Ontem à noite, no StudioClio, durante um bem-humorado e civilizadíssimo evento, com direito a excelente música e cerveja da melhor qualidade — a Coruja, de Teotônia — , foi fundada a Sociedade Bach Porto Alegre. Havia por volta de 80 pessoas. Analisando retrospectivamente, acho curioso o contraste entre a alegre algaravia dos intervalos e o respeitoso silêncio que acompanhou as apresentações.
Em meio às peças de Bach, que tiveram como destaque as notáveis participações de Olinda Alessandrini, Josias Matschulat (!) e Artur Elias Carneiro, foi lavrada a ata de fundação, posta à fórceps no horroroso formato apreciado pelos cartórios. O presidente Francisco Marshall tinha caprichado no leiaute. Tudo inútil. Foi obrigado a tirar as novas linhas e parágrafos, deixando a coisa em formato de tijolaço.
Considerei natural meu ingresso na diretoria provisória da incipiente entidade. Afinal, todos sabem que “Bach” significa “Ribeiro” em português. Faço o maior esforço para crer que tal fato NÃO SEJA uma coincidência.
(!) Não parece ser um asterisco e não é, mas o que posso fazer se esta exclamação nasceu com espírito de rodapé? Ver a Olinda arrasar é algo rotineiro, mas o espetacular Concerto Italiano do jovem Josias deixou o coinesseur PQP Bach arrepiado, conforme confissão ouvida à saída do Clio.