Estrela Distante, de Roberto Bolãno

Compartilhe este texto:

Por Charlles Campos

O que poderia haver de errado, nesse começo de século pouco promissor para a literatura — no qual Norman Mailer lamentou que tudo pelo qual sua geração de intelectuais lutara tenha fracassado, e onde as mesmas formas eternamente combatidas de dominação tenham obtido uma vitória incontestável sobre qualquer resistência contrária — , com o fato de Roberto Bolaño ter sido escolhido como objeto de acirrada adoração pela mídia cultural mundial? Nessa época desencantada dos ilimitados milagres da eletrônica, onde Philip Roth vaticinou que a próxima geração a surgir trará incutida no gene o fim do interesse pela leitura, não é espantoso que o romance de mil páginas “2666” já tenha vendido mais de 23.000 exemplares em Portugal? E que “Detetives Selvagens” tenha movimentado o competidíssimo mercado editorial norte-americano; e que os outros livros de Bolaño já sejam por lá tidos como potenciais clássicos de um escritor genial? E o que poderia ser mais esperançoso do que vermos Bolaño ocupando o centro de vários debates culturais pelo mundo, seus livros aparecendo mesmo em locais exórdinos como na mala de viagem do apresentador da Globo Zéca Camargo ( que levou “A Pista de Gelo” para o acompanhar nas filmagens pela Tailândia, demonstrando os critérios práticos da simplificação de sua escolha)?

Mas essa iconização, por outro lado, é o reflexo de outros aspectos não tão festivos do atual momento cultural por que passa a América Latina. À exceção de Bolaño, de qual outro escritor latinoamericano se ouve falar com a mesma persistência? O cenário mostra-se desconcertantemente desértico, ainda mais em comparação à profusão de nomes de valor que existiam há cinquenta ou quarenta anos. A acreditarmos na tendência — o emprego de tal palavra talvez seja o mais maneirista dos eufemismos — do definhamento da escrita, essa espera pelo desaparecimento dos últimos grandes escritores sem que se veja o natural surgimento de uma geração que os substitua, é uma realidade não só das Américas, mas universal. Não que os escritores apareçam obedecendo a u ma determinada sistemática providencial, ou são produzidos em série para, no momento devido, virem com a resolução para os conflitos da pobre humanidade desgovernada. Mas o que ocorre é que o prognóstico lançado por Mailer, Roth, Vargas Llosa e uma dezena de outros escritores, sobre o futuro inglório que eles não verão , parece se encaixar com perfeição nos estágios velozes da técnica que já nos pegam pela frente, onde a escrita se torna irrelevante e descartada, e, com isso, o pensamento crítico, as nuances lingüísticas, a contestação às doutrinas dominantes, o reconhecimento de uma dimensão mental independente, a lentidão necessária para inteirar-se da constituição espiritual morta por fora pela extenuante falta de tempo da escravidão dedicada às empresas, ao Estado e ao modus operandi de consumidores infinitos.

Se a efervescência intelectual é expressão produzida pela intolerância alcançada aos conflitos históricos, como vemos os poderosos escritores surgidos na Rússia czarista, nos memorialistas do extermínio da Segunda Guerra mundial, nos inconformados contrários ao bezerro de ouro do capitalismo norte-americano, nos refugiados hispano-americanos que acusam as ditaduras assassinas em seus países, não há momento mais legítimo para a imposição da voz do que o que vivemos hoje. Se a desgraça crônica explode no desenvolvimento de pessoas comuns em contestadores que escrevem grandes livros, o estágio atual de desgraças seria mais que justificável para a descavernização desses anônimos, a fim de instigarem aos demais míopes silenciados as possibilid ades de um mundo lá fora.

E é aqui que a carga relegada a Bolaño demonstra-se demasiado pesada. Bolaño, em decorrência da degradação de sua saúde e da conseqüente falta de tempo para amadurecer sua escrita, aceitou resignadamente o trabalho que tinha e, como o albatroz com as asas quebradas, desmoronou-se em desistência para o interior de sua imensa depressão. E ficou com toda a soberba constituição de pássaro majestoso, mas incapaz de disfarçar para si mesmo o pouco tempo que lhe restava, e o quanto isto lhe destruiu a capacidade de ver com abrangência. Não venham me dizer que a proximidade da morte cause essas coisas; quase pela mesma época, Edward Said compunha sua biografia e um volume de ensaios onde se negava a afastar uma revificação solar de todas as idéias humanistas de seus outros livros, ele que também via o fim irrevogável se aproximando.

Bolaño não estava apto a continuar a resistência contra os antigos poderes de dominação vigentes e mais poderosos do que nunca na América Latina: a política patriarcal, a mídia a serviço desses poderosos, a grande alienação e o expansivo silêncio. (Não se mostrou apto a incorporar o intelectual que fala a verdade ao poder, na definição ativista de Said.) Resistência que se fazia com uma militância romântica (hoje tão anacrônica em suas singelas tentativas, que de imediato é taxada de ingênua e demagoga) pelos escritores do assim chamado boom da literatura hispano-americana: Miguel Àngel Astúrias, Juan Rulfo, Mário Vargas Llosa, Rômulo Galegos, Júlio Cortázar, Manuel Scorza, o jovem García Márquez.

