Qual é a melhor cara do PSDB? A de Yeda, Aécio ou Serra?

Tudo começou quando Aécio e Serra foram os derrotados no Mineirazo de quarta-feira. Aécio deu um sorriso overtudo, sabendo que estava sendo mostrado pela Globo para todo o país no dia que um time de Minas seria campeão de Libertadores. Serra ergueu a cabecinha de tartaruga e procurou a câmera, só a encontrando quando observou para onde olhava Aécio, dono da imprensa mineira. Foi um prenúncio do que a dupla verón a seguir. Uma duplinha pé-frio, sem dúvida.

Mas a cara mais acabada — nos dois sentidos — do PSDB veio à tona na manhã seguinte em Porto Alegre. Houve uma inteligente manifestação em frente à casa da desgovernadora. Digo inteligente porque todos sabemos que a ogra gosta de um barraco, gosta de responder do modo mais grosseiro, gosta de demonstrar sua vulgaridade, parece gostar de confundir informalidade com baixo nível. As amigas Yeda Crusius e Lya Luft, aliás, estão cada vez mais parecidas: uma na área financeira, outra na literária, as duas na auto-ajuda.

Ao meio-dia de ontem, liguei o rádio para ouvir se alguém noticiaria as manchetes do Olé argentino, quando vi que havia coisa muito mais divertida. Fui direto ao Weissheimer, ao Feil e à Nova Corja a fim de rir. Se até os caras do esporte da RBS falavam com voz de riso, o trio citado devia ter material. Eles não me decepcionaram. As fotos são boas demais. A pitbull resolveu expor seus netos que, coitados, decerto nem queriam mais ir à aula; afinal, entre a perspectiva de assistir a uma pancadaria entre a Brigada Militar e um buliçoso grupo de professores, sentados na sacada da casa que a vovó roubou — talvez comendo pinhão, pipoca e ananás –, e ir à aula, o que você escolheria? Olha a cara de tristeza dos meninos. Não é de dar dó?

A cara de louca da Yeda é sensacional e a da filha Tarsila — cujo nome é uma homenagem ao Ministro da Justiça — idem. Ora, no dia em que hordas de Wierzchowskistas poloneses invadirem meu jardim, vocês acham que vou chamar meus filhos para me ajudarem no enfrentamento? Nunca! Vou é mandar a Juno e a Vicentina, minhas duas terríveis cachorras, uma doce pastor alemão e a uma meiga SRD (vira-lata) se alimentarem dos manifestantes pro-Sem Acento! Achei de última categoria expor dessa maneira os herdeiros da vovó, tão rica. A Tarsila deve ser barraqueira mesmo, mas os netos sempre poderão nascer diferentes, pois estão mais afastados de Yeda e Carlos. Podem até ficar rebeldes como a Luciana. A propósito, Carlos Crusius, ex-primeiro damo, anda em shows e concertos dando o ar de sua barba. Sempre escolhe uma posição estratégica para que todos vejam que não está nem será preso. Sempre ouço pessoas rosnarem quando o veem, mas o resultado é análogo ao que fariam a Juno e a Vicentina.

Nossa governadora, hoje, voltou a ser defendida por ZH. Segundo o pasquim, ela reagiu ao cerco, seus limites foram testados, o Centro dos Professores do Rio Grande do Sul inspirou-se — ui, que perigo — no MST. E tudo isso só porque a desgovernadora quer acabar com o plano de carreira dos professores?

E enquanto a governadora lançava aterradores olhares de inteligência para os manifestantes como na foto ao lado, o ex-marido Carlos Crusius discursava na Associação de Dirigentes “Cristãos” de Empresas (ADCE) sobre o tema “A construção de um Estado moderno e justo”. Esses empresários de Deus escolhem bem a quem ouvir, não? Quem fará parte deste moderno grupelho carola?

A gente sofre, sofre até demais, mas há sobre o que rir. Yeda, apareça mais. Tu és o máximo, és a cara acabada e acabada do PSDB. Já disse que não quero teu impeachment — já pensaram na RBS apoiando o vice num governo de salvação da moralidade? –, quero tudo aquilo que a maioria BURRA dos gaúchos pediu. Dê-nos.

33 comments / Add your comment below

  1. Depois da Yeda eu queria mesmo é ver a Luciana Genro como governadora. Só para comparar.

    O Serra é mais a cara do PSDB, porque é a cara de São Paulo, o único país do mundo dependente do Brasil (creio que a Teoria da Dependência em muito de metáfora disso daí) e que acaba de comemorar a sua gloriosa Revolução de 32, aquela que foi sem nunca ter sido.

