Acabo de receber um comentário e um e-mail dando conta de mais esta manifestação sobre a crise na Secretaria de Cultura do Estado do Rio Grande do Sul, hoje sob a irresponsabilidade da especialista Mônica Leal. Aqui, o site do SATED/RS.
A Lei de Incentivo à Cultura, nº 10.846/96 – LIC – foi criada para abrigar, financiar e fomentar, com recursos públicos, diversos segmentos da produção cultural independente. Um mecanismo de financiamento à Cultura, tão importante e necessário, no entanto, sempre funcionou com uma administração frágil, desaparelhada de recursos humanos e materiais e submetida ao caráter e aos objetivos personalistas e injunções políticas e partidárias de seus gestores. Que insistem numa tentativa de domesticar instâncias representativas gerando um uso e interpretações diferentes entre órgãos de Estado e de Governo, neste caso o Conselho Estadual de Cultura – CEC/RS e a Secretaria de Cultura – SEDAC, onde o primeiro não quer e nem deve ser subserviente ao segundo.
E agora, chegamos ao seu momento mais crítico e agudo, onde a falta de mecanismos de fiscalização, o descontrole na tomada de contas dos projetos –, que resultou num passivo de centenas de processos esperando na fila do Setor de Tomadas de Contas – da LIC, levam o Sistema a sua quase total paralisação.
Apesar da criação destes bem-vindos e modernos mecanismos de gestão compartilhada, os gestores e legisladores esqueceram o principal: a Lei não funcionaria se, a par de todos os instrumentos de financiamentos públicos às atividades culturais, não houvesse um suporte com medidas encadeadas por uma série de ações administrativas, as quais, necessariamente, devem acompanhar a execução de qualquer Política Pública, principalmente na área da Cultura, como por exemplo: a implantação de um robusto e bem estruturado sistema, que agregasse outras ferramentas de apoio e fomento aos produtores culturais servindo de estímulo e qualificação; orçamento compatível, possibilitando habilitar o Estado às condições necessárias que viabilizasse a máquina administrativa dos órgãos de apoio; que lograsse financiá-los com recursos orçamentários, qualificando-os com os investimentos necessários para ampliar a base de serviços à população e a comunidade cultural e com os instrumentos competentes para prover os aparelhos de Estado já constituídos, das condições próprias de manutenção, entre outros.
Mas, ao contrário de nossas expectativas, vimos os orçamentos da Cultura minguar a cada ano; o surgimento de dezenas de associações culturais, empresas de marketing, consultorias, etc., cujo objetivo principal era aceder aos recursos da LIC para financiar projetos e eventos de interesse dos próprios governos; o desmanche dos aparelhos culturais da capital e o abandono daqueles poucos existentes no interior e; o congelamento dos recursos destinados à LIC, que desde 1998, destina o mesmo valor aos projetos culturais financiados pela Lei, contrariando reiteradamente o princípio legal de observância do percentual ali estabelecido!
Não demorou a que os recursos oriundos do Incentivo Fiscal, concedidos aos projetos dos próprios governos, chegassem a consumir metade dos valores disponíveis ao apoio da produção independente de cultura. E lá estavam os produtores culturais a disputar com as intermináveis associações de amigos e prefeituras municipais, os restritos recursos disponíveis, numa clara demonstração de concorrência desleal.
Isso sem contar os inúmeros ataques e ameaças à sua sobrevivência, enfrentadas pela Lei, nas sucessivas mudanças de governo, através das intermináveis edições de Instruções Normativas, sem força de lei, alterando constantemente as regras para apresentação, financiamento e tomada de contas aos projetos incentivados. Criou-se um cipoal de normas contraditórias entre si que, agora se vê, escancararam as portas para fraudes e irregularidades.
O resultado aí está e não poderia ser outro: falsificações de assinatura, desvios de objetivos dos projetos, relatório de contas com notas frias, corrupção entre os agentes culturais, órgãos de governo e de Estado, produtores e empresas patrocinadoras; descredenciamento sem critérios claros de 3000 produtores culturais e a conseqüente ameaça ao funcionamento do Sistema.
No calor da crise, a Casa Civil do atual Governo anunciou um Grupo de Trabalho formado por órgãos de Governo, de Estado e da sociedade civil. No entanto, tal representação jamais se reuniu e, ao invés disso, o Governo encaminha, agora, à Assembléia Legislativa, sem haver tido diálogo algum com a classe cultural, projeto de lei para modificar o texto legal da LIC. O resultado que se espera não é mais do que um conteúdo de intuito repressor que pouco ou nada auxilie nas pesadas fráguas advindas da crise no Sistema LIC e que, tampouco, aporte soluções para a falta de políticas públicas de cultura que afeta o setor!
E, para nosso cabal estarrecimento, temos que conviver com a constrangedora realidade de que os recursos previstos para investimentos da Secretaria da Cultura são de apenas R$ 130 mil, em 2009, o menor entre todas as Secretarias de Estado. E para o Fundo de Apoio à Cultura (FAC) a destinação de escandalosos R$ 15 mil!
