Ucrânia, melhor seria negociar logo com os russos e evitar mais mortes.

A questão ambiental? Vai ser uma luta.

O protecionismo de Trump deve atrapalhar a economia do Brasil e, dizem, da China. Não entendo muito disso. Só acho que se ele começar a deportar os estrangeiros ilegais, vai fazer subir a inflação porque são os mexicanos que aceitam salários mais baixos para funções que não necessitam maior qualificação.

Seria otimista demais dizer que o apoio irrestrito a Israel prejudicou Kamala-Biden?

O pior mesmo é que a direita fascista se anima toda com esse cara na Presidência.

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Políbio

Nós recebemos uma doação de livros aqui na Livraria Bamboletras. Bons livros. Um monte de coisas de filosofia e bons romances clássicos. Deixei-os um tempo sobre o balcão de entrada.

Mas…

Dentre eles estava um certo Cabo de Guerra, de Políbio Braga.

As pessoas viam o livro e se afastavam com repugnância. Logo, a coisa tornou-se assunto de conversa — e crítica — e tive que dar um basta naquilo. Fui meio radical.

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Mais uma anunciada derrota da esquerda em Porto Alegre

Mais uma anunciada derrota da esquerda em Porto Alegre

Antes das eleições municipais, defendi prévias para estabelecer a chapa do PT-PSOL. E volto a defender o mesmo para as próximas majoritárias. Atendo pessoas o dia inteiro na Livraria e sei muito bem do desconforto com a chapa que enfrentou Melo.

Agora serão mais 4 anos de uma cidade bagunçada, com corrupção bolsonarista muito ativa e com as empreiteiras c@gando em cima da população. E Melo não fez nada para preparar a cidade para a próxima enchente. Então, quando acontecer novamente, não haverá tanta peninha e doações. Estaremos sozinhos com Melo, Leite e os espigões. É o que nós queremos.

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Coisas soltas que fazem parte do fracasso das esquerdas

Coisas soltas que fazem parte do fracasso das esquerdas
  1. Não adianta ofender quem vota no Abobado da Enchente. Aliás, chamá-lo de Abobado da Enchente é errado. Chamar de chinelo, então, nem se fala, é erradíssimo. Chinelo é ser / estar sem grana, é estar sempre mal arrumado, chinelo sou eu. Tornaram Melo o Rei dos Chinelos, coisa que ele recebeu de braços abertos como o Rei da Maioria.
  2. Enquanto a gente condenar o voto das pessoas por serem absolutamente burros, totalmente desinformados ou causado por mau caráter, não vamos entender o que efetivamente define o voto e não saberemos como disputá-lo, restando apenas esse prêmio de superioridade autoconferida. Parabéns a quem quer agregar ofendendo!
  3. Os argumentos para mudar o voto têm de ser outros. Podem ser as múltiplas suspeitas de corrupção de sua gestão que nunca vão adiante. (Chega a ser cômico como tudo dá em nada quando a direita é acusada. Já quando a esquerda é acusada, dá).
  4. Em nível mais geral, temos que exorcizar a esquerda, temos que dar um jeito de desdemonizá-la.. Afinal, Lula governa e o mercado acha normal. Cadê o demônio? Até o Moody`s — que é uma empresa norte-americana de serviços financeiros que também classifica os países segundo o risco para investir neles — virou comuna porque aprova o Haddad.
  5. E, mein Gott, como fazer os evangélicos recuarem da política quando tantos políticos da própria esquerda pedem bênçãos e votos a eles? Todos os políticos ignoram a laicidade, este é mais um caso para exorcismo.
  6. Convivemos com anos e anos de incultura, de educação de péssima qualidade, e isso segue sendo cultivado. Então é um longo caminho que nem começou. Que, aliás, estamos cada vez mais longe de começar.

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Os vereadores eleitos em Porto Alegre e aquele

Dentre os vereadores eleitos em Porto Alegre há os excelentes, os aceitáveis, os fascistas e os especiais. Vejam o “nome” do último vereador da lista do PL. Porto Alegre é demais!

