E eu sempre soube disso. Fiz o Ensino Fundamental — na verdade fiz Primário e Ginásio — em turmas masculinas. Quando fomos para o Ensino Médio — fiz o Científico –, tivemos a invasão das mulheres. Não obstante eu ter uma vaga — em verdade, absoluta — certeza de que os melhores alunos de minha aula eram eu, Luis Carlos Galli e Luiz Carlos Bohrer, a gente ganhou-perdeu muito quando apareceram as meninas. Pois elas eram nossa principal preocupação.
Agora chega uma pesquisa neozelandesa e descobre o óbvio:
Os meninos têm notas melhores quando estudam em colégios só para meninos comparados aos que frequentam escolas mistas, onde as garotas normalmente os superam, mostrou uma pesquisa recente feita na Nova Zelândia.
O estudo, da Universidade de Otago, comparou o desempenho escolar de mais de 900 meninos e meninas no Ensino Médio de escolas mistas e separadas na Nova Zelândia. Quando os estudantes estavam em escolas separadas pelo sexo, a tendência era de que que os meninos tivessem um desempenho melhor do que o das meninas.
Em escolas mistas, no entanto, havia uma clara tendência de que as garotas superassem os meninos, em um padrão consistente pelo menos até os 25 anos. “Essas descobertas são coerentes com o argumento de que escolas separadas por gênero reduzem ou eliminam a diferença entre meninos e meninas nos resultados escolares”, disse Sheree Gibb, da equipe de pesquisas.
O estudo foi publicado pela revista Australian Journal of Education.
E, no rastro da pesquisa, aparece uma professora da minha filha Bárbara (14 anos) e sentencia: é que os meninos ficam intimidados com a presença feminina. Acho que não, hein? Minha cara e feminista mestra, estás redondamente enganada. É que passamos a pensar apenas em comê-las, em desesperadamente preservar a espécie, o que fará com que todo nosso pensamento passe antes pelos escrotos. É que todas as gracinhas, cada piadinha, conversinha e tudo o que a gente fará será apenas para agradá-las, para fazê-las rir, para quem sabe elas se comportem assim depois da aula:
Te orienta, professora! Tantas vezes, a vida fica mais verdadeira sem estes interpretaços… Ah, se as gurias admirassem minhas notas!
Uma colega que dá aula no ensino fundamental tinha me dito que deveriam aboliar as turmas mistas. Achei que era porque ela é antiga, moralista… Tão novinhos assim e já têm esse problema com o sangue não suportar ir pra um lugar ou outro?
É claro que, falando mais seriamente, sou contra a abolição das turmas mistas, Caminhante. Mas achei engraçada a pesquisa e ainda mais a posição de superioridade tomada pela professora. Não creio que tal posição sirva a nenhuma das partes.
Digamos que a, ahn, psicologia masculina (há uma masculina e uma feminina? quantas são as subdivisões de cada? onde confluem e como degeneram? Bá, tem tanta pergunta para se fazer que é melhor parar por aqui e deixar com a imaginação do leitor) não necessite dessas simplificações. Quando eu era garoto, queria tocar nas meninas. Conheci outros caras que, ao contrário de mim, queriam também tocar nelas, mas com força, isto é, queriam bater nelas. Outros se davam tão bem com elas que viviam sendo tocados, nem precisavam fazer esforço algum. Em qualquer ambiente escolar, as diviões entre os alunos resultam em múltiplas variantes; o fato de estudar só com pessoas do mesmo sexo pode produzir maior concentração e competitividade, mas com resultados terríveis para o sujeito no longo prazo, destruindo na imaginação dos indivíduos qualquer traço de sociabilidade, digamos, mais afável. Penso que o convívio entre os sexos é benéfico para todos, como também é o convívio entre pessoas de padrões culturais e sociais diferentes, incluindo aí orientações sexuais diversas e questões de, ahn, etnia. Em suma, o melhor aproveitamento escolar nos termos propostos (separação entre os sexos) pode até ocorrer em primeira instância, mas posteriormente será o concreto para assentar diversos preconceitos e doenças da imaginação, proporcionando solo fértil para a propagação da estupidez humana, que costuma se relativizar com a convivência diversificada em todos os termos.
Que nos mandem, então, mas meninas da Nova Zelândia. Estou mesmo a precisar de uma nova educação em maori.
O contato com o feminino é absolutamente indispensável e digo mais: naquelas festas mais antiquadas em que as mulheres conversam num canto e os homens no outro, formando duas ou mais rodinhas separadas, fico sempre numa de mulheres. Ao menos elas não estarão falando de carros e futebol.
(Adoro futebol, mas as discussões primárias toldadas pelo clubismo são de última categoria).
