1. Dizem que o OPS trocará de servidor neste fim de semana. Estaremos certamente parados por algumas horas antes que paremos por completo.
2. Ontem foi o dia de instalar programas. Troquei meu velho notebook por um desktop bem mais parrudo. Queria trocar de notebook, mas digamos que era mais “fácil” comprar uma configuração com mais disco e memória se voltasse ao velho desktop. Sem problemas. Por conta da confusão, perdi de acompanhar a formação de mais um belo grupo de comentários, mas era necessário: os 40 GB e o XP ainda original — nunca reinstalado — do meu velho Dell Latitude mereciam aposentadoria. Ele se pagou, foram quatro anos de trabalho intenso. Hoje ele vai se assustar por não ter sido ligado. Talvez ele sirva para viagens. É incrível como consigo não estragar minhas coisas, mas a fila tem de andar.
3. Ontem também foi o dia de conversar com as assistentes sociais que acompanham o cumprimento de minha pena. Elas me pediram um tempo antes de fazerem a provável (certa) transferência. Fiquei tão indignado com aqueles acontecimentos que fiz questão de agregar a meu processo um texto que não era outro senão o post linkado acima. Elas ficaram tão pasmas com o acontecimento quanto eu, ou ao menos fingiram muito bem. Fui claro, disse que considereva-me ofendido. Querem contatar a instituição, o juiz, o escambau. Só espero que não lembrem de direcionar as consequências para meu combalido ânus. Chega, né? Querem saber?, temo muito passar de vítima a vilão.
4. À noite, fui ao show do Guinga, do baixista Max Robert e da cantora Marcê Porena no Teatro São Pedro. A desproporção entre o que toca e compõe Guinga em relação a Max Robert é acachapante. Não sei o motivo de se apresentarem juntos. Já está mais do que na hora de Guinga, 59 anos, assumir-se como chefe e fazer-se acompanhar de um pequeno grupo e de uma cantora ou cantor eficiente. Esse negócio de ficar longos minutos — tempo emocional — suportando composições e interpretações de segunda categoria à espera de alguns minutinhos — tempo emocional — do grande violonista e dentista Guinga, é como ir ver um show de Chico Buarque e ele convidar Joana para cantar por uns 45 minutinhos.
5. Há gente louca para tudo. Tanto que uma pequena e simpaticíssima editora me convidou para publicar O Monólogo Amoroso com eles. Teria que finalizar, né?
6. Vou tentar produzir algo futebolístico para o Impedimento hoje. Há algum tempo comecei uma série chamada “A ascensão e a ascensão dos negociantes”. Burramente, parei no segundo ou terceiro capítulo. Pior, deixei de fazer anotações. A tese será baseada no Inter, mas serve para todos. O Internacional é hoje um balcão de negócios, porém a estrutura comercial não consegue criar resultados, apenas lucro, egos e esperanças de contratos no exterior para os jogadores. Tudo o que chega ao Inter, excetuando-se Guiñazu e Clemer, tem o imediato horizonte da venda. Os caras são tão bons nisso que até Magrão conseguiu ser negociado, mesmo que tivesse se arrastado por meses em campo. Bastou duas boas partidas e tchau. O técnico Tite há que ser compreendido. Ele esta lá não para fazer futebol, mas para fazer a fila de vendas andar. Então, só joga quem estiver na hora de ser vendido. Se fosse investidor, acho que gostaria deste “técnico”. Quem sabe o Inter passa a informar a torcida sobre os balancetes? A gente torceria por eles, mas sempre haveria um chato para contestar as comissões…
7. Ah, e acho que está na hora de tratar disso. Afinal, nove entre dez conselheiros independentes sabem que o Beira-Rio tem de ser derrubado para a Copa. Não há conserto. É sucata. E, olha, a questão é muito séria. Há um grupo de pessoas que estão esperando o time melhorar para denunciar a verdade. Só que o time não lhes dá a mínima chance. Em tempo: acho ridícula toda esta movimentação para vermos dois ou três jogos da Copa na cidade. Já pensaram se nos couber Gana x EUA, Equador x Japão, Arábia Saudita x Bélgica?
Item 6 – Como sócio pagante do Internacional, das duas uma, ou começam a me pagar dividendos pela venda de jogadores (e eu paro de reclamar) ou tá na hora dos 101.000 sócios começarem a se organizar prá derrubar esse novo Império Otomano que se estabeleceu no Beira-Rio.
Era uma boa, né? Também estou precisando de uma participação nos lucros. Ficou para a semana que vem o Impedimento.
Milton,
Vi teu post sobre a confusão na escola, e lembrei: periga eu passar por algo semelhante.
Estou com um processo correndo a quase 3 anos. Nunca vi o juiz ou o promotor. As três vezes que marcaram audiência, tiveram que adiar, por motivos vários.
A última vez foi no início de agosto.
Saiu esta semana a nova data: 06 de Junho.
De 2011.
Parei.
Na verdade, eles não apenas têm muitas ações a julgar como depois terão poucas vagas.
Na verdade, a gente tu vais ouvir falar de muita gente presa na cadeia que tem suas penas reduzidas e só vão lembrar de ti no Natal e olhe lá.
Na verdade, tu deverias pensar muito bem na audiência — tens tempo para isso… Aquele foi um dos piores dias que passei até hoje. Como disse, não quis submeter amigos a contarem coisas que não viram e, em respeito a uma pessoa que tinha morrido, fui disposto a ser absolutamente claro. Erro grave.