Vereadores eleitos

PSOL
Karen Santos – 20.207
Grazi Oliveira – 14.321
Pedro Ruas – 12.070
Roberto Robaina – 10.033
Atena Roveda – 4.260

PT
Jonas Reis – 8.235
Alexandre Bublitz – 7.144
Juliana Souza – 6.261
Aldacir Oliboni – 4.856
Natasha – 4.718

PL
Jessé Sangalli – 22.966
Comandante Nádia – 18.010
Fernanda Barth – 7.063
Coronel Ustra – 2.669

Republicanos
Gilvani o Gringo – 7.759
José Freitas – 6.746
Carlos Carotenuto – 4.644

MDB
Psicologa Tanise Sabino – 6.270
Rafael Fleck – 5.908
Professor Vitorino – 5.315

PP
Mariana Lescano – 6.389
Vera Armando – 5.693
Mauro Pinheiro – 5.661

PSDB
Moisés Barboza Maluco do Bem – 8.603
Marcelo Bernardi -7.759
Gilson Padeiro – 7.070

PCdoB
Erick Denil – 5.376
Giovani Culau e coletivo – 4.902

Novo
Ramiro Rosário – 16.450
Thiago Albrecht – 7.615

Podemos
Giovane Byl – 12.115
Hamilton Sossmeier – 4.053

Cidadania
Marcos Felipe – 6.618

PSD
Claudia Araujo – 6.321

PDT
Márcio Bins Ely – 6.296

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Pablo Marçal, o Faker

Pablo Marçal, o Faker

Pablo Marçal publicou um laudo falso — com nome de clínica com erro, assinado por um médico já morto na data do laudo — que dizia que Boulos fora internado por overdose de cocaína.

Fez isso 48h antes do pleito. Claro, o tal laudo vai colar pra muita gente. Sabe-se que a acusação sempre repercute mais do que o desmentido. Tem gente que diz que onde há fumaça há fogo… Nem sempre as metáforas funcionam.

O que não entendo é o fato da candidatura de Marçal ainda não ter sido cassada. Também não entendo o fato de outras prisões (sim, aquelas) não terem ocorrido ainda. Cadê a tal da Justiça? Ou a partir de agora vale tudo?

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Sobre o nome do grupo de Amandine Beyer, Gli Incogniti

O grupo de música barroca da genial Amandine Beyer chama-se Gli Incogniti, que significa Os Desconhecidos ou Os Incógnitos. Parece uma brincadeira meio boba, mas vocês têm que saber mais da história da humanidade, meus amados leitores.

A Accademia degli Incogniti (Academia dos Desconhecidos, ou Incógnitos), também chamada de Academia Loredaniana, foi uma sociedade erudita de intelectuais livres pensadores, principalmente nobres, que influenciou significativamente a vida cultural e política de Veneza de meados do século XVII . A sociedade foi fundada em 1630 por Giovanni Francesco Loredan e Guido Casoni. A sociedade incluía historiadores, poetas e libretistas. A academia atraiu para si as principais figuras literárias de Veneza e outras de fora que simpatizavam com um programa libertino e com a independência política e cultural de Veneza. O nome ‘Incogniti’ alude ao uso de máscaras em muitas reuniões, além de se referir a subterfúgios como obras anônimas, alegorias e ironia, a fim de desviar a censura religiosa. Segundo a historiadora Ellen Rosand, a academia, fazendo jus ao seu nome, geralmente funcionava nos bastidores. Os membros muitas vezes escreviam numa linguagem secreta e frequentemente publicavam os seus trabalhos anonimamente.

O espírito libertino da academia foi fortalecido pelo naturalismo aristotélico (ligado às correntes céticas e epicuristas) ensinado na Universidade de Pádua, frequentado pelas classes altas venezianas. A sua filosofia geral era que nada é cognoscível além do mundo natural ao qual temos acesso apenas pela razão. Mais: eles defendiam que a alma era mortal e que os prazeres dos sentidos e a satisfação dos instintos sexuais faziam parte da vida natural. Maquiavel influenciou-os ao formular uma visão da religião como um produto da história humana, e não como uma revelação divina, exercida por uma elite com o propósito de controle social. Não é de surpreender que os censores frequentemente colocassem obras Incogniti no Index. Essas obras incluíam composições satíricas em prosa e versos, histórias bíblicas transformadas em romances de aventura erótica, coleções de novelas elogiando os instintos naturais e o prazer, narrativas históricas (muitas vezes antipapais) e uma série de gêneros muitas vezes híbridos, misturando elementos históricos, alegóricos, epistolares e picarescos. Dando continuidade a uma prática estabelecida por Aretino, os autores Incogniti escreveram num idioma simples, vivo e contemporâneo, geralmente desprovido da bagagem clássica e do vocabulário arcaico tão em voga na época. Eles escreviam sobre temas de interesse contemporâneo para o maior número possível de leitores. Muitos de seus escritos satíricos eram anônimos, com datas e locais de publicação falsos e, portanto, deliberadamente clandestinos. Os escritos históricos da academia foram inspirados em Paolo Sarpi, bem como em Maquiavel e Guicciardini, sempre expondo o funcionamento da tirania e, assim, alertando os leitores para os abusos de poder, tanto políticos quanto religiosos. A Accademia degli Incogniti foi particularmente ativa na promoção do teatro musical em Veneza a partir da década de 1630, fundando o seu próprio teatro, o Teatro Novíssimo, que floresceu entre 1641 e 1645. Nos seus libretos para dramas musicais, os intelectuais iconoclastas da academia estabeleceram um tom que era frequentemente franco, chocante e amoral. Entre esses libretistas estavam Giacomo Badoaro, que escreveu Il ritorno d’Ulisse in patria para Claudio Monteverdi, e Giovanni Francesco Busenello, que forneceu a Monteverdi o libreto para a última e maior obra operística do compositor, L’incoronazione di Poppea. Embora a academia seja frequentemente descrita como um grupo de “libertinos céticos exaltando um tipo peculiarmente veneziano de imoralidade”, Loredan era um respeitado senador da República de Veneza. Outros membros também serviram à República como senadores ou vereadores, e a academia permaneceu um centro não oficial de poder político durante várias décadas. Sua influência começou a diminuir no final da década de 1650 e, em 1661, deixou de se reunir.

