O Estudiantes de La Plata apenas perdeu a Copa Sul-Americana de 2008 na prorrogação, isso após ter sido derrotado no primeiro jogo. Recordando: ganhamos lá por 1 x 0, eles nos venceram aqui pelo mesmo placar e o gol de Nilmar, na prorrogação, deu o campeonato ao Inter. Os argentinos demonstraram incrível bravura no jogo final.
Foi esta memória futebolística que ligou minha luz de alerta vermelho. Nada estava decidido em favor do Cruzeiro. Quando o jogo começou, toda a minha simpatia foi para os argentinos. É um problema de formação, estou condicionado a torcer contra times que vestem azul. Detesto o Grêmio, o Cruzeiro, o Lazio, o Chelsea, o FC do Porto, a seleção da Argentina, a Celeste Olímpica, etc. Ainda mais se há do outro lado um time de listras vermelhas como o Estudiantes. Foi um jogão. Reclama-se que a torcida do Cruzeiro teria esfriado após o gol de empate, mas há poucas torcidas no país que carregam um time, o normal é o contrário.
Na minha opinião, o Cruzeiro preparou-se para outro gênero de partida. Decidiu fora de casa seus confrontos anteriores — contra São Paulo e Grêmio — utilizando-se de frieza e superioridade técnica. Foi o suficiente. Ontem, contra 109 argentinos loucos, a tal superioridade parecia um gênero de soberba vazia que logo transformou-se em desconcerto e desespero. É complicado entrar em campo com um plano que é desmentido imediatamente pela realidade. Os azuis queriam um futebol de aproximação e toques, porém a necessidade era de marcação e a correria. Não houve chances para os mineiros marcarem até que Henrique “encontrou” achou aquele gol casual no início do segundo tempo. Pois nem isso foi suficiente, o Estudiantes foi ainda mais heróico, apertou o torniquete e virou o jogo com certa facilidade. Creio que a chegada do Cruzeiro à final foi tão simples e natural que Adílson Batista apenas deixou o barco seguir. A impressão que ficou foi a de um time arrogante, tentando ganhar de outro que daria a vida. Foi muito, mas muito insuficiente.
Como primeiro prato, tivemos o Coritiba passeando em cima do Grêmio com o melhor centroavante ruim em atividade no Brasil, Ariel — gosto dele –, e o Inter jogando mal, mal e mal no mesmo horário de Cruzeiro x Estudiantes, mas vencendo o Fluminense.
tbm torci pro Estudiantes (minha classe) e achei tri pelo Verón.
agora, o Ariel é MUITO RUIM. pode ser o melhor MUITO ruim. ele é burro demais, quase conseguiu ser expulso logo depois do Thiego levar o vermelho, superando o argentino na burrice.
No bolão botei 4 a 2 pro inter.
E, Milton, te vi mais uma vez. Anteontem, na UFRGS. Foi a primeira viz q vi a OSPA (na verdade acho q tinha visto uma outra vez, mas acompanhando o Ramil) – gostei da experiência. Sou totalmente leigo na erudita, então queria um breve comentário teu sobre o q achou daquela noite, pois foi a minha primeira impressão. Gostei muito da q primeiro ouvi, Pavane para uma princesa defunta, ou algo assim, do Ravel. E das últimas do Debussy tbm. Mas e aí, q achou? E a TIA DA HARPA não tava se achando? hehe
abraço
(AH, não pude te falar pq tinha q sair ligeiro pra pegar carona com meu irmão – e no intervalo te chamei loucamente mas tu tava concentrado em passar os dedos na barbicha hehe)
Rapidamente…
O gol do Ariel no Inter foi genial. Prefiro o Nilmar, mas aprecio um bom grosseirão na frente…
Sua análise foi certeira Milton. O Cruzeiro esperava uma partida diferente, e não soube se adaptar ao jogo. O Estudiantes veio com o objetivo de desacelerar a partida e fez isso com uma competência impressionante. O Cruzeiro, vendo que seu futebol não estava funcionando, deveria seguir a mesma proposta e marcar mais duro, apertar o jogo do Estudiantes. Seria um jogo bem feio de se ver, mas, talvez, o resultado poderia ter sido outro.
Durante essa semana lembrei muito da final entre Estudiantes e Inter. Torço para este Cruzeiro que você odeia (odiar é muito forte não? haha), e, realmente, muitos torcedores do Cruzeiro estavam excessivamente confiantes. Sempre tentava lembrá-los que o Estudiantes fez o Inter passar um aperto na final da Sulamericana, que é um time que sabe jogar fora de casa, etc. E deu no que deu. Agora é aguentar os Atleticanos, e, no futuro, contar para os netos de mais uma final de Libertadores que vi no Mineirão, desta vez não muito feliz.
Abraço Milton!
Amigo Mateus,
o problema de se ter um blog opinativo e pessoal é que a gente acaba expondo nossos preconceitos. O que fazer se não gosto do “azul” no futebol?
Agora, os hermanos sabem jogar fora de casa como nós temos que aprender. Eles não se cagam. Já o Inter… Basta ver um Mineirão que já vamos abrindo as pernas…
Grande abraço.
O Estudiantes é um time muito chato de jogar contra. Comemos o pão que o diabo amassou no ano passado prá ganhar a Sul-Americana deles.
Assim como é o Nacional do Uruguay e a LDU. É muito difícil jogar contra times assim, é preciso malandragem, catimba e frieza. O “já ganhou” da imprensa festiva acabou matando o Cruzeiro.
E o Ramires ? Baita enganador.
Ramirez está vendido, Dario. Nem sei pq estava jogando contra aqueles malucos de La Plata.
Eu sei, mas me chama a atenção a falta de futebol dele. O que ele tem de especial ? Até hoje nunca vi futebol naquele couro.
ótimo texto cara
acho que os clubes brasileiros sempre perdem para a prepotência.
Grande parte eles sim. Fico pensando de onde ela vem…
Como atleticano atávico, consegui ver o jogo de ontem com certa tranquilidade. Seu comentário é mesmo o que se viu: o time azul “se achando”, recuando bola como se tivesse todo o tempo do mundo, querendo cozinhar o Estudiantes. Pois saiu raposa frita do caldeirão preparado pelos cruzeirense, pela imprensa, pela crítica (ou crônica) esportiva…
“Se achando” mesmo… E perdendo o controle do jogo. Acontece com qualquer timeco azul.
Querido amigo,
Concordo com você. O Cruzeiro realmente entrou “se achando” e acabou entrando pelo cano. Agora, esse ódio dos azuis, do Grêmio, você já converteu a Cláudia? 🙂
Beijo em todos,
Pena que o mesmo não aconteça com a Yeda