Olá Milton! Este post me lembrou uma foto que eu vi há algum tempo já, de uma moça em trajes muito parecidos com os desta foto, mas mordendo um lápis e estudando Cálculo Integral. Um pequeno detalhe era de que o livro estava de ponta cabeça.
Na minha classe de Engenharia Aeronáutica, éramos 40 homens e 0 mulheres; já na Engenharia de Produção, era meio a meio. Advinhe quem eram os únicos que realmente sabiam alguma coisa naquela faculdade.
Pois bem, eu estou de volta em Praga já, e volto a frequentar o seu blog a partir de agora. Me avise quando a slivovice chegar e faça um post sobre os resultados da bebedeira. Grande abraço!
É Gilberto, mas elas não leem nada de ponta cabeça. Nós e Bush é que fazemos isso.
A Slivovice CHEGOU!!!! Não abri porque quero ter a sensação de me embebedar como um sérvio. Nada de beber aos poucos, com delicadeza.
Bom semestre (ou ano) em Praga!!!
e eu demoro tanto a voltar e quando volto encontro essa praga…
algumas obsevações:
1) Já nâo era sem tempo, Milton, vc abrir espaço aqui para a notória contribuição neozelandesa para os avanços da pesquisas em gênero e educação!
2) pelo que entendi, as escolas pesquisadas são organizadas por critérios de sexo e não de gênero. quem escreveu a amatéria que vc reproduz não entende nada da discussão sexo/gênero!
3) deixa de ser escroto e começa a usar teus para a coisa certa… @s leitor@as e feministas agradecem!
bj, f
Flávia, há quanto tempo! Seja bem-revinda!
Bem, como o post está categorizado como “Besteirol”, “Provocações” e “A vida que passa”, achas mesmo que vale a pena discutir?
Se um dia escrever seriamente sobre o assunto, o texto não estará sob “Besteirol”.
Beijo e maracujina.
pô, Milton! então vamos fazer um brinde! Cada um com sua maracujina! Eu estou só me divertindo. E tu já me vistes braba de verdade…
Vem com “provocações” e só quer tapinha nas costas?
E… bem… não sabia que humor não se discute!
Mas é óbvio que, se eu vou ter que defender a “minha tese”, estarei numa posição falsa. Aliás, cadê minha tese?
A única coisa séria que disse ali é que os meninos não ficam intimidados na presença de mulheres. Eu não ficava e nem meus amigos e nem meu filho e seus amigos e nem os amigos de minha filha. Se é esta a discussão, tô dentro.
:¬)))
ai Milton! tô pegando no teu pé… como de costume!
tirando onda, sarro, curtindo com a tua cara, zoando, zombando, gracejando, provocando, chacotando (ui!)…
eu, hein? tá destreinado?
tsc tsc tsc que coisa séria…
Milton, é isso mesmo.
Pois é, quem gosta de mulher costuma… ficar sempre atento a elas…
Tanto o caráter lúdico do post quanto o comentário do Marcos Nunes engrandecem a discussão. Falta assertividade nas discussões sobre educação, direito, política e sociedade. É isso o que eu tanto reclamo acerca do jeito marxista ortodoxo de ser que prevalece nos antigos militantes…
[]’s,
Hélio
Hélio, e tu?
Não passavas grande parte do tempo fantasiando com as meninas?
Ah, essas discussões… Falta-lhes assertividade e acertividade!
Wet dreams, Milton! Elas despertavam essas reações… Eh, eh!
[]’s,
Hélio
Geralmente a interpretação, mesmo de um dado obtido em pesquisa, é projeção maior de quem interpreta. Esta aí, pra mim, surpreendeu: eu achava o contrário…
Pois eu achei que ia dar o que deu… Tirando os outros por mim, passava o tempo inteiro de olho nas meninas. Acaba estudando em casa.
Milton, tu me fez lembrar de uma coisa grotesca que, para a infelicidade de seus leitores,irei compartilhar aqui.
