Obrigado, Fernando Guimarães!
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Porque sou Goiás hoje
Sou Goiás porque sou colorado e colorados torcem sempre contra os interesses do Grêmio e vice-versa.
Sou Goiás porque sou um baita de um filha-da-puta que gosta de tirar sarro de gremistas.
Sou Goiás porque será cada vez mais comum times brasileiros vencerem a Libertadores — temos o melhor futebol de clubes do continente, o mesmo não digo sobre seleções — e é bom que o Grêmio fique afastado destes festins.
Sou Goiás porque o Goiás não irá muito longe na Libertadores 2011.
Sou Goiás porque defendo os fracos. (Puff!)
Sou Goiás porque me divirto com as grandes decepções e a torcida do Independiente sofrerá enorme uma frustração in loquo.
Sou Goiás porque adoro quando tudo está preparado para a vitória e sai tudo errado.
Sou Goiás porque Marcão joga lá.
Sou Goiás porque Fernandão é.
Sou Goiás porque me agrada o anticlímax da classificação domingo X a desclassificação de hoje.
Sou Goiás porque é o Brasil na Sul-Americana. [Grupo Arquibancada Colorada do Google]
Sou Goiás porque quero ver o Grêmio fodido. [Grupo Arquibancada Colorada do Google]
Sou Goiás porque lugar de gazela é assistindo a Libertadores sentadinho no sofá. [Grupo Arquibancada Colorada do Google]
Sou Goiás porque nosso caminho ao Bi da Recopa será facilitado contra o time brasileiro, fugindo do Independiente. [Grupo Arquibancada Colorada do Google]
Sou Goiás, porque prefiro que esse título venha para o Brasil, mais uma vez. [Grupo Arquibancada Colorada do Google]
Sou Goiás porque eliminaram o gazeledo no xiqueróvsky na estréia de Renato Guadalupe, um dia após nosso Bi da América, e na ocasião ouvi as bibas dizendo: — Campeonato de segunda linha, o Grêmio precisa é sair dessa situação (no zonão na época). [Grupo Arquibancada Colorada do Google]
Agora pergunto, será que eles não preferiam estar na situação do Goiás hoje? Rebaixado pra segunda divisão (nenhuma novidade pra eles) e disputando um título continental inédito que daria a vaga pra Libertas do ano que vem. [Grupo Arquibancada Colorada do Google]
Sou Goiás desde pequeno porque hoje quero ligar para um amigo gazélico e perguntar : — E aí, ´tomô´? [Grupo Arquibancada Colorada do Google]
Goiás x Independiente, o jogo do ano, sem dúvida
Campeões de Tudo
Eu estou no andar de cima, depois da placa do Jornal do Comércio. Cheguei em casa às 2h45.
Em 27 meses, ganhamos todos os títulos internacionais possíveis: Libertadores, Mundial, Recopa e Sul-Americana. Temos todos os campeonatos do calendário atual brasileiro e do continente: Estadual, Copa do Brasil, Brasileiro e os já citados. Nas últimas 12 decisões, vencemos 11.
E ontem, pressentindo Nilmar, publiquei este texto no Impedimento:
Ah, antes porém, publico cópia do e-mail de Luis Felipe dos Santos, colaborador do Impedimento:
Caro Joseph Blatter,
Solicitamos por meio deste autorização para disputar outros torneios continentais, na Europa, América do Norte, África e Ásia. Como nos consagramos campeões de tudo que existe, ficou muito complicado estabelecer prioridades de agora em diante. Estamos em busca de novos horizontes, portanto, achamos que você poderia nos fazer essa cortesia.
Com carinho,
S.C.I
P.S.: não temos planos de ganhar a segunda divisão, favor não insistir.