É chegada à hora da classe cultural e artística do RS deixar claro quais são os interesses que estão em risco com a deflagração de um desmonte na Cultura do RS, que é ao mesmo tempo, institucional e de gestão, e que tem como saldo, prejuízos irrecuperáveis ao conjunto da sociedade gaúcha.
Neste sentido, vimos a público exigir das autoridades gestoras e legisladoras a tomada imediata de ações que garantam a continuidade da produção cultural do Rio Grande do Sul, defendendo como indispensáveis as seguinte medidas a serem tomadas em caráter de emergência:
– Apuração imediata dos responsáveis pelas irregularidades e a correição de atos solidários às fraudes, praticados pela autoridade gestora;
– Implantação e dotação orçamentária robusta ao Fundo de Apoio à Cultura, com recursos próprios do Orçamento e sua imediata implantação;
– Fim do acesso a projetos e eventos de interesse dos Governos aos recursos públicos financiadores de iniciativas culturais, realizados através da Lei de Incentivo à Cultura;
– Discussão ampla e democrática sobre a criação de novas ferramentas fomentadoras da produção cultural independente;
– Dotação orçamentária própria para o financiamento de projetos e eventos de interesse governamental;
– Implantação de fundo orçamentário para o apoio ao financiamento das Políticas Públicas de Cultura no âmbito dos municípios;
– Revisão e atualização do texto legal da Lei 10.846/96, que atenda ao conjunto de interesses e diversidades dos agentes culturais por ela beneficiados;
– Inclusão, no seu Decreto Regulamentador, de regras que substituam, de forma definitiva, o manancial de Instruções Normativas, pondo fim ao tumulto institucional causado pelo excesso de instrumentos regulamentadores sem força de Lei;
– Aporte de 1% do orçamento total do Estado para financiar a estrutura governamental ligada à Cultura, gestão e manutenção dos equipamentos culturais e implantação de políticas públicas de fomento às atividades ligadas ao setor, conforme determinado pela UNESCO, em convenção internacional e;
– A nomeação, em caráter de urgência, de novo titular na SEDAC, dando à Cultura do Estado a oportunidade de ter uma política cultural pública forte e comandada por autoridade com conhecimento profundo e experiência na área, e a retomada imediata do diálogo entre Governo e Comunidade Cultural;
SATED/RS ASGADAN, FÓRUM PONTOS DE CULTURA/RS, FÓRUM PERMANENTE DE MÚSICA/RS, FÓRUM PERMANENTE DE ECONOMIA DA CULTURA, AGTB, ESCOLA DE SAMBA ACADÊMICOS DA ORGIA, ESCOLA DE SAMBA FILHOS DA CANDINHA, AXÊ ARTE E CIDADANIA, SOCIEDADE CULTURAL FLORESTA AURORA, CIRCULO DE PRODUÇÃO CULTURAL.
Taí,finalmente a classe cultural, ou parte dela, resolveu colocar os pingos nos is! Mas… onde estão as assinaturas de tantos outros interessados? Porque a Feira do Livro, que quase naufragou por conta das trapalhadas da Sedac não assinou o documento? Onde estão os sempre combativos representantes da classe cinematográfica, hoje comandados pelos pelegos e venais Beto Rodrigues e Guilherme Castro? Onde se esconderam os artistas plásticos? Onde foi parar a Associação Gaúcha dos Escritores, cujo presidente é o ex-conselheiro, e inimigo figadal da Mônica Leal, Luiz Paulo Faccioli? Onde está o MTG, que ciscou, ciscou e não levou os recursos da LIC porque a Sedac não homologou as suas contas? Será que, para estes setores a falta de políticas públicas desta gestão do mal, a crise ainda não chegou? E mais, já circula por aí a história de que a Secretaria da Cultura, através de sua “brilhante” secretária substituta, Juliana Herpen, anda ligando para os dirigentes das entidades que assinaram o documento, fazendo ameaças e tentativas de intimidação! Será que uma secretaria paupérrima, corrupta, ineficiente, direitista e incompetente ainda consegue assustar alguém? Ou será que estes setores acham que podem levar alguma vantagem desta crise, se aproximando de uma mentecapta como a atual secretária! Parabéns a estes audaciosos e destemidos líderes de entidades que tiveram a coragem de juntar-se ao Conselho de Cultura e denunciar esta farsa que se transformou o acesso de recursos públicos, através da LIC, para a produção cultural! Denunciemos estes covardes e oportunistas que traem a categoria e que de representantes de classe não merecem nem o nome!