Meu segundo grau foi num colégio completamente oposto ao do puritanismo desses educandários segregadores de sexo. Era de uma promiscuidade humana total, em que os alunos ficávamos em grandes auditórios,com o professor de microfone à frente. Meninas, meninos, tudo junto com nossos uniformezinhos branco e azul do qual tirávamos o máximo proveito da apreciação das pernocas das meninas . Como eu só conseguia rendimento sob pressão, estudando dois dias antes das provas, me sentava nos fundos, na última fileira,e dormia de babar com a cabeça sobre a carteira, até que o gongo finalizava o martírio. (E olha só: não desejo outra coisa de meu filho senão que seja um nerd! Treinando para ser um pai hipócrita_ isso não seria uma redundância?) Ao meu lado costumava se sentar um colega do qual não me recordo o nome. Não éramos amigos mas tínhamos uma convivência cordial em que trocávamos algumas palavras quando eu emergia, por um momento, de meu estado de catalepsia, e ele permanecia sentado de suas frequentes idas ao banheiro. Ele ia tanto ao banheiro que parecia uma compulsão ou doença. Um dia tive de interromper o sono para esvaziar a bexiga, e o encontro no banheiro, em pé de frente à pia, lavando as mãos sujas de esperma. Com um sorriso de alegria cansada, me confessou sem pudores (claro!), que fazia isso inúmeras vezes todos os dias, na sala de aula, enquanto o professor andava de um lado para o outro. Sorri, escondendo a repulsa e admiração por sua ousadia, sabendo desde já que teria de me mudar de minha carteira-leito pois seria impossível não notar, a partir de então, qualquer movimento sísmico e fricção ritmada que viesse da carteira ao lado. Mas a mudança não poderia ser imediata, o que passou a ser um horror as insônias que tive sabendo que um rapaz de quase dois metros de altura tinha um membro, na certa proporcional, em plena ereção, ATRÁS DE MIM!
O desfecho: há uns três anos, vejo, sem a menor sombra de dúvida, esse cara pela televisão, vestido com uma saínha que ia bem acima dos joelhos, com um top colado sobre uns seios siliconizados deixando o umbigo à mostra, cabelos compridos tingidos de loiro, sendo levado pela PM para um camburão, junto com mais uns dois travestis. Fiquei tão chocado que não me atentei ao motivo dele ser detido. Só me veio aquele pensamento temeroso, que necessitava ser abatido imediatamente: será que o fato dele não ir mais com tanta frequência ao banheiro, tinha alguma coisa a ver com eu ter me mudado de carteira?
Espero que não… espero que não…
Bem, meu caro, falemos mais sobre isso…
:¬)))
Eu também sentava lá atrás, mas não dormia e só mudava de lugar se fosse para abordar alguém do outro sexo. Eu estudava diariamente em casa, pois meu aproveitamento em aula era pífio.
Isso eu tenho em comum contigo.
Quando ao restante, tive mais sorte. Ou menos informação!
Realmente é um problema teres encontrado o amor e não estares para ele preparado; com isso, forjastes um desvio nascido da perplexidade de seu amante presuntivo que, amargurado em suas fantasias não partilhadas, tratou de vestir as próprias em si mesmo, com danosas consequencias. Oh, Bartleby, oh, humanidade!
Quer dizer, então, Nunes, que você está afirmando aquela estatística de que um entre três brasileiros é veado. Peguemos três amigos deste espaço, você, o Ribeiro e eu. Se você e o Milton não o forem, então o veado sou eu.
Mas não parece um filme do Almodôvar?
Êh, Brasil, que adora pesquisas alheias.
Isso é lá na Nova Zelândia…
“Ah, se as gurias admirassem minhas notas!”
Digo o mesmo. Teria uma motivação a mais para estudar… Mais.
Este post me deprimiu.
Entrei na 1a série com 5 anos e nunca rodei. Resultado: eu eram sempre menor que as meninas da minha sala. Como vocês sabem, na adolescência as meninas amadurecem mais cedo e passam a se interessar por meninos um ou dois anos mais velhos. Houve um momento, lá pela 6a ou 7a série, em que elas eram quase todas maiores que os meninos da sua idade. Não se interessavam por eles de jeito nenhum. Imaginem se olhariam para mim, que era um ano mais novo…
O jeito era sonhar com elas, jogar botão e decorar as escalações de todos aqueles times dos absurdos Campeonatos Brasileiros dos anos 80 – Colatina, Itabaiana, Taguatinfa, Mixto, Comercial MS, Sampaio Correia, e por aí vai…
Será que consideraram o elemento “professora”?
Tinha que ver o desempenho de turmas só de alunos com professor e com professora. Tem uma etapa onde as professoras podem povoar os sonhos dos alunos, especialmente quando estas sao voluptosas e as colegas ainda nao “pegaram” forma-
Eu não tive essa sorte.
Só na faculdade fui ter uma professora bonita – mas aí eu achei que já tava muito velho para ficar me apaixonando por professora…
Tem toda razão o aratigo.
Quando estudam em turmas separados, os meninos mostram seu força.
A Pesquisa só reflete a realidade: sozinhos os meninos são muito superiores, pois com as meninas nas salas os meninos pensam o tempo todo em comê-las.
É só isso. Simples assim.
Sou a favor da separação de turmas nas escolas.
Que se juntem nos bailes e nas festas.
PARABENS PELO ARTIGO.