Acaba de acontecer algo muito inusitado. Ontem à tarde, fomos levar um “De cu pra Lua”, ótimo livro do Nelson Motta, ali no Menino Deus.
A compra tinha sido feita por um homem. O ciclista chegou ao local, abriram-lhe a porta e ele disse para Beltrana que queria fazer uma entrega para Fulano do ap. 103. Beltrana perguntou o que era.
— Um livro que ele comprou.
— Ah, sim. Deixa eu ver. Está pago?
— Não, está escrito aqui que ele vai pagar em dinheiro.
Ela examinou com atenção o volume e perguntou o preço. Pagou e nosso ciclista retornou com o dinheiro.
Agora de manhã, Fulano nos liga indignado. Cadê o livro, pô? Me dá a maior mijada e eu tranquilo, pois o livro tinha sido entregue.
— Entregue pra quem?
Consulto o ciclista e respondo.
— Para uma moça. Não sabemos o nome.
— Mas eu não conheço ninguém no prédio! E todos os porteiros são homens!
— Bem, ela até pagou…
Fulano cai na risada.
— Acho que consegui uma venda pra vocês, mas, por favor, podem me trazer outro “De cu pra Lua”? Venham até a minha porta. Sou um cara alto, 1,90m, grisalho, uso óculos…
Já mandei. Espero que chegue.