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Bruckner e Hitler

Bruckner e Hitler

Anton Bruckner tem um fato post mortem muito curioso. Adotada por Hitler, sua música tornou-se um autêntico símbolo do nazismo. Hitler achava sua música muito poderosa, séria, pura e, portanto, ariana. Só que Bruckner, ao contrário de Wagner e Orff, “destornou-se” muito rapidamente.

Imaginem que o Adágio da Sétima Sinfonia foi o tema escolhido por algumas emissoras de rádio remanescentes para anunciar a morte de Hitler. Imaginem que Hitler entrava nos Congressos sob fanfarras da Terceira Sinfonia…

Ocorre que o velho Bruckner — morto em 1896 — entrou nessa de gaiato, pois nunca foi antissemita, mesmo sendo wagneriano de quatro costados. Pelo contrário, muitas de suas obras foram estreadas por maestros judeus, a convite do compositor, além de ser amigo do jovem Gustav Mahler.

Os historiadores da música trabalharam bem nessa.

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Esta bela escultura de Isaac Cordall é intitulada “Políticos falam sobre mudanças climáticas”

Esta bela escultura de Isaac Cordall é intitulada “Políticos falam sobre mudanças climáticas”

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Das afinidades

Das afinidades

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Em carta, Einstein e Arendt denunciaram o fascismo sionista de Israel em 1948

Em carta, Einstein e Arendt denunciaram o fascismo sionista de Israel em 1948

No dia 2 de dezembro de 1948, o jornal americano The New York Times publicou uma carta, assinada por Albert Einstein, Hannah Arendt e Sidney Hook, entre outros, condenando as ações de Menachem Begin. líder do novo Partido da Liberdade, em visita aos Estados Unidos — Begin que depois tornou-se primeiro-ministro de Israel (1977-1983) e Prêmio Nobel da “Paz”

Aos Editores do New York Times:

Entre os fenômenos políticos perturbadores de nossos tempos está a emergência no recém criado Estado de Israel do ”Partido da Liberdade” (Tenuat Haherut), um partido político estreitamente assemelhado em sua organização, métodos, filosofia política e apelo social aos partidos Nazista e Fascista.

Ele foi formado a partir de membros e seguidores do antigo Irgun Zvai Leumi, uma organização terrorista, facção direitista e organização chauvinista na Palestina.

A visita atual de Menachem Begin, líder deste partido, aos Estados Unidos é, obviamente, calculada no sentido de dar a impressão de apoio americano ao seu partido, por ocasião do advento das eleições israelitas e para cimentar laços políticos com os elementos Sionistas conservadores dos Estados Unidos.

Vários americanos de reputação nacional têm emprestado seu nome para dar boas vindas a sua visita. É inconcebível que aqueles que se opõem ao fascismo no mundo, se corretamente informados sobre a história política e perspectivas de Mr. Begin, possam acrescentar seus nomes e apoio ao movimento que ele representa.

Embora esse irreparável perigo ocorra pela forma de contribuições financeiras, manifestações públicas a favor de Begin ou pela criação na Palestina da impressão de que um grande segmento da América apóia os elementos fascistas em Israel, o público americano deve ser informado sobre a historia e os objetivos do Sr. Begin e do seu movimento.

As promessas públicas do Partido de Begin não correspondem, quaisquer que sejam, ao seu caráter real. Hoje falam de liberdade, democracia e antiimperialismo, enquanto até recentemente pregavam abertamente a doutrina do Estado Fascista. É em suas ações que o partido terrorista denuncia o seu caráter real; de suas ações do passado podemos julgar o que dele pode ser esperado fazer no futuro.

Ataque sobre Deir Iassin

Um exemplo chocante foi seu comportamento na vila árabe de Deir Iassin. Esta vila, distante das principais estradas e circundada por terras judaicas, não tomou nenhuma parte na guerra e chegou a contrariar o lado árabe que queria usar a vila como sua base.