    1. Marcos,
      Depois da Yeda eu queria mesmo é ver a Luciana Genro como governadora. Só para comparar.
      Boa idéia
      o único país do mundo dependente do Brasil
      Genial
      Milton,
      a Yeda é a Yeda, mas … Fazer protesto na frente do governante é fora de qualquer parâmetro civilizado e de respeito. É um precedente inadmissível. Tu disseste que colocarias os cachorros contra os invasores do teu quintal. Os cachorros da Yeda são a Brigada. É! Tens razão.
      Quanto à maioria, que fazer se sabes pessoalmente sobre coisas do oponente dela (cuido-me do processo)? Às favas os escrúpulos?
      Branco

    2. Branco, o Marcos Nunes tem o vício de ser genial. As pessoas vêm aqui não por causa dos posts, mas pelas réplicas dele. Só não vê quem não quer.

      Obrigado, Marcos. Mas eu não mereço a Luciana depois da Yeda. A RBS e seus empresários — ou os empresários e sua RBS — tornariam nossa vida um inferno. Deus (agora creio Nele) nos livre.

  2. “E enquanto a governadora lançava aterradores olhares de inteligência para os manifestantes”
    HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA
    Muito bom…

  3. Branco, deixa eu explicar melhor.

    1. Em tese, eu concordo que é um absurdo ir protestar na frente da casa de um governante. Mas a casa de Yeda não é uma casa comum, é A CASA comprada com o dinheiro da campanha. Ou seja, é um símbolo da provável (deixemos assim) corrupção da desgovernadora.

    2. É inteligente fazer um protesto lá não só por ser A CASA, mas porque a desgov. gosta de responder na hora. A desgovernadora é descontrolada. Um governante comum chamaria a Brigada e nem pensaria em mostrar a cara para gáudio dos manifestantes.

    3. A gente se diverte mais assim.

    1. Milton,

      quer queira quer não, não há nada provado sobre a casa. A primeira vez que a “vontade geral” pairou sobre a justica iniciou-se o TERROR, mesmo que correta.
      De outra sairam, por aí prendendo Jüden.
      É muito mais uma posição política de pressão e achaque. E inteligência, não tem a ver com educação.
      Não defendi a posição dela. A Yeda passa. Discuti o precedente e a nossa simplória aceitação disto, como se fosse apenas um “misbehaviour”.
      Branco

      Branco

      1. Bem, e quem já teve corrupção comprovada neste país? É normal que, no labirinto jurídico onde residem tantos políticos, não se prove nada. Isso é a “ordem democrática”, mas irrita.

        Collor também foi absolvido. Todos foram. Sarney o será.

        Mas o CPERGS foi tranquilo. Só berrou e montou um palco com o tal container.

  4. Sobre estas manifestações, ontem mesmo estava conversando com um turco amigo meu, e o assunto era: por mais que o povo brasileiro seja indolente e irremediavelmente feliz, há sempre um limite em que a sucessão de tapas na cara coloca o pau pra quebrar. O sonho de todo confinado na masmorra da aceitação lasciva do povo ao qual pertence é que um dia, num futuro radiante, uma fagulha leve a casa abaixo, assim como há uns 3 anos os habitantes de um povoado insosso do interior do Peru invadiu a mansão do prefeito corrupto (desculpem a redundância), o conduziu sem o que se pode chamar de nenhuma consideração pelas vênias oficiais do cargo até a rua e, zelosos pela democracia, fizeram um linchamento exemplar. Enquanto conversávamos, eis que o destino dá a sua contribuição ao assunto antecipando a profecia: pela televisão ouvimos, mau a mau pegando a notícia pelo fim, no jornal do SBT, que o site de uma das instituições federais (não sei se o ministério, a previdência…) havia sido retirado momentaneamente do ar, pois, no código de acesso sugerido, as palavras eram LADRÃO BANDIDO. Estavam abrindo uma sindicância atrás do funcionário responsável. E sobre a Yeda, aumentou meu ódio pelos sindicatos, cuja filiação compulsória é uma das maiores roubalheiras não averiguadas deste país, ao saber que um destes redutos do crime estava por trás dos arranjos mal explicados desta política. (sobre políticos e maus administradores: o casamento destas duas vertentes ocasiona essas situações sucupirianas surrealistas: algumas secretarias de educação estaduais (Rio Grande do Sul, São Paulo e mais algumas que não recordo) compraram o livro Um Contrato com Deus, de Will Eisner, achando se tratar de literatura religiosa. Quando as velhas professoras viram que se tratava de mais uma das provocações artísticas do genial criador do Spirit, trataram de censurar e devolver o livro. Fizeram o mesmo com um livro do Tezza.) Nesse país vale o sábio dístico que Nietzsche usava na frente de sua casa: “O que é um peido pra quem tá cagado?”

