Futebol argentino

Futebol argentino

Há dois livros de títulos um tanto incorretos (capas abaixo) e que são incríveis.

Neles, Alejandro Fabbri documenta uma outra face do glorioso futebol argentino, revelando subornos e manipulações — dirigentes e árbitros envolvidos em propinas e arranjos de resultados, especialmente para evitar rebaixamentos –, violência — revoltas de hinchas agressivos, tentativas de linchamento de árbitros e a pauleira generalizada nas arquibancadas e campos — e a cumplicidade política — as negociatas com o poder e o silêncio que manteve as irregularidades escondidas por décadas, demonstrando que esses problemas têm bem raízes profundas.

Olha, são livros deliciosos e inacreditáveis. Árbitros voltando para o estádio montados a cavalo nos anos 20 a fim de fazer a torcida voltar para a arquibancada, torcedores preparando uma forca para um juiz (que foi salvo no último momento sendo levado para o hospital com graves ferimentos e comoção cerebral), corrupção generalizada, uma beleza. Tchê, são histórias inauditas e que dão o que pensar sobre a importância do futebol para nossos vizinhos. Brasil, o país do futebol? Só na linda música do meu xará Nascimento.

(Se alguém quiser os livros, melhor ir à Argentina. Mesmo lá, custam uma fortuna. Aqui nem se fala. Tive a sorte de comprá-los quando não eram raros).

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