Colorados em chamas…
Horror a intermediários
No dia 7 de novembro de 2001, saí da Feira do Livro e fui direto para o Beira-Rio. Jogavam Inter x São Paulo. Pelo Inter, entravam em campo João Gabriel; Barão, Gilmar Lima, Fábio Luciano e Wederson; Leandro Guerreiro, Carlinhos, Silvinho e Jackson; Daniel Carvalho e Luís Cláudio. Pelo São Paulo vinham Rogério Ceni; Reginaldo Araújo, Émerson, Júlio Santos e Gustavo Nery; Maldonado, Fábio Simplício, Kaká e Júlio Baptista; Luís Fabiano e França. E eu estava confiante.
Começa o jogo e o Inter, cheio de entusiasmo, parte para cima do São Paulo. Dava pena de ver. Era um banho de bola. Aí Kaká puxou um contra-ataque e cruzou para França fazer 1 x 0. Um detalhe, claro, ainda mais que no minuto seguinte Silvinho empatava o jogo e nós, os trouxas que assistíamos a partida, nos preparávamos para ver a virada. Empilhávamos chances de gol, nossos gols estavam maduros, podres até, vários deles. O primeiro tempo terminou empatado. 1 x 1.
Começou o segundo tempo e Luís Fabiano cruzou para França desempatar. Uma sacanagem, jogávamos muito melhor. Continuamos perdendo gols quando Gustavo Nery cruzou para Luís Fabiano fazer o terceiro. Mas reagimos e parecia que parte da injustiça seria sanada porque nossa pressão era irresistível. Sim, chegaríamos ao empate. Só que Gustavo Nery mandou uma bomba de longe e ficou 4 x 1. Meu deus, que bosta, que injustiça.
No dia 30 de junho de 2002, entravam em campo Brasil e Alemanha. O Brasil trazia Marcos; Lúcio, Edmílson e Roque Júnior; Cafu, Gilberto Silva, Kléberson, Ronaldinho Gaúcho e Roberto Carlos; Rivaldo e Ronaldo. A Alemanha vinha com Kahn, Linke, Ramelow, Metzelder e Frings; Hamann, Jeremies, Schneider e Bode; Neuville e Klose. Eu estava em Bento Gonçalves, curiosamente com um grupo de alemães. O jogo foi igual: o que a gente fazia aqui, eles faziam lá. Era uma partida perigosíssima, mas vocês lembram muito bem como terminou. Rivaldo, Ronaldo e Kahn fizeram a toda a diferença e os alemães discutiam entre si, dizendo que seu time igual ao nosso, só que…
É por isso que gosto dos jogadores decisivos. Você pode empilhar dez Luís Cláudios no seu time que eles não farão um Luís Fabiano. Pior, o São Paulo poderia enfiar 18 Maldonados em seu meio campo que eles não chegariam à eficiência de um França. Exagero? Claro que sim, os gregos criaram a figura da hipérbole para intensificar um fato até o inconcebível e os lógicos adoram hipérboles. Por isso, digo que 23 Rivarolas não fazem um Jardel, 34 Ramelows não criam fenômeno nenhum, 52 Edmílsons não superam um Rivaldo e 61 Baideks não fariam o que um Renato fez em Tóquio.
É por isso que gosto dos jogadores decisivos. Hoje à noite, podem estar em campo 43 Edinhos, mas os importantes serão Alex, Nilmar e Lauro, nossos caras terminais. Os goleadores, com frieza de toureiro e sangue frio de assassino esquizofrênico, são sempre os mais valiosos jogadores em campo. É por saber o momento do tiro ou por aproveitarem a passagem burra do touro descontrolado a sua frente, que vimos Romário jogar e fazer gols até os 67 anos, que vemos Túlio goleador aos 84 anos e é por isso que são tolos aqueles que criticam Alex quando ele trota em campo. Alex não jogou nada na Bombonera? Ora, não me façam rir. Na hora do cruzamento de D`Alessandro, ele estava lá fazendo o que poucos sabem fazer.
