A tragédia do Sistema Cantareira: mas não era para sermos o celeiro de água do mundo?

A tragédia do Sistema Cantareira: mas não era para sermos o celeiro de água do mundo?

Fico fascinado pelo provável fim do Sistema Cantareira. Mesmo sendo ignorante no assunto, busco informações diariamente. Trata-se de um gênero de tragédia que infelizmente deverá tornar-se comum nos próximos anos. Como o fazer político é cada vez mais campo de empresários e religiosos com uma minoria de quixotes, não vejo como escapar de uma sucessão de tragédias como essa do Cantareira.

Acompanhar o dia-a-dia do Sistema Cantareira é como acompanhar a marcha do placar de um jogo com atualizações on-line. O jogo parece previamente perdido, mas a atração que sinto por observar a decadência da coisa faz-me permanecer atento. Claro que não é uma questão pessoal. São Paulo viverá um cenário de enorme privação, dependente da vazão natural da água, sem reservas, o que fará com que o abastecimento de água ocorra, quem sabe, duas ou três vezes por semana, em horários limitados. E o atual sistema era para atender a 8 milhões de seres humanos.

Entendam, neste cenário, que não está muito longe de ocorrer, a população só será atendida se chover, já que não haverá água nos reservatórios. Como está agora, a matemática reencher o Cantareira e evitar situações extremas não é simples. Depende de chuvas muito acima da média, o que não deverá acontecer devido ao desmatamento, e diminuição do consumo. Não é nada divertido.

Toda esta situação crítica ocorre justamente na maior cidade do país que é — é ainda? — o maior manancial e celeiro de água do mundo. Os políticos, a grande imprensa e o Ministério da Agricultura não gostam de falar nisso, mas o caso do Cantareira é filho do desmatamento.

Existe uma relação entre as árvores, quaisquer árvores, com as chuvas. Basta ver que a mata que ronda Bombinhas, onde estou, gera chuvas diárias. Pouca gente lembra disso. As matas, a arborização urbana ou mesmo as plantas de jardim podem ajudar a aumentar a umidade da atmosfera, gerar nuvens de chuva, reduzir a irritação da poeira no ar e ainda diminuir o calor. E o que ronda o Cantareira é o desmatamento.

Os primeiros lances demonstram o desespero da Sabesp e a estupidez dos políticos. Eles querem apenas a diminuição do consumo, como se isso fosse resolver o problema. Na causa do mesmo, todos evitam falar. A partir da conta de fevereiro, serão cobrados 40% de multa para quem consumir até 20% a mais do que a média entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014. E quem ultrapassar 20% dessa média será multado em 100% sobre o gasto com água, o que representará metade de uma conta certamente alta.

Ampliar a produção de água de outros sistemas, como o do Billings e outros, são alternativas apenas viáveis, segundo os especialistas, a médio ou longo prazo, pois eles não foram projetados para demandas tão altas. Como o Cantareira atende a 8 milhões de pessoas, seria necessária fazer a ampliação dos sistemas existentes além de novas estações de tratamento. São coisas demoradas. Uma alternativa seria a de lançar água não tratada na rede, mas isso poderia contaminar os usuários. Seria água não potável, já pensaram?

Tem gente que fala em êxodo da população da cidade, como num filme americano de bomba nuclear, mas como isso ocorreria? Não sei.

Da raiz do problema — o desmatamento, o descontrole e desrespeito ecológico –, quase ninguém fala. Parece que a culpa é apenas das chuvas e estas são mandadas (ou não) aleatoriamente, por São Pedro.

cantareira

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Apesar de terem razão, ecologistas são chatos e preguiçosos

Geralmente as sacolas plásticas têm mais conteúdo do que os ambientalistas.

Ricardo Henriques, vulgo @calhau

Não sei o motivo pelo qual tanta gente chata se interessa por ecologia. É algo complicado. Conheço uns legais, mas afirmo que são minoria. Parece que certos temas são perseguidos por chatos. É algo a ser analisado e combatido, porque o meio ambiente… Não, eu não!

Eu talvez tenha feito a minha parte ao apoiar as decisões daqueles que projetaram nossa casa de forma um pouco diferente e original. Construímos com dificuldades ainda não totalmente pagas um pequeno edifício de dois apartamentos e terraço de uso comum. No primeiro andar ficamos nós, no de cima a família do irmão de minha mulher — que não mora mais lá — , e no térreo é a garagem e os quartos dos guris (Bernardo e Bárbara). Na verdade, quem concebeu as novidades mais econômicas e corretas do ponto de vista ecológico foi o irmão da Claudia, que é engenheiro — essa raça cheia de fantasia, principalmente a que de são objetivos. A construção foi lenta, mas as características que vou tentar descrever abaixo tiveram pouca influência na demora. O que influenciou mesmo foram “os recursos” e a necessidade de obter empréstimos em meio a obra.

O que há de diferente em nossa nova casa:

1. As paredes duplas.

Objetivo: manter o conforto térmico sem gastar carradas com ar condicionado.