Finalmente algumas vozes indignadas, vindas do recôndito mundo da cultura se manifestam desta vez. Um sono letárgico tomou conta desse mundo por muito tempo, a termo de muitas vezes, ser confundido com pusilaminidade. Mas agora, os abusos da Mônica e sua caterva de calhordas, ferozmente incompetentes, acabou por acordá-los e sacudir a pegajosa letargia que os anulou tanto tempo. Claro que nem todos quizeram acordar! Apenas despertaram aqueles que a covardia moral e o interesse argentário em obter alguma benesse dessa secretaria corrupta, tipo ver um projetinho vagabundo furando a fila ou encontrando tratamento privilegiado por favor da Mônica Boçal! Contudo, esse documento é uma gênese que dá início ao desenvolvimento de uma mobilização muito maior que acabará enxotando essa malévola secretária da cultura do cargo e, talvez, chamando a razão a senhora governadora que, muito provavelmente, começará a ouvir melhores conselheiros que os que escuta hoje! Figuras desprezíveis, como esse tal de Faccioli,o “escritor” que não escreve, o arrogante peseudo-intelectual e dublê de “cineasta”, Guilherme Castro, o augusto desconhecido João Carneiro (preferia o Zé Carneiro, o vampiro brasileiro, muito mais simpático!) que só abre a boca para disparar impropriedades contra o Conselho de Cultura, que lhe aprovou um projeto de mais 700 mil reais, mas que se recusa a apoiar uma mobilização justa e necessária em favor da cultura, e tantos outros arrivistas de ocasião, obviamente continuarão em sua letargia conveniente, na espera de que a vanguarda desperta realize o trabalho que, depois, saberão se beneficiar com avidez! Enquanto aguardam pelo trabalho alheio e os riscos daí advindos, compactuam com a gestão catastrófica dos fascistas da SEDAC, liderados pelas Mônicas, Julianas, Rosenfelds e outras criaturas abjetas que é melhor nem declinar o nome para evitar o azar… Mas essa camarilha que se cuide, pois a reação que provocaram apenas começou e não vai se encerrar sem que consiga defenestrar todos da Secretaria da Cultura. Começou a contagem regressiva, Milton. Vai ser um belo espetáculo no final o despejo desses dejetos no esgoto…
Pesssoal, estamos na lama com a cultura. Temos que fazer o que diz um blogueiro que fala no RS Urgente: EM 2010 SEJA LEGAL, NÃO VOTE EM MÔNICA LEAL. Vamos levar isto adiante e, se o partido dela não tirá-la da Cultura, vamos anotar os nomes dos atuais membros do partido e vamos riscá-los da nossa lista e da lista de nossos conhecidos. AL, AL, AL, FORA MÔNICA LEAL.
Claro que a intenção é ótima. Banir Mônica, a boçal, do espectro político gaúcho é uma medida profiláctica de extrema necessidade. Acho eu, contudo, que a campanha proposta pelo leitor não terá nenhum resultado entre o público freqüentdor desses blogs, como o do Milton, pois é óbvio que não existe entre eles eleitores do Partido Progressista (a ex-Arena), o lugar onde se abriga a monga Mônica!
Contudo, problema maior é o que fazer com essa mequetrefe agora! Essa mulher é uma fascista perigosa e reage as propostas da área cultural, como as expressas nesse manifesto que publicastes, de maneira extremamente violenta! Foi o caso que agora chamamos a atenção: à mobilização da área cultural contra os seus desmandos e sua crônica incompetência, reagiu enviando, com o aval de dona paulista, um projeto de lei para a Assembléia Legislativa. Esse projeto acaba com todas as conquistas do setor cultural e institui o clientelismo como programa oficial da SEDAC… Precisamos nos livrar dessa mulher agora, pois os prejuízos que está causando são enormes. Também, torna-se necessário denunciar essa governadora que finge que não está enxergando o que a monga está fazendo, se é que não a estimula, e a mantém no cargo com impressionante desassombro… Mônica tem de ser derrubada agora.
A farsa chamada Verão Sociocultural
Um verdadeiro circo montado pela Secretaria da Cultura do Estado está sendo montado nas praias gaúchas. É o Verão Sociocultural, evento com shows populares de gosto duvidoso, com uma principal razão: promover a secretária Mônica Leal.
Funciona assim: em cada final de semana o palco é levantado em uma praia diferente. Todos artistas são devidamente treinados para promover pessoalmente a secretária, citando repetidamente seu nome no palco. A maioria dos artistas, como o funkeiro MC Jean Paul, é escancaramente apoiada pela SEDAC. Não é culpa deles. sentem-se obrigados a retribuir o “apoio”.
Jean Paul agradece publicamente, por exemplo, a secretária por tê-lo levado até o Japão para se apresentar no ano passado. Sexta-feira (09/01) a abertura aconteceu em Santo Antônio da Patrulha para um pequeno público, majoritamente formado por crianças e adolescentes. Apesar da boa presença da Brigada Militar e de politicos locais, incluindo o prefeito, ninguém se importava com a quantidade de menores comprando e consumindo bebidas alcóolicas.
O evento têm muitos patrocinadores. Todos de órgãos e empresas do Estado. Duas empresas privadas patrocinam também, mas não querem aparecer para não ligar sua imagem a shows popularescos. Apesar de gratuito e na praia, o Verão Sociocultural (cultural?) ainda não emplacou. São Pedro tem ajudado!