Bloomsday

Sim, claro, eu sei que o Bloomsday já passou há exatamente uma semana. Eu tinha reservado as duas fotos abaixo para publicar no dia 16 de junho, mas me esqueci… Hoje, já que não consegui preparar um post devido às arrumações no blog, publico as duas fotos de Marilyn Monroe lendo Ulysses. Para minha pouca surpresa, vários blogs ingleses fizeram isto na última terça-feira. Até parece que as fotos de Eve Arnold são recentes…

O estranho é que muitos duvidam que Marilyn tenha lido Ulisses. Mais estranho ainda é que Ulisses permaneça com a aura de livro impenetrável, difícil. Há enigmas no romance? Sim, e como! Dizem que leva-se em média 100 anos para compreendê-lo inteiramente… Mas, como escreveu o Idelber:

Não se deixe levar pela fama de “difícil” do livro: poucas vezes escreveu-se coisa tão engraçada, escandalosa, divertida e sexual como Ulisses. Em cada diálogo, cada cena, cada capítulo, mil sentidos. O treco não acaba nunca.

Além do mais, a foto, de 1955, é do ano anterior em que ela casou com o dramaturgo Arthur Miller. Eles já estavam “dating”. Com ou sem Miller, Marilyn poderia ler Ulisses. Porém, como suponho que o casal falasse também de arte, fantasio que Miller tenha sugerido o livro a Marilyn. E depois sou eu o preconceituoso…

15 comments / Add your comment below

  1. É bom salientar: pra quem vai se aventurar nesta maravilha, a tradução da professora Bernardina é fundamental. Esqueçam o Houaiss (trancada e técnica demais).

  2. Uma coisa depõe contra Marylin: sua fisionomia séria. Parece que está lendo um tratado de física. Ou seja, tem tudo para ser mera pose. Ela poderia ter concedido uma entrevista sorridente e, com o livro entre os braços, declarado: “Nossa, esse livro é muito mais divertido do que os péssimos filmes que fiz em Hollywood!”.

    Em tempo: vi uma simpática “adaptação” de Ullisses para o cinema (acho que feita em vídeo de altíssima definição), que nem ousou por o título original. Restringiu-se a “Bloom”. Uma boa dica é ver o filme antes, desarmando-se para a leitura do livro, pois nisso o filme é eficiente: oferece uma pequena amostra das possibilidades do original, é uma boa propaganda auxiliar. E um filme, afinal, bem simpático mesmo, com bons atores e todo o cuidado que se deve ter ao sobrepor imagens possíveis às palavras em profusão a desdobrar camadas de leituras, de acordo com o tempo e a memória de cada um.

    1. Porra, eu me acordei uma madrugada dessas e liguei a TV por puro tédio. Estava passando uma coisa que eu achei que poderia ser Ulysses.

      Vi a segunda metade de “Bloom”. Muito bom, muito divertido, atores fantásticos.

      Abraço.

  3. Gosto da tradução do Houiass. Esta história de que novas traduções são melhores, se dá, muitas vezes, por questões de venda.

    Quanto à leitura da Marylin arrisco um palpite: pelas páginas abertas (e só por isso, ok?) ela deveria estar lendo o monólogo de Molly.

  4. E tem como dar tanta diferença de uma tradução para outra? Isso me deixa meio assustado, pois há alguns anos li o livro “O Físico”, cujo titulo original era “The Physician”, e foi divertido.

    E Marcos, por que alguém teria que ficar sério ao ler um tratado de física? Sugiro que leia Feynman. De qualquer forma, parece ser pose mesmo, pois deve ser bem desconfortável ler na posição da primeira foto.

    1. Sei que Feynman era meio pirado, mas acho que o padrão desse gênero de tratado é certa aridez, não? Bom, que não seja: eu nunca me aventurarei a ler tratados de Física. Mas isso é engraçado. Imagine se eu colocasse eno lugar de “Tratado de Física” um “Tratado de Metafísica”. Logo apareceria outra pessoa dizendo “catzos, quem lhe disse que um Tratado de Metafísica é cacete?”, e assim por diante. Para não ferir as “feministas” da vida nós devemos ficar quietos… Insurgemo-nos contra isso! Vamos gerar um processo para acabar com todos os processos! Para acabar com os provessos de “istas” maculados, devemos enviar milhões de manifestações com dados completos àquele que interpôs processo que, impedido de processar milhões e exigir de milhões indenizações também milionárias, quedar-se-á perante a Opinião Pública! E processemos essa última também!

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  6. Achei “Ulisses” uma merda… Mas, talvez, a Marylin tenha uma opinião diferente. Aliás, alguém chegou a perguntar para a ela o que achou do livro?

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