E é por isso que gosto também de grandes goleiros. O cara que fica ali não pode falhar, ainda mais num jogo decisivo. O mundo não lembrará de Kahn pelos 112 campeonatos alemães que levantou, mas nunca esquecerá que, quando Rivaldo chutou aquela bola, ele a soltou e ficou nadando no ar enquanto o matador Ronaldo Fenômeno chutava a bola para as redes com a certeza do toureiro matador que sabe que ou é o touro ou é ele mesmo (então, que seja ele!). O são-paulino mais fanático sempre lembrará de Ceni no Japão, mas nunca esquecerá que ele facilitou as coisas para Fabiano Eller naquele segundo de auto-suficiência. O colorado mais fanático sabe de seus títulos, porém sempre lembrará de Clemer como um goleiro nervoso e hesitante, sabendo que só um doido varrido esquizo alucinado e viciado terá a coragem e calma de pegar um escanteio batido por Nelinho com uma mão só, pois a outra tinha, naquele dia, escondidos sob a luva, seus dedos retorcidos novamente quebrados.
Num time campeão, até o roupeiro vence, mas só alguns são decisivos. Decisiva para a vida da batata é a mão que a planta e os dentes de quem a come. O resto são contingências. Decisivo na vida da galinha é quem a choca e minha avó que, caminhando e sem deixar de conversar comigo, pegava o bicho e, para meu horror, torcia docemente o pescoço de nosso almoço. O resto é milho, cacarejos e carregadores de pianos.
Por Milton Ribeiro.
A batalha de La Plata
Ah, que equipazo el inter!! por dios!! mejor que aquel campeón de America inclusive… imparables, e impasables.
O primeiro e-mail do Sr. 1:
Miltão,
estaremos, todo o STAFF colorado, assistindo a Inter e Estudiantes Boca no bar X. Trata-se de um bar sujo, fétido e mal-freqüentado, mas de muita personalidade. Fica na Rua Y, quase esquina com a Z (rua do lado da Igreja tal). Estaremos por lá a partir das 21h45.
A resposta do Sr. 2:
Creio que verei o jogo em casa. Ando precisando ECONOMIZAR um pouco.
O Sr. 1 retorna:
Eu acho temerário não ver o jogo na Estância de Dom A., sempre ganhamos lá, mas tudo bem. Aliás, 2, posso cobrir.
Eu escrevo para os dois:
Eu tb posso dar cobertura financeira… O 1 dá a outra.
O Sr. 2 torna-se épico:
2 a 1 para o Colorado. Será interrompida a seqüência de 43 jogos invictos do Estudiantes em seu estádio e mais um “copero” rastejará diante do gigante de armadura vermelha.
Cada vez mais percebo que me torno uma pessoa extremamente VOLÚVEL quando o assunto é convite para bares. Pois então vamo-nos embora pinchar aquelas ratazanas.
Já estou com uma sede enlouquecedora.
ahuahah
Abraços.
Fomos. Resultado: Estudiantes 0 x 1 Inter
Saio cedo, logo após a partida, à meia-noite. Acordo às 6h30.
Novo e-mail do do Sr. 2:
Eu tento, eu vou atrás dos times COPEROS, mas todos eles querem até a morte se abaixar pra chupar a GLANDE VERMELHA. Continuaremos, sempre e sempre, buscando uma CHINA mais difícil.
Gazela, cabrita, RATAZANA, é tudo a mesma merda.
E DÁ-LHE COLORADO!
Chamas profundas, trago infinito.
Se ganhar a Sul-Americana, o Inter terá conquistado, em 27 meses, todos os títulos internacionais da FIFA possíveis a um suda (*): Libertadores, Mundial, Recopa e Sul-Americana. Das 11 últimas finais que disputamos, vencemos 10. A única exceção foi o Campeonato Gaúcho de 2006, perdido para o Grêmio.
Não dava para escrever muito. Ainda bem que o Monólogo de toda sexta-feira já está escrito, formatado e agendado. Agora, ao trabalho!
(*) Suda: do espanhol “sudamericano”.