As séries de TV… e Pesquisa mostra que assistir televisão emburrece

Engraçado como as pessoas VEEM mesmo TV. Eu nem lembro de ligar. Ainda mais para ver séries. Não entendo quem vê séries. Seria amor ao previsível? Pois aqui em casa houve uma curta febre de House. Sinceramente, eu queria que ele fosse meu médico. Vai me ofender — talvez me bata — , mas vai me salvar. O homem salva todo mundo. Nunca vi um caso daquela equipe acabar em desgraça. Estropiados ou não, sabemos que sairão ofendidos, humilhados e vivos para suas existências televisivas. Muito chato.

No passado, os guris capitanearam uma febre de Friends. Era muito mais grave, porque em Friends há uma claque que avisa o telespectador idiotizado o momento de rir. É uma especie de emoticon sinalizador de bom humor ou dizendo “perceberam?, foi uma piada!”. Nego-me a assistir um programa que me indica quando rir. É como os desenhos animados do passado, que tinham uma bolinha indicativa na letra das canções. Agora, todo mundo segue a bolinha, tá?

Ontem, no twitter, o Andrehp — além de dizer que para quem pensa pouco tudo é imprevisível — descreveu as séries como uma espécie de doença. Concordo. É como se a necessidade de ficção das pessoas estivesse de tal forma distorcida que uma tênue historinha de final conhecido já fosse suficiente. Parece-me que nos últimos dias houve o final de uma temporada de Lost. Quem esteve na internet por esses dias pode sentir a algaravia em torno do fato fundamental. O plot é um fenômeno de verossimilhança. Um avião cai ou faz um pouso de emergência numa ilha. Muitos ou todos se salvam. Ficam lá por dias e dias, infelizmente. Começa a luta pela sobrevivência. As paixões aparecem e os acontecimentos se precipitam. As mulheres devem ser gostosas e só pode ter a boa, a má, a esperta, a infiel, a covarde que faz mal por ser covarde, a estóica, etc., todos com seus equivalentes masculinos. É um grupo humano do qual podem ser retiradas mil histórias e que devem ter mais para se preocupar do que chamar a atenção do mundo para seu isolamento. Um Robinson Crusoe em grupo, com californianos. Não sei há nativos, mas se há devem ser inimigos e os maus aderem a eles, tramando a tomada do poder na ilha. Do cacete, nunca vi disso!

Enquanto isso, meu cunhado Natal Antonini me envia um interessante texto:

Pesquisa com mais de mil crianças mostra que assistir televisão emburrece
Publicada em 03-05-2010
O Globo com agências internacionais

RIO – Uma polêmica que está sempre indo e vindo, virou hit com os Titãs (“a televisão me deixou burro muito burro demais“) e é alvo de inúmeros estudos científicos volta à tona a partir de uma nova e enorme pesquisa da Universidade de Montreal, no Canadá: assistir à televisão emburrece as crianças, como mostra reportagem do The Independent . Os cientistas acompanharam 1.314 crianças nascidas em Quebec entre 1997 e 1998, com idades entre 29 meses (2 anos e meio) e 53 meses (4 anos e meio) até chegarem aos 10 anos. Seus pais precisavam relatar quantas horas os filhos assistiam à TV e os professores avaliavam a evolução acadêmica delas, suas relações psicosociais e seus hábitos de saúde. Em média, as crianças de 2 anos assistiam a 8,8 horas por semana à TV e as de 4 anos, uma média de 15 horas por semana. A pesquisa foi publicada nesta segunda-feira no Archives of Pediatrics & Adolescent Medicine.

Os pesquisadores descobriram que os pequenos que passavam mais tempo em frente à telinha eram piores em matemática, comiam mais junk food e sofriam mais bullying ( como saber se seu filho é vítima de bullying – e como ajudá-lo ) de outras crianças.

As descobertas mostram que há evidências científicas de que a TV prejudica o desenvolvimento cognitivo e que o governo canadense deveria limitar o número de horas das crianças em frente à TV. Os pediatras americanos já recomendaram que aquelas com menos de 2 anos não deveriam assistir à TV alguma e as mais velhas deveriam ter um limite diário de 2 horas por dia no máximo. A França já proíbe programas para crianças com menos de 3 anos e a Austrália recomenda que as entre 3 e 5 anos não assistiam a mais de uma hora por dia.

Os cientistas que conduziram o estudo afirmaram que a fase pré-escolar é importantíssima para o desenvolvimento do cérebro e que o tempo em frente à TV é um desperdício e pode levar à aquisição de hábitos ruins. A autora do estudo, Linda Pagani, da Universidade de Montreal, disse que o impacto negativo de se assistir à TV nesta idade permanece por toda a vida.

— Nossa descoberta mostra que este é um problema de saúde pública e que deveria existir um guia com diretrizes da Academia America de Pediatria sobre o número de horas recomendado em frente à TV.

O psicólogo Aric Sigman, que fez a revisão de 30 estudos científicos sobre TV e computadores, disse que os programas mostrados nos aparelhos modernos têm uma velocidade de edição mais rápida, sons mais altos e cores mais intensas do que nos anos 60 e 70, e que isso afetaria “dramaticamente as nossas mentes”.

http://oglobo.globo.com/vivermelhor/mat/2010/05/03/pesquisa-com-mais-de-mil-criancas-mostra-que-assistir-televisao-emburrece-916482250.asp

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