Eram duas da tarde, o juiz cabeceava de sono, não ouvia ninguém direito. Enquanto meu adv falava, fixei meu olhar nele a fim de acordá-lo. Depois ou antes, sei lá, capitaneado pelo cara do Ministério Público que interrompia todas as nossas explicações o teatro ganhou contornos dramáticos. Foi um acidente ocorrido em janeiro às 7 da manhã. Ninguém viu, talvez só a moça que atravessava a rua, mas no dia da audiência, até o segurança de um banco que saiu lá de dentro do prédio e ao qual era impossível ter visto alguma coisa, passou a ter visto tudo nos mínimos detalhes. O azulzinho da EPTC moveu a moto e meu carro e o perito disse que era impossível periciar… Olha, foi a mais triste das comédias. No fim, o juiz ficou com as testemunhas e eu, que não as tinha, me tornei culpado.
Ainda haverá o emprego de testemunha profissional.
Milton,
Só umas coisinhas:
– A audiência vai ser as 13:30. Imagina aí Fortaleza, Junho, 13:30… Alguém vai cochilar, aposto.
– As testemunhas que depuseram no inquérito policial não resistem aos questionamentos de um leigo, mas aí é que mora o perigo…
– A perícia é a meu favor, mas o promotor ignorou na denúncia.
Enfim: vou ter que abrir o olho…
Off: tens falado com o Idelber ?
Milton, não sou advogado, mas já trabalhei alguns anos junto a um juiz criminal. Você nem imagina o que rola. É triste.
Uma dica a todos (ninguém tem como saber disso de antemão, então lá vai o conselho):
Se um dia alguém for denunciado em uma ação penal, mesmo de menor potencial ofensivo, aconselho que faça o que puder, venda seu carro se necessário, peça um mega-empréstimo na Matone, mas contrate o advogado mais “medalhão” que encontrar, o mais caro de todos. Pergunte a um amigo ou conhecido do ramo qual o escritório de advocacia é o mais famoso em direito penal e tem maior experiência e contatos em determinado tipo de Justiça (Federal ou Estadual). Contrate a banca recomendada sem pensar nas dívidas futuras – a ação civil de cobrança é piada, se comparada com uma ação criminal mal-sucedida. Depende muito do advogado o encaminhamento do processo penal: as rapozas velhas cobram muito caro, mas a incomodação posterior pode ser muito pior, e eles manjam dos “meandros” do Judiciário como ninguém.
Quanto a mentir em juízo para defender-se das inverdades e exageros da outra parte, não é necessário. Qualquer juiz, se incitado por um bom advogado de defesa, tem boa vontade e saca logo as mentiras das testemunhas. Isso é moleza: um punhado de perguntas do juiz, olhos nos olhos da testemunha, derruba qualquer desses mentirosinhos que vão numa audiência contar lorota. Mas o juiz precisa não estar dormindo durante a audiência e é justo o advogado que sabe como “acordá-lo”, tarefa essa que já começa muuuuito antes da audiência ser realizada, porque o sono, muitas vezes, também é agendado.
Os autos de um processo penal podem acabar virando um tipo de “ficção”: cria-se um simulacro do que ocorreu na realidade, e é com base nisso que a decisão final será prolatada.
raposa
Milton,
Fazendo uma rapida passagem pelo google me deparei com um dos comentarios mais sem nexo dos ultimos tempos em seu blog.
Quero deixar aqui o meu registro que estive quarta feira passada no theatro São Pedro no Show do Guinga e Max Robert e sai emocionado daquele Theatro.
Um show complexo e dificil de se executar ainda mais com uma formação pequena de baixo violão e cello que pelo visto vc nem notou néee .
Se informe antes de dizer besteira!! é tao feio um homen de 52 anos sair falando essas coisas..
Descordo completamente do seus dizeres ESSE SHOW FOI UM Show com emoção e sensibilidade e se não tocou vc tenho somente que lamentar …..
Max Robert e Marcê Porena são dois novos artistas com sensibilidade que não precisam ficar provando a todo momento que são virtuosos ou isso ou aquilo, música não é para se analizar e sim para sentir.
Sinto muito por vc!!!!
Carlos
Carlos, por favor, eu não sou dono da verdade. Efetivamente não gostei do show. E vi muito claramente o cellista, era muito bom, mas tocou pouco.
Abraço.
Caro Milton,
Tive o privilégio de assistir o show “Instrumentos e Canções” no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, e foi uma experiência emocionante. Como é bom poder assistir um trabalho de qualidade e bom gosto. Ficamos todos anestesiados com a beleza das canções,dos arranjos, com a voz e a interpretação da cantora Marcê Porena, com o baixo do Max Robert e o violão do Guinga. Fiquei encantado com o talento da Marcê. Pra falar dela tem que falar no plural e mesmo assim é difícil encontrar palavras pra descrever o talento dela no palco. Ela não é somente cantora, é intérprete e atriz, sua bela voz emociona, encanta, nos leva junto pra todos os lugares que canta, canta com o olho, com os gestos, com suspiros. Suas pausas têm mais música do que muitas notas. Quanta canta traz consigo as cantoras do rádio, Clara, Elis, mas o que é melhor com a sua personalidade. É ousada,inteligente e muito talentosa. Não dá pra esquecer suas interpretações de “Senhorinha” e “Catavento e Girassol”, só pra citar um exemplo, mesmo tendo ouvido a minha vida inteira as gravações de outras cantoras.
Concordo com que o Guinga disse: “música é religião”, e assim saí do show: conectado com o Divino, aliás não somente eu porque a platéia do show soube reconhecer a qualidade do trabalho, tanto que ouvi gritos de bravo algumas vezes.
E também pude conferir a emoção da plateia no camarim no término do show abraçando os artistas.
Felizmente o seu infeliz comentário me parece solitário e deslocado no meio de uma platéia sensível e emocionada.