Fernandão e o difícil caminho da simplicidade

É, o difícil é fazer o simples
Bruno Zortea, no Facebook

O time está perfeito, espetacular? Claro quer não. Vamos patrolar o Vasco? Olha, se alguém passar por cima de alguém é mais provável que estejamos SOB o Vasco no próximo sábado. Mas o Inter melhorou muito, basta (re)ver o jogo de ontem. Fernandão e seu auxiliar não tiveram tempo para grande treinamentos. Acertaram apenas a escalação e tiveram a sorte de pegar dois adversários fracos — Atlético-GO e Figueirense. Mas só o fato de terem abandonado algumas invenções de Dorival e principalmente por não fazerem o gênero de substituições tolas como as do ex-treinador, fizeram o time crescer. Mudou muito? Não, negativo, porém Fernandão fixou o excelente Fred como titular na ausência de outros meias e evitou aquelas dorivalices de escalar um monte de “confirmados” (segundo ele) ou um monte de jovens, sem mesclar. Estes têm que entrar um a um, apoiando-se nos mais experientes.

A melhora do time reforça minha tese de que o melhor treinador é o que tem bom senso. É óbvio que eu não poderia treinar um time de futebol mesmo sabendo escalá-lo — pois desconheço a rotina de correções de posicionamentos, posturas, ajustes finos, controle do grupo, etc., mas penso que qualquer auxiliar de uma Comissão Técnica possa assumir o posto de técnico desde que lhe seja dado apoio e que haja organização e uma política de futebol. Por favor, chega de figurões, de magos. O Inter tem uma vaga política futebolística, mas Fernandão tem boa postura e apoio. É um ídolo do clube e isto lhe bastou para esta arrancadinha. Fundamentalmente, está longe de ser um tolo: como sabe que não é treinador — por enquanto é apenas um bom escalador de time — fez o Inter trazer do Catar um auxiliar técnico muito respeitado: Josué Teixeira, que trabalhava com Abel Braga, este sim um técnico de futebol.

O trabalho começa com duas vitórias que não garantem nada, mas já sabe melhor do que o de Dorival. Fernandão não perde os jogos na véspera, desculpando-se com desfalques por lesões, convocações ou cartões. Disse quando assumiu: o time que eu escalar é o Inter e será cobrado como o Inter é sempre cobrado. E foi esperto o suficiente para não tentar ser gênio. Apenas botou em campo a escalação que a gente imagina a mais equilibrada. E fim.

E é óbvio que desejo a Fernandão toda a sorte do mundo.

Com a simplicidade de Fernandão, até Elton voltou a parecer um jogador de futebol

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A tabela do Brasileiro de 2012 é completamente diferente das dos anos anteriores. Vários clubes dispararam e a necessidade de pontos para a Libertadores será muito maior. Um campeão como o Corinthians, vencedor com menos de 66% dos pontos, está fora de questão. O Atlético-MG tem 85% e o Vasco 81%. O Grêmio, com pontuação de líder (66%), está em quarto lugar e os rebaixados têm o mais baixo percentual de aproveitamento dos últimos anos. A tabela não está achatada, muito pelo contrário. O site de estatísticas Chance de Gol avisa que os pontos necessários para a Libertadores não são mais os 63, 64 dos últimos anos, mas 74.

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