Em 9 de abril (The New York Times) bandos terroristas atacaram esta vila pacifista, que não era um objetivo militar na luta, matando a maioria de seus habitantes — 240 homens, mulheres e crianças — e mantiveram alguns deles vivos para desfilarem como cativos através das ruas de Jerusalém.

A maior parte da comunidade judaica ficou horrorizada com aquela ação e a Agência Judaica mandou um telegrama de pesar ao Rei Abdulah da Trans-Jordânia. Contudo, os terroristas, longe de se envergonharem de seu ato, ficaram orgulhosos com aquele massacre, divulgado amplamente e convidaram os correspondentes estrangeiros no país para testemunharem os cadáveres amontoados e a devastação geral em Deir Iassin.

O acontecimento de Deir Iassin exemplifica o caráter e as ações do Partido da Liberdade.

No interior da comunidade judaica eles têm propugnado uma mistura de ultra nacionalismo, misticismo religioso e superioridade racial. Como outros partidos fascistas eles têm sido usados para esmagar as greves e têm-se dedicado à destruição de sindicatos livres. Em seu lugar eles têm proposto sindicatos corporativistas no modelo fascista italiano.

Durante os últimos anos da esporádica violência antibritânica, os grupos IZL e Stern inauguraram um reino de terror na comunidade Judaica Palestina. Professores foram espancados por se pronunciarem contra eles, adultos foram alvejados por não deixarem suas crianças juntar-se a eles. Por métodos de gangsterismo, açoites, quebra-vidraças e roubos em larga escala, os terroristas intimidavam a população e exigia-lhe pesado tributo.

Os membros do Partido da Liberdade não têm nenhuma participação nos logros construtivos na Palestina. Eles não reivindicam nenhuma terra, nenhuma construção de habitações e apenas depreciam a atividade defensiva judaica. Seus esforços de imigração muito propagandeado foram diminutos e devotados principalmente para atraírem compatriotas fascistas.

Discrepâncias Observadas

As discrepâncias entre os bravos clamores que estão sendo feitos agora por Begin e seu partido e a história de sua performance no passado da Palestina não portam a marca de um partido qualquer. Este é o selo de um Partido fascista, pelo qual o terrorismo e o embuste são os meios e o ”Estado Regente” é o objetivo.

À luz das considerações anteriores, é imperativo que a verdade sobre o Sr. Begin e seu movimento seja tornado conhecido neste país. É de toda maneira trágico que a liderança maior do Sionismo Americano tenha se recusado a participar da campanha contra os esforços de Begin, ou mesmo de expor aos seus constituintes os perigos para Israel do apoio a Begin.

Os abaixo assinados, portanto, através deste meio de publicidade apresentam alguns fatos salientes que dizem respeito a Begin e seu Partido; e recomendam a todos os interessados a não apoiarem esta última manifestação do fascismo.

Nova York, 2 de dezembro de 1948

Isidore Abramowitz,
Albert Eistein,
Hannah Arendt,
Abraham Brick,
Rabino Jessurun Cardozo,
Herman Eisen,
Hayim Fineman,
M. Gallen,
HH. Harris,
Zelig S. Harris,
Sidney Hook,
Fred Karush,
Bruria Kaufman,
Irma L. Lindheim,
Nachman Maisel,
Seymour Melmam,
Myer D. Mendelson,
Harry M. Oslinsky,
Samuel Pitlick,
Fritz Rohrlich,
Louis P. Rocker,
Ruth Sagis,
Itzhak Sankowsky,
I.J. Shoenberg,
Samuel Shuman,
M. Singer,
Irma Wolfe,
Stefan Wolfe.

A versão deste documento online foi copiada de um microfilme da edição impressa do The New York Times, pesquisada pela professora universitária Laura Nader e outros acadêmicos na Universidade de Berkeley, Califórnia. Uma versão escaneada pode ser vista, em formato .pdf, em Proquest: University Microfilms.

Fonte: Einstein Internet Archive (marxists.org)

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100 anos da morte de Lênin

100 anos da morte de Lênin

Lênin morreu há exatos 100 anos, em 24 de janeiro de 1924. Seu corpo permanece embalsamado em um mausoléu na Praça Vermelha. Dizem que o custo de mantê-lo é de 200 mil dólares anuais e os Eduardos Leites de lá querem enterrá-lo. Ou talvez privatizá-lo.

Mas Putin afirmou: “De jeito nenhum. Não devemos tocar nisso”.

Até 1961, o corpo de Lênin esteve acompanhado do corpo também embalsamado de Stálin, mas então Kruschev decidiu que Lênin não poderia ficar em companhia de alguém que fez tanto mal ao Partido e o georgiano foi parar num cemitério para finalmente decompor-se.

