O estuprador da General Câmara

Pois meus sete leitores, sou uma pessoa discreta, mas o que posso fazer se as circunstâncias costumam me atrapalhar?

Dia desses, semanas atrás, estava saindo do Sul21 no horário do almoço, acompanhado por colegas. Caminhávamos pelo corredor de nosso prédio em direção à rua, conversando animadamente. Quando dobramos à direita para descer nossa querida Ladeira, a Carmen viu uma amiga e desgarrou do grupo. Fui olhar com quem ela falava e tum!, bati em algo que estava na minha frente. Senti a pancadinha mais ou menos na altura do púbis. Tudo se passou em menos de um segundo: bati em alguma coisa, não vi direito o que era e, no reflexo, tratei de segurá-la para não cair. Quando olhei melhor o que tinha ocorrido, eu estava com as duas mãos na cintura de um sujeito que estava agachado, amarrando o sapato. Deve ter sido uma cena idílica.

Nossa repórter Rachel Duarte, de família materna italiana, é muito pouco silenciosa e deu uma risada que foi ouvida desde a Biblioteca Pública até a Rua da Praia. A vítima ergueu-se rapidamente, não olhou para trás e desceu a rua a toda a velocidade, trotando em marcha atlética. Pude comprovar que, realmente, quem tem, tem medo. Após a surpresa, comecei a rir da reação do moço que estivera em tão comprometedora posição segundos antes.

Mas, porra, como é que o sujeito está em tão boa forma física que amarra o sapato apenas dobrando o tronco? Ah, essas academias! E quem é que mandou ele fazer aquilo no meio da calçada, mostrando-se para todos em vez de encostar-se a uma parede, até porque ficaria mais protegido, não? Na tarde daquele dia, a Rachel me mandou, pelo Facebook, dezenas de fotos de gente amarrando os sapatos, a maioria de costas para a parede.

Que é como se faz essas coisas.

Antes de ir ao tênis, fique de costas para uma parede, por favor. Afinal, EU pode estar próximo.

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Mudança

O estranho em tudo isso é que nunca dei muita importância à localização de meu trabalho, sempre pegava minhas coisas, ia e fim. Mas agora é impossível ignorar. O Sul21 mudou-se para a Rua da Ladeira, também conhecida por seu nome oficial, Rua Gen. Câmara. Ficamos entre a Rua da Praia, de nome oficial Rua dos Andradas, e a Riachuelo.

Neste trajeto em subida, encontramos muitas atrações:

1. À direita, o Bar e Choperia Tuim (desde 1941).

2. Depois, ainda à direita, o sebo Ladeira Livros.

3. Atravessando a rua, o sebo Nova Roma.

4. Voltando ao lado direito da rua, um pequeno restaurante chamado Gramado Gold. Serve almoço ao custo de R$ 8,90 e, ao menos ontem, um café espresso aguado. Vão melhorar, espero.

5. No mesmo lado, o sebo Beco dos Livros.

6. Bem na frente, do outro lado da rua, claro, o prédio do Sul21.

7. Adiante, ao lado, o Cine Bancários.

8. Ainda à esquerda, o sebo Dante, que ou está em reformas ou está fechando.

9. Voltando ao lado direito, O sebo Estação Cultura e,

10. do outro lado, a Biblioteca Pública do Estado.

Nada a reclamar.

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