Mais duas dos meus filhos no Dia da Criança

Estávamos no carro indo a algum lugar, a Bárbara na cadeirinha e o Bernardo já no banco, como se fosse crescido. Passávamos à beira do Guaíba. Paramos. Eu olho para trás a fim de ver como estavam eles. A Bárbara estende o pescoço para ver melhor a paisagem. Sem tirar os olhos da janela, ela faz uma cara de profunda admiração e diz:

— Que piscina gandi!

Eu lavava a louça e o Bernardo estava brincando no chão da cozinha com um caminhão de madeira que eu tinha dado pra ele — eu sempre tinha sonhado em ter um quando criança e nunca tive, confesso que tinha até ciúmes da coisa. O Bernardo pegava um limão, fechava ele dentro do caminhão e anunciava “Entlô!”. Pegava uma laranja e anunciava “Entlô”. Pegava uma maçã e dizia “Entlô”. Pegou um mamão e disse “Não entlô!”. Então eu ouvi algo como RAAAASCH e ele disse:

— Agola entlô!

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Já que é Dia da Criança, duas historinhas

Bernardo, hoje com 34 anos: ele devia ter uns 5 anos e tinha a cabeça lotada de documentários da Discovery Channel ou de outros canais assemelhados. Estávamos chegando na Escolinha dele e, logo em frente, na calçada, um grupo de trabalhadores do DMAE tinha aberto um enorme buraco na rua, fazendo algum conserto no esgoto. O Bernardo olha pra mim bem sério e pergunta:

— Pai, são arqueólogos?

Bárbara, hoje com 31 anos, entra correndo, toda feliz, em casa. Devia ter uns 2 anos e não se aguenta, tem que contar que viu um pássaro falando bem alto, repetindo as mesmas palavras. Pergunto-lhe qual era o pássaro que fazia algo tão incrível:

— Tu não conhece? É o pucabaio!

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