O embalsamado
A linda Nadezhda Krupskaya, esposa de Lênin, não gostou nem um pouco desse negócio de embalsamá-lo.

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Grave

Grave

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Moro e seu apelido

Normalmente, eu seria absolutamente contrário a chamar o Moro de Marreco. Ele não escolheu grasnar, aquilo veio pré-instalado, não é culpa dele. Só que é tão bom chamar o Conje de Marreco, né? Eu o chamo assim. De Marreco. Sempre.

Aliás, cassem-no, e à Conja Olhuda também. Preciso voltar a achar meu apelido de criança injusto… Eu tinha pés muito grandes para meu tamanho e me chamavam de Pato, na verdade me chamavam de Qüem, que era a voz do Pato… Lembram do clássico da Bossa Nova “O Pato”? Pois é, veio dali. Um apelido cheio de referências culturais!

Injusto nada!, eu gostava do meu apelido e respondia que eu era todo proporcional, com TODAS as extremidades avantajadas…

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Sempre os mesmos, não se erra uma!

Parece que há video do Daniel Alves seguindo a moça até o banheiro e eles saindo, com ela em pânico, chorando. Ela o acusa de tê-la obrigado, através de tapas e ofensas, a praticar felação. Foi o que li.

Se isto é verdade, eu só digo: te fod…, Dani.

É importante dizer que Daniel Alves deu apoio explícito a Bolsonaro nas últimas eleições. Foi também beneficiado pelo desgoverno em um projeto qualquer. Recebeu uma baita verba.

Incrível, a gente lê um disparate, vira, mexe e chega num cidadão de bem.

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Anistia não!

Estava olhando meu twitter e tem muitos, mas muitos vídeos de gado bolsonarista depredando Congresso, STF e Planalto. E deve ter todo um WhatsApp disponível para ser examinado.

Não sei se este pessoal é burro ou se tem certeza da impunidade.

Espero que, após ontem, a possibilidade de anistia seja definitivamente arquivada e que não nos falte judiciário e prisões. Há muito para fazer.

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Um ato diz mais do que mil palavras (por Celso Frateschi)

O que a nomeação dessas duas figuras deploráveis para a transição na Cultura quer nos dizer? Um golpista e outro além de golpista, eleito como bolsonarista, uma das figuras mais pervertidas do cenário político, capaz de se prestar a uma “entrevista” onde relata como estuprou uma mãe de santo?

Estão querendo desdizer todas as propostas que o presidente Lula tem reiterado para a área cultural?

Elegemos Lula e um programa popular onde a cultura tem , como nunca se viu antes, um papel de destaque!

A cultura política carcomida, a qual o povo brasileiro rejeitou nessas eleições, deve prevalecer? Os fascistas ganharam no “!terceiro turno”um premio de Consolação?

O “vale tudo” voltou?

Qual o limite?

O que mais devemos esperar?

Onde estão os nomes ligados à cultura popular?

Onde estão os nomes que construíram a gigantesca contribuição que os governos progressista de esquerda em nosso país realizaram?

Como explicar em nossos comitês essas escolhas de pessoas tão indignas ?

Sabemos do papel limitado e técnico das comissões de transição, mas está claro que nessa transição elas ganharam um significado simbólico muito importante. Porque então sinalizar com esses nomes tão deploráveis?

No meu entender seria muito mais eficaz e eficiente politicamente que nessa transição estivessem apenas nomes que respeitassem minimamente o que temos defendido e não tivesse espaço para machistas, misóginos , racistas, golpistas, fascistas e representantes desse esgoto que levou o nosso país na triste situação em que nos encontramos.

Sou completamente favorável e milititante na frente ampla que se constitui para garantir a democracia .

Numa democracia não acredito que haja espaço para golpistas e fascistas de primeira hora.

Sim a um governo de frente ampla. Não à barbarie política e moral que esses nomes representam.

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A amarelinha é nossa ou é mesmo da extrema-direita?

A amarelinha é nossa ou é mesmo da extrema-direita?

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O discurso completo de Lula no COP27

Em primeiro lugar, quero agradecer a oportunidade de estar aqui no Egito, berço da civilização, que desempenhou um papel extraordinário na história da humanidade.

Quero também agradecer o convite para participar da vigésima sétima Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas. Sinto-me especialmente honrado, porque sei que este convite não foi dirigido a mim, mas ao meu país.

Este convite, feito a um presidente recém-eleito antes mesmo de sua posse, é o reconhecimento de que o mundo tem pressa de ver o Brasil participando novamente das discussões sobre o futuro do planeta e de todos os seres que nele habitam.

