Aconteceu em Passo Fundo…

Compartilhe este texto:

Depois do post anterior, eu até tentaria ser mais sério, só que uma notícia de hoje me deixou encantado. Um ladrão roubou um Monza em Passo Fundo. Quando viu, havia uma criança de 5 anos dormindo dentro do carro. O homem ficou louco de ódio contra os pais daquele menino que fora deixado fechado, no carro, à noite. E resolveu ligar para a polícia. A seguir, o diálogo travado entre o ladrão e o policial:

Brigada Militar – Brigada Militar, emergência.

Ladrão – Ô, boa noite, quem fala?

BM – Quem tá falando?

Ladrão – Oi, meu amigo, seguinte, ó. Esse bar aí do lado do Natus, sabe, o Natus na Avenida Brasil? Seguinte, eu vou ser bem sincero pra ti, tá? Eu roubei um carro ali, tá? Agora. E eu peguei o carro e tinha uma criança dentro, cara, e eu não vi, entendeu, não vi. Então o que que eu fiz, eu peguei o carro e botei o carro atrás do Fagundes (o Colégio Estadual Joaquim Fagundes dos Reis, próximo ao local onde o carro foi deixado), tá? Então tu manda uma viatura lá e manda o fodido do pai dele pegar ele e levar pra casa. Uma criança, um piázinho, tá?

BM – Tá ok.

Ladrão – Tá. Valeu.

BM – Onde que tá o carro?

Ladrão – Tá bem na esquina do Enav (a Escola Estadual Nicolau de Araújo Vergueiro, próximo ao local), ali do postinho. Do postinho do Fagundes, entre o Fagundes e o Enav, ali.

BM – Atrás do Fagundes? Tá ok. Que carro é?

Ladrão – É um Monza, tem um piázinho dormindo no banco de trás, tá? E diz pro fodido do pai dele: a próxima vez que eu pegar aquele auto e tiver o piá lá, eu vou matar ele.

BM – Tá ok.

Esse ladrão não é o máximo? Só faltou levar o pai ao Conselho Tutelar.

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

14 comments / Add your comment below

  1. Sim, essa história foi o máximo!
    E ainda tem “analistas”, criticando a polícia, criticando o ladrão (“ameaçou” o pai de morte e roubo!).
    Acho que além de levar os pais pro Conselho tutelar, deveriam contratar o ladrão para Conselheiro tutelar! Parece que ele tem muito a ensinar, e já mostrou responsa…
    bj, f

  2. Incrivel, que com o decorrer do tempo esses atos levam a sociedade a gostar do ladrão por ser bonzinho.
    Ele é ladrão. Roubou o carro, é um fato.
    Claro que a situação do pai deixar a criança no banco de trás também é um erro.

  3. Nospheratu e amigos.

    Eu não emiti juízo de valor nem analisei a situação. Mas achei a história riquíssima, super-representativa e DELICIOSA. Creio que os fatos falam por si. Imaginem que o ladrão abdicou de uma oportunidade por uma criança, culpou o pai dela por isso e pôs no ventilador. E tudo por uma criança, valor que o ladrão considera muito superior a um “auto”. Ele poderia ter tirado o guri do carro, mas nem isso fez, pois não quis perturbar o sono do pequeno. Não é maravilhoso?

    Agora, a Flávia disse que criticaram o brigadiano. Céus, queriam que ele fizesse o quê? Que ele se negasse a conversar?

    Abraços e besos.

  4. Ontem vi um episódio do Law & order em que um cara arromba uma casa, mas liga para a polícia avisando para que os policiais encontrem fotos de pedofilia que estão dentro da casa. Há uma cena em que os policiais se dedicam a uma reflexão “etica e moral” sobre a situação: não é pq o cara é ladrão que o cara vai aprovar pedofilia! O interessante é que aquele sistema de justiça (ou “lei e ordem”) prevê uma negociação com o criminoso para que ele colabore. E os policiai e promotoria oferecem o perdão ao assalto em troca da ajuda do cara.
    bom para refletir! Um ladrão é um ladrão e é também um homem e um cidadão. O legal dessa história no RS é que revela o homem, não o o cidadão sujeito de direitos, mas o homem, sujeito moral. Pensar sobre isso não implica ignorá-lo como ladrão. Ao contrário: é o fato dele ser ladrão que sublinha a existência de um outro aspecto ético do homem e que nos surpreende! Pensar sobre isso também não deveria implicar perdermos o senso de humor. Um ladrão no conselho tutelar era uma piada!
    Um vampiro sugou meu senso de humor, Milton!
    De vez em quando temos nosso dia de Mina Harker…
    Beijo querido! Não fica sério ainda! continua me fazendo rir, please!
    Flávia

  5. Concorco com algumas observações, mas o lado HUMANO do Sr.ladrão, foi simplismente fantástico, ele teve a oportunidade de ficar com o carro, mas o abdicou por uma criança, este rapaz ou senhor que estava roubando o carro tem pricipios, o que está lhe faltando talves seja uma oportunidade de vida, de trabalho e familia, é isto que o nosso governo não está oportunizando ao Brasileiro , Precisamos pensar nisso,

    Abraços a todos

  6. Taí a prova do caráter “cordial” do brasileiro: ladrão também é gente, talvez “gente como a gente”. Até ao lado do Cristo, no calvário, havia dois tipos: o bom e o mau ladrão. Esse aí, com certeza, “estará comigo na paraíso, ainda hoje” (dixit Jesus, in illo tempore, secundum Mateum”.

Deixe um comentário