Construir um prédio com operários brasileiros e com especificações diferentes das habituais é uma coisa para loucos. A nossa construção possui paredes duplas de tijolos maciços. Entre elas, fica o melhor isolante térmico, o ar. Mas os pedreiros demonstraram sempre uma insopitável vontade de preencher o ar entre elas com cimento… Ai, meu Jisuis, até todas as possibilidades de acesso ao vão serem fechadas, tivemos que conviver com a ameaça de ver o conforto térmico planejado ir pelos ares ou ser tapado por cimento. Não foi uma vez que um pedreiro começou a virar baldes de cimento naquele espaço inútil…

Resultado prático: Nulo. Quando esquenta, os habitantes (inclusive eu) abrem as janelas. Quando esfria, tudo é fechado. As paredes duplas são boicotadas pelos habitantes.

2. O telhado de grama.

Objetivo: o mesmo anterior.

Muito comum na Europa e principalmente nos países nórdicos, o telhado de grama fica sobre o terraço impermeabilizado, acrescido de uma geomembrana, utilizada também em lagos artificiais. A grama, assim como nós, precisa manter sua temperatura estável. Para sobreviver, utiliza sua umidade. Claro que, se tivermos um gramado sobre a casa, quem estiver em baixo receberá o ganho secundário de não ter uma potencial estufa em seu teto. Protegido desta forma e com muita fé na ciência — ou seja, com as quatro paredes laterais e o teto livre da canícula — , o irmão da Claudia não previu a colocação de nenhum ar condicionado, não fazendo nem os buracos nas paredes para recebê-los.. Nós, mais céticos, aprovamos as idéias, mas mantivemos nossos buracos… Afinal, nossos termostatos parecem ter sido regulados na Suécia; odiamos o calor excessivo. A curiosidade é que o banco financiador, o Banrisul, por pura ignorância, não aprova projetos com telhados de grama. Apesar de toda a documentação apresentada, eles morrem de medo de infiltrações na construção que lhes servirá de garantia em caso de não pagamento. Ou seja, cidadãos comuns como nós estamos mais avançados do que o estabelecido pelos “técnicos” do banco financiador.

Resultado: Nulo, enquanto não nos livrarmos do Banrisul.

3. Reaproveitamento da água.

Objetivo: óbvio.

A maior parte da água consumida em uma casa é aquela que finaliza nossos nros. 1 e 2 diários ou, sendo mais claro, vai para as privadas. A água das privadas de nosso prédio será aquela que já foi utilizada em nossos banhos, na lavagem de nossa louça, etc. Esta é mais uma idéia do irmão da Claudia – o qual até tem nome, chama-se Natal, uma tragédia que herdou. Ele é engenheiro mecânico e trabalha no DMAE (Departamento Municipal de Água e Esgotos) de Porto Alegre, conhece estas coisas de hidráulica. Porém, toda vez que um técnico vai em nossa casa fazer algum reparo, pergunta:

— Isto foi projetado pelo professor Pardal?

Resultado: acho que funciona.

4. Sombreamento de áreas do pátio com trepadeiras e plantas frutíferas.

Objetivo: produzir sombra no verão e deixar passar o sol no inverno.

No pátio, temos maracujás e parreira e bergamoteira e alfazemas e trepadeiras e manjericão para o pesto. Com o tempo, descobri que os corretos ecologistas são bons de promessa, não de botar água nas plantas. Sobra sempre para mim que, menos ambientalista e mais político, nego-me a ter um DOI-CODI de plantas em casa. Extingui de vez a Central de Torturas, que só se mantém no terraço, a fim de que sirva de lição para a humanidade não provocar outros holocaustos. Quando começaram as mortes, fui obrigado a assumir toda a plantação — menos a do terraço. Os ecologistas me veem da janela e, por vezes, abanam ou puxam conversa. Só.

Resultado: há alguma felicidade entre as plantas, mas não é devida a quem planejou a coisa.

5. Composteiras e outras bichices.

Os ecologistas cansaram, outros ficaram com medo de ratos e outros animais ferozes. Nunca saíram dos planos.

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Em respeito e defesa da vida animal

Minha filha estava me ameaçando de morte. Exigia que eu postasse isso. Então tá.

O Projeto de Lei n. 215/2007, que institui o Código Federal de Bem-Estar Animal, de autoria do Deputado Federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP), é um forte instrumento legal de defesa animal. Acompanha as exigências da União Européia, vedando práticas e regulamentando atividades na área de produção animal, experimentação e controle populacional de animais em meio urbano. Aprovar um projeto deste porte no Congresso Nacional é bastante complexo, pois a maioria dos parlamentares não se importa com a vida animal. Por isso, precisamos demonstrar a força das pessoas que amam e defendem os animais com este abaixo-assinado, pedindo urgência na aprovação do Código de Bem-Estar Animal.

Por outro lado, deputado aprova lei de “TORTURA DE ANIMAIS”. O deputado Edson Portilho, do Rio Grande do Sul, teve a desventura de criar um projeto de lei que permite que os animais sejam torturados e sacrificados em rituais religiosos. O parlamentar, sabendo que os protetores dos animais se manifestariam, fez a seguinte trama: marcou a apresentação para votação da lei num dia de julho, mas fez um chamado urgente e marcou a reunião às pressas, mais cedo. Os únicos avisados foram os demais deputados. Ou seja: não havia defesa. Os animais não tiveram oportunidade de ter pessoas que os representassem. Quem poderia responder por eles? E aconteceu o que mais temíamos: houve 32 votos contra os animais e apenas 2 a favor.

Endereço do Abaixo Assinado eletrônico:
http://www.leideprotecaoanimal.com.br/
Não podemos deixar uma barbaridade dessas assim.
Precisamos de 500 mil assinaturas.

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