O planeta que a todo momento nos alerta de que precisamos uns dos outros para sobreviver. Que sozinhos estamos vulneráveis à tragédia climática.

No entanto, ignoramos esses alertas. Gastamos trilhões de dólares em guerras que só trazem destruição e mortes, enquanto 900 milhões de pessoas em todo o mundo não têm o que comer.

Vivemos um momento de crises múltiplas – crescentes tensões geopolíticas, a volta do risco da guerra nuclear, crise de abastecimento de alimentos e energia, erosão da biodiversidade, aumento intolerável das desigualdades.

São tempos difíceis. Mas foi nos tempos difíceis e de crise que a humanidade sempre encontrou forças para enfrentar e superar desafios.

Precisamos de mais confiança e determinação. Precisamos de mais liderança para reverter a escalada do aquecimento.

Os acordos já finalizados têm que sair do papel.

Para isso, é preciso tornar disponíveis recursos para que os países em desenvolvimento, em especial os mais pobres, possam enfrentar as consequências de um problema criado em grande medida pelos países mais ricos, mas que atinge de maneira desproporcional os mais vulneráveis.

Senhores e senhoras

Estou hoje aqui para dizer que o Brasil está pronto para se juntar novamente aos esforços para a construção de um planeta mais saudável. De um mundo mais justo, capaz de acolher com dignidade a totalidade de seus habitantes – e não apenas uma minoria privilegiada.

O Brasil acaba de passar por uma das eleições mais decisivas da sua história. Uma eleição observada com atenção inédita pelos demais países.

Primeiro, porque ela poderia ajudar a conter o avanço da extrema-direita autoritária e antidemocrática e do negacionismo climático no mundo.

E também porque do resultado da eleição no Brasil dependia não apenas a paz e o bem-estar do povo brasileiro, mas também a sobrevivência da Amazônia e, portanto, do nosso planeta.

Ao final de uma disputa acirrada, o povo brasileiro fez a sua escolha, e a democracia venceu. Com isso, voltam a vigorar os valores civilizatórios, o respeito aos direitos humanos e o compromisso de enfrentar com determinação a mudança climática.

O Brasil já mostrou ao mundo o caminho para derrotar o desmatamento e o aquecimento global. Entre 2004 e 2012, reduzimos a taxa de devastação da Amazônia em 83%, enquanto o PIB agropecuário cresceu 75%.

Infelizmente, desde 2019, o Brasil enfrenta um governo desastroso em todos os sentidos – no combate ao desemprego e às desigualdades, na luta contra a pobreza e a fome, no descaso com uma pandemia que matou 700 mil brasileiros, no desrespeito aos direitos humanos, na sua política externa que isolou o país do resto do mundo, e também na devastação do meio ambiente.

Não por acaso, a frase que mais tenho ouvido dos líderes de diferentes países é a seguinte:

“O mundo sente saudade do Brasil.”

Quero dizer que o Brasil está de volta.

Está de volta para reatar os laços com o mundo e ajudar novamente a combater a fome no mundo.
Para cooperar outra vez com os países mais pobres, sobretudo da África, com investimentos e transferência de tecnologia.

Para estreitar novamente relações com nossos irmãos latino-americanos e caribenhos, e construir junto com eles um futuro melhor para nossos povos.

Para lutar por um comércio justo entre as nações, e pela paz entre os povos.

Voltamos para ajudar a construir uma ordem mundial pacífica, assentada no diálogo, no multilateralismo e na multipolaridade.

Voltamos para propor uma nova governança global. O mundo de hoje não é o mesmo de 1945. É preciso incluir mais países no Conselho de Segurança da ONU e acabar com o privilégio do veto, hoje restrito a alguns poucos, para a efetiva promoção do equilíbrio e da paz.

No pronunciamento que fiz ao fim da eleição no Brasil, em 30 de outubro, ressaltei a importância de unir o país, que foi dividido ao meio pela propagação em massa de fake news e discursos de ódio.

Naquela ocasião, eu disse que não existem dois Brasis. Quero dizer agora que não existem dois planetas Terra. Somos uma única espécie, chamada Humanidade, e não haverá futuro enquanto continuarmos cavando um poço sem fundo de desigualdades entre ricos e pobres.

Precisamos de mais empatia uns com os outros. Precisamos construir confiança entre nossos povos.

Precisamos nos superar e ir além dos nossos interesses nacionais imediatos, para que sejamos capazes de tecer coletivamente uma nova ordem internacional, que reflita as necessidades do presente e nossas aspirações de futuro.

Estou aqui hoje para reafirmar o inabalável compromisso do Brasil com a construção de um mundo mais justo e solidário.