    1. Exato, Charlles.

      Aqui a coisa nem passou perto de linchamento. Os caras do CPERGS (Centro dos Professores do RS) sabem como fazer. Conseguiram uma puta repercussão. Agora todos sabem da questão dos planos de carreira, todo mundo quer se informar, etc.

      Acreditas que os professores, segundo a secretária de Educação da Yeda, seriam avaliados pelos alunos??? Só por eles? Um dia, recebi uma carone de uma professora de Matemática que mora no interior e que era a responsável maior pela repetência numa escola de Camaquã (interior). Ela estava apavorada com a perspectiva de ser avaliada pelos alunos e me perguntava:

      — O que faço agora? Negocio minha notas por boas avaliações?

      E isto é só a ponta do iceberg.

      1. Nisso a Yeda é esperta: ao colocar os professores nas mãos dos alunos, limita a ação dos primeiros enquanto maneja os segundos, aumentando a pressão sobre uma classe que há muito lhe cria problemas. O cartaz onde ela acusa os professores de terrorismo, além de todo patético da coisa e expressão de um desespero mais cruel ainda por ser arrogante, pretende colocar a população contra os professores, e nisso pode obter êxito, por contar com o apoio midiático. Ela não tem imaginação, recorre à demagogia para manter o apoio de alguns setores das classes mais abastadas do RS, mas seu comportamente é tãol esdrúxulo e suas expressões tão dantescas, que o risco é o tiro sair pela culatra. Um dia virá em que ela perderá o apoio da RBS, como um dia aconteceu com o Collor nos seus últimos momentos, e a própria rede tratará de fechar o caixão ou por uma camisa de força na Dona Doida.

        Para o Branco: se formos nessa onda do trânsito em julgado da última sentença, antes dele teremos canonizados todos os demônios. Milton tem razão: não é o lar de Yeda, mas a casa construída com a manejo escuso de fundos, ao final e ao cabo, públicos. E levar criancinhas na comissão de frente foi um expediente de uma canalhice extrema. Mas não há de ser nada; daqui a pouco a criancinha vai pedir chorando: “Vovozinha, deixa de roubar e vamos embora!”

  5. É inexplicável que uma pessoa tão carente de traquejo político tenha chegado a governadora do nosso Estado.

    Milton, um político diferenciado teria chamado dois, três líderes para entrar na sua casa e tomar um café da manhã. Aí fingia que concordava com todas as reivindicações e pronto. Claro, a Yeda não tem mais credibilidade para qualquer tipo de conversa.

    Mas essa situação representa bem o que ela sempre fez no seu Governo e nunca deu certo. Foi intransigente sempre, quando tentou não ser, não foi feliz. Enfim, uma pessoa que jamais deveria ter sido qualquer coisa na vida.

    1. Mas é óbvio. EU chamaria a diretora do CPERGS e lhe ofereceria um café. Se ela não aceitasse, gol meu. Política não se faz com ódio, é justamente o contrário. Pior, política se faz com atuações tortuosas, do tipo que cede ali para receber apoio aqui, etc. Mas Yeda só quer grana.

      1. Política não se faz com ódio, é? Pois não é assim que age a DS instalada na Cprgs.
        Mas por que, Milton você insiste em não enxergar o quanto de ódio existiu nessa ação?
        Mas gostarias que a governadora, apesar de agredida pela manifestação em local inapropriado, teria de oferecer ainda um café para essa criatura grotesca? Talvez um café adoçado com Ri do Rato poderia ser interessante… Por quem nos toma, Milton? Néscios chapados ou trotskystas endoidecidos? Às vezes consegues me encher o saco, Minton… Isso é que dá ser petista!

        1. Um pouco mais à esquerda, Jacó. Não me chame de petista, nem de moderado. Estarás errando.

          Mas sou um sujeito que acredita numa conversa, sim. E acho que a ogra sairia ganhando se fosse gentil. E O CPERS teria que aceitar a gentileza. Está na hora de aprender que quem esperneia e grita perde a razão. Não seja ingênuo. Nem menos que isso.