Senhoras e senhores

A Organização Mundial da Saúde alerta que a crise climática compromete vidas e gera impactos negativos na economia dos países.

Segundo projeções da Organização, entre 2030 e 2050 o aquecimento global poderá causar aproximadamente 250 mil mortes adicionais ao ano – por desnutrição, malária, diarreia e estresse provocado pelo calor excessivo.

O impacto econômico de todo esse processo, apenas no que se refere aos custos de danos diretos à saúde, é estimado pela OMS entre 2 a 4 bilhões de dólares por ano até 2030.

Ninguém está a salvo.

Os Estados Unidos convivem com tornados e tempestades tropicais cada vez mais frequentes e com potencial destrutivo sem precedentes.

Países insulares estão simplesmente ameaçados de desaparecer.

No Brasil, que é uma potência florestal e hídrica, vivemos em 2021 a maior seca em 90 anos, e fomos assolados por enchentes de grandes proporções que impactaram milhões de pessoas.

A Europa enfrenta uma série de fenômenos meteorológicos e climáticos extremos em várias partes do continente – de incêndios devastadores a inundações que causam um número inédito de mortes.

Apesar de ser o continente com a menor taxa de emissão de gases do efeito estufa do planeta, a África também vem sofrendo eventos climáticos extremos.

Enchentes e secas no Chade, Nigéria, Madagascar e parte da Somália.

Elevação do nível dos mares, que num futuro próximo será catastrófica para as dezenas de milhões de egípcios que vivem no Delta do rio Nilo.

Repito: ninguém está a salvo. A emergência climática afeta a todos, embora seus efeitos recaiam com maior intensidade sobre os mais vulneráveis.

A desigualdade entre ricos e pobres manifesta-se até mesmo nos esforços para a redução das mudanças climáticas.

O 1% mais rico da população do planeta vai ultrapassar em 30 vezes o limite das emissões de gás carbônico necessário para evitar que o aumento da temperatura global ultrapasse a meta de 1,5 grau centígrado até 2030.

Este 1% mais rico está a caminho de emitir 70 toneladas de gás carbônico per capita por ano. Enquanto isso, os 50% mais pobres do mundo emitirão, em média, apenas uma tonelada per capita, segundo estudo produzido pela ONG Oxfam e apresentado na COP 26.

Por isso, a luta contra o aquecimento global é indissociável da luta contra a pobreza e por um mundo menos desigual e mais justo.

Senhores e senhoras

Não há segurança climática para o mundo sem uma Amazônia protegida. Não mediremos esforços para zerar o desmatamento e a degradação de nossos biomas até 2030, da mesma forma que mais de 130 países se comprometeram ao assinar a Declaração de Líderes de Glasgow sobre Florestas.

Por esse motivo, quero aproveitar esta Conferência para anunciar que o combate à mudança climática terá o mais alto perfil na estrutura do meu governo.

Vamos priorizar a luta contra o desmatamento em todos os nossos biomas. Nos três primeiros anos do atual governo, o desmatamento na Amazônia teve aumento de 73 por cento.

Somente em 2021, foram desmatados 13 mil quilômetros quadrados.

Essa devastação ficará no passado.

Os crimes ambientais, que cresceram de forma assustadora durante o governo que está chegando ao fim, serão agora combatidos sem trégua.

Vamos fortalecer os órgãos de fiscalização e os sistemas de monitoramento, que foram desmantelados nos últimos quatro anos.

Vamos punir com todo o rigor os responsáveis por qualquer atividade ilegal, seja garimpo, mineração, extração de madeira ou ocupação agropecuária indevida.

Esses crimes afetam sobretudo os povos indígenas.

Por isso, vamos criar o Ministério dos Povos Originários, para que os próprios indígenas apresentem ao governo propostas de políticas que garantam a eles sobrevivência digna, segurança, paz e sustentabilidade.

Os povos originários e aqueles que residem na região Amazônica devem ser os protagonistas da sua preservação. Os 28 milhões de brasileiros que moram na Amazônia têm que ser os primeiros parceiros, agentes e beneficiários de um modelo de desenvolvimento local sustentável, não de um modelo que ao destruir a floresta gera pouca e efêmera riqueza para poucos, e prejuízo ambiental para muitos.

Vamos provar mais uma vez que é possível gerar riqueza sem provocar mais mudança climática. Faremos isso explorando com responsabilidade a extraordinária biodiversidade da Amazônia, para a produção de medicamentos e cosméticos, entre outros.

Vamos provar que é possível promover crescimento econômico e inclusão social tendo a natureza como aliada estratégica, e não mais como inimiga a ser abatida a golpes de tratores e motosserras.

Tenho o prazer de informar que logo após nossa vitória na eleição de 30 de outubro, Alemanha e Noruega anunciaram a intenção de reativar o Fundo Amazônia, para financiar medidas de proteção ambiental na maior floresta tropical do mundo.

O Fundo dispõe hoje de mais de US$ 500 milhões, que estão congelados desde 2019, devido à falta de compromisso do governo atual com a proteção da Amazônia.

Estamos abertos à cooperação internacional para preservar nossos biomas, seja em forma de investimento ou pesquisa científica.

Mas sempre sob a liderança do Brasil, sem jamais renunciarmos à nossa soberania.

Conjugar desenvolvimento e meio ambiente também é investir nas oportunidades criadas pela transição energética, com investimentos em energia eólica, solar, hidrogênio verde e bicombustíveis. São áreas nas quais o Brasil tem um potencial imenso, em particular no Nordeste brasileiro, que apenas começou a ser explorado.

Cuidar das questões ambientais também é melhorar a qualidade de vida e as oportunidades nos centros urbanos. Fornecer alternativas de meios de transporte com menor impacto ambiental.

Gerar empregos em indústrias menos poluentes na cadeia industrial da reciclagem, que melhora o aproveitamento das matérias primas, e no saneamento básico, que protege a nossa saúde e nossos rios cuidando da água, elemento indispensável para a vida.

A produção agrícola sem equilíbrio ambiental deve ser considerada uma ação do passado. A meta que vamos perseguir é a da produção com equilíbrio, sequestrando carbono, protegendo a nossa imensa biodiversidade, buscando a regeneração do solo em todos os nossos biomas, e o aumento de renda para os agricultores e pecuaristas.

Estou certo de que o agronegócio brasileiro será um aliado estratégico do nosso governo na busca por uma agricultura regenerativa e sustentável, com investimento em ciência, tecnologia e educação no campo, valorizando os conhecimentos dos povos originários e comunidades locais. No Brasil há vários exemplos exitosos de agroflorestas.

Temos 30 milhões de hectares de terras degradadas. Temos conhecimento tecnológico para torná-las agricultáveis. Não precisamos desmatar sequer um metro de floresta para continuarmos a ser um dos maiores produtores de alimentos do mundo.

Este é um desafio que se impõe a nós brasileiros e aos demais países produtores de alimentos. Por isso estamos propondo uma Aliança Mundial pela Segurança Alimentar, pelo fim da fome e pela redução das desigualdades, com total responsabilidade climática.

Quero aproveitar a ocasião para garantir que o acordo de cooperação entre Brasil, Indonésia e Congo será fortalecido pelo meu governo.

Juntos, nossos três países detêm 52% das florestas tropicais primárias remanescentes no planeta.

Juntos, trabalharemos contra a destruição de nossas florestas, buscando mecanismos de financiamento sustentável, para deter o avanço do aquecimento global.

Quero também propor duas importantes iniciativas, a serem apresentadas formalmente pelo meu governo, que se iniciará no dia primeiro de janeiro de 2023.

A primeira iniciativa é a realização da Cúpula dos Países Membros do Tratado de Cooperação Amazônica.

Para que Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela possam, pela primeira vez, discutir de forma soberana a promoção do desenvolvimento integrado da região, com inclusão social e responsabilidade climática.

A segunda iniciativa é oferecer o Brasil para sediar a COP 30, em 2025. Seremos cada vez mais afirmativos diante do desafio de enfrentar a mudança do clima, alinhados com os compromissos acordados em Paris e orientados pela busca da descarbonização da economia global.

Enfatizo ainda que em 2024 o Brasil vai presidir o G20. Estejam certos de que a agenda climática será uma das nossas prioridades.

Senhoras e senhores

Em 2009, os países presentes à COP 15 em Copenhague comprometeram-se em mobilizar US$ 100 bilhões por ano, a partir de 2020, para ajudar os países menos desenvolvidos a enfrentarem a mudança climática.

Este compromisso não foi e não está sendo cumprido.

Isso nos leva a reforçar, ainda mais, a necessidade de avançarmos em outro tema desta COP 27: precisamos com urgência de mecanismos financeiros para remediar perdas e danos causados em função da mudança do clima.

Não podemos mais adiar esse debate. Precisamos lidar com a realidade de países que têm a própria integridade física de seus territórios ameaçada, e as condições de sobrevivência de seus habitantes seriamente comprometidas.

É tempo de agir. Não temos tempo a perder. Não podemos mais conviver com essa corrida rumo ao abismo.

Se pudermos resumir em uma única palavra a contribuição do Brasil neste momento, que essa palavra seja aquela que sustentou o povo brasileiro nos tempos mais difíceis: Esperança.

A esperança combinada com uma ação imediata e decisiva, pelo futuro do planeta e da humanidade.

Muito obrigado a todos.

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