  6. Prestes,
    a Yeda sempre foi intrasigente (usar histérica pode gerar acusação de misoginia) em qualquer chefia que ocupou. Mais ainda, adora mostrar poder (caso do avião ou pergunte ao pessoal da Universidade). A linhagem dela, da Dilma (sua pupila, no curso) e outras pessoas afim nos mostra isto.
    O fato tb, é que esta afronta não queria o diálogo e mesmo que o desejasse, passou dos limites.
    Se pode isto, tudo é possível. Pais invadirem casas de professores reclamando de notas erradas, juizes apanharem por decisões consideradas equivocadas, vereadores sequestrados para não votar projetos impopulares etc.
    É comum esquecer que muitas vezes ambos os lados estão errados. Não vamos defender o Sadam para criticar o Bush. O Zelaia estava fora da lei, mas o golpe não é justificado. Não por isto, mas por ser um golpe.

    Ah, um comentário a mais:

    “É inexplicável que uma pessoa tão carente de traquejo político tenha chegado a governadora do nosso Estado. ”
    A principio concordaria contigo, mas muitas vezes escolhe-se pela rejeição e não pela aprovação. Isto pode ter ocorrido devido ao péssimo quadro apresentado ao estado.

    Branco

    1. Concordo, Branco, que normalmente é melhor usar o palácio para protestos. O ineditismo dos protestos na casa da Governadora se deve ao fato de que ela não sabe explicar como comprou a mesma. Qualquer cidadão pega sua pastinha onde guarda suas contas e quetais e prova em 10 minutos como comprou sua casa.

      Sobre a rejeição, também concordo, foi uma opção dela (até certo ponto). A tal política de ajuste de contas vai nessa linha, e eu até não desgostava totalmente do Aod Cunha. Isso é uma coisa, mas precisava brigar com a base aliada ANTES de assumir? Precisa optar por não dialogar? Político tem que saber jogar esse jogo, senão o objetivo maior, supondo que fosse ajustar as contas do Estado, vai por água abaixo. A coisa mais fácil do mundo é alguém de direita ter amplo apoio na AL, na imprensa, entre empresários, etc. Nem isso ela conseguiu.

      Ocorre que a Yeda não tem qqr capacidade de diálogo – em termos intelectuais mesmo. Basta ouvir poucos minutos de uma entrevista dela no rádio, ou de um discurso, para ver que não consegue sequer construir frases direito. Além disso, é muito mal assessorada.

      1. Prestes,
        eu concordo contigo em relação à Yeda. Pergunte pro pessoal do PSDB da UFRGS sobre ela, por exemplo. (aliás, os serristas daqui achan-na de extrema-direita).
        Quanto à rejeição, estava referindo-me à ascenção dela a governadora.
        Estamos com um conjunto péssimo de quadros e, vejamos seus oponentes: um chorão que não fez nada e outro que não deixaria passear com meu cachorro (só isto, para não sofrer processos, hehe).
        Embora partilhe do teu desalento acho explicável. O que é mais triste.

  7. Excelente o teu texto, já que o advogado 0 fez uma defesa e tanto , mas fiquei preocupado…Um é o neto do Vladi, o outro do Tancredo(que nada fez Neves, foi primeiro-ministro), só que a desgovernada tem dois netos…

  8. Milton,

    ao ver as hilárias fotos publicadas por Weissheimer ainda na quinta-feira, pensei com meus botões que trabalho teria a editoria fotográfica de ZH para encontrar uma única na qual a atitude da ensandecida desgovernadora parecesse minimamente civilizada. Nas circunstâncias, até que se deram bem. Vale a pena, pois, entrar no RS Urgente só para comparar, numa mesma página, as faces do descontrole com a relativamente bem comportada imagem selecionada pela imprensa “oficial” para documentar o barraco, reproduzida hoje no blog.

    Já uma leitura mais atenta de teu texto deixa a nítida impressão de estares gostando de tomar processos. Será que Yeda e Lya também se fariam representar pelo bacharel de RC ?

    Hora dessas, me explica esse troço de todo bom músico ser dominado pela mulher.

    1. Bom, acho que exagerei. Talvez quisesse dizer compositor.

      Não era só Richard Strauss. Villa tb gostava de obedecer e dizem que Piazzola passava de uma algoz para outra.

      Nada como machos feito Beethoven e Shosta.

  9. hordas de Wierzchowskistas poloneses invadirem meu jardim
    ahahahahahahahahhhahahahhahahhahhah

    Yeda, apareça mais. Tu és o máximo, és a cara acabada e acabada do PSDB. … quero tudo aquilo que a maioria BURRA dos gaúchos pediu. Dê-nos.

    Milton, sensacional! Tô contigo, tô contigo! Que fique até o fim, nessas alturas!

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