Com seu nome valorizado nos mais altos índices de graduação pela crítica estrangeira como representante da atual intelectualidade latino americana, o seu quietismo raivoso, a sua falta de fé, o seu queixume derrotado, alinha-se ao pesado silêncio que mais uma vez assola nosso continente. E Bolaño é tanto mais decepcionante por sua desistência por não se poder dizer que os escritores atuantes em outras regiões do planeta perfaçam a mesma entrega de pontos e pacificação resignada; é só ver Ismail Kadaré, Amós Óz, Ohran Pamuk, Mia Couto, entre outros. J. M. Coetzee, por exemplo, continua insurgindo com uma revisão desafiadora contra o instituído ponto comum e politicamente correto em que coube calar a questão da guetização do negro e da miséria ainda reinante sob a edulcorada versão oficial de uma África redimida e liberta pós Nelson Mandela (como no magnífico romance-palestra “Margareth Costello”).

A crítica que cabe a Bolaño é a mesma que em outra época e sob óticas diferentes, D. H. Lawrence fez a Joseph Conrad, não perdoando por este ser um escritor tão inexoravelmente triste. Com todo esse potencial para o fantástico, e cedendo na primeira investida às formas aterrorizantes da falta de perspectivas do mundo real, era o que estava dizendo Lawrence, lamentando que a música bombástica da prosa exuberante de Conrad o engolisse antes que o arrebatasse para fora da cadeira. O que pode alimentar a interpretação de que os trópicos seja um cinturão global cujos atributos coincidentes são o desespero, a apequenização e o silêncio.

Bolaño, com seu estilo que parece ser independente de qualquer influência, sua profusão de histórias, seu talento em revirar a trama inúmeras vezes, seu humor surpreendente, suas frases que aparecem aqui e ali no relevo do coloquialismo como sentenças borgeanas, o que vemos é seu receio em mitificar, em ir além. Suas narrativas são todas sobre exilados que, mesmo professando a mais difícil e anti-moderna das artes — a poesia — , ainda assim são imediatamente descartados como poetas medíocres, mais uns versejadores outsiders que vão se silenciando e rendendo ao suicídio, à doença ou aos aspectos comezinhos da vida cotidiana. Em determinado momento de “Estrela Distante”, o narrador declara que o Chile ainda não está pronto para a poesia.

Os intelectuais que erram pelas páginas de seus livros não estão motivados a transformarem céu e terra, a bradarem seu canto selvagem sobre os telhados do mundo — mesmo que sempre quebrando a cara no final — , como os personagens de Saul Bellow; também não visam o sublime, como os desesperados que se apartam da mesquinharia mundana para seus territórios artísticos pessoais, como o dos livros de Thomas Bernhard. Seus personagens não tem o firme estoicismo intelectual dos de Philip Roth; ou o prosaísmo quixotesco dos de García Márquez; ou o provincianismo que conlui o submundo bairrista da infância com a experiência do militarismo regimentar dos livros de Vargas Llosa. Os seres de Bolaño não se encaixam nem ao mais niilista dos existencialismos; vivem apenas uma pobre e levianamente documentada aventura de passantes. Não existem dois personagens mais anêmicos e inexpressivos que Arturo Belano e Ulisses Lima.

Eu não perdoo que Bolaño seja tão triste. Quem lê “Putas Assassinas”, sai com a certeza de uns três ou quatro contos realmente muito bons, mas com uma sombra na alma que leva dias para desaparecer. Poderão me dizer que mexer com um material tão emocionalmente radioativo como a literatura é tarefa para quem tenha estoicismo suficiente para suportar doses cavalares de desencanto. Mas eu saio revitalizado depois de ler Bernhard, Beckett e Céline (para citar três escritores do desencanto). Ler “Extinção”, “Origem” e “Viagem ao Fim da Noite”, é percorrer uma indignação festiva, uma repugnância que recorda sempre a força de contestação juvenil, a desconstrução de toda certeza e gratidão imposta pela farsa da sociedade equânime; é literatura adrenérgica e viril, que, dependendo da época, deve ser naturalmente reprimida pelo sistema que estiver vigorando.

Já o Chile, Pinochet, as andanças sem rumo pelo México e pela Europa — até as cenas espetaculares numa guerrilha africana que aparece em “Detetives Selvagens” — , são incapazes de romper o isolamento de Bolaño; essa violência mundana não consegue suscitar nele nada mais que o aproveitamento, sob a devida distância, de matéria para sua prosa documental. Um conto de três páginas de Cortazar, “Grafite”, faz mais pela indignação, a denúncia e reação, do que “Amuleto” e aquelas últimas páginas de “Detetives Selvagens”. “Estrela Distante” vai mostrar mais uma vez isso, com um número inédito de aberrações e corpos mutilados, de que Bolaño renunciara à política, à filosofia e à poesia, e o resultado é um livro competentemente limpo de qualquer transcendência em qualquer sentido. O único símbolo sutil perceptivo é deixado à deriva, como se Bolaño, com seu cigarrinho entre os dedos, mandasse às favas o trabalho que daria dar escopo ao inteligente esquema do personagem central ser uma serial killer. Como em Detetives, em que ele não consegue mitificar a procura por 600 páginas pela Cesária Tinajero, ele também não passa ao leitor aquela indagação após fechar o livro de “o que diabos ele quis dizer com aquilo?” O poeta fascista assassino Carlos Wieder representa o que? Bolaño não constrói vínculos inteligíveis em que se possa dizer: “Ah! É a desumanização que a rendição à ditadura causa!”, ou “Ah! Cesária Tinajero é o símbolo da liberdade perdida!” A prosa de Bolaño é indevidamente rarefeita numa época em que a literatura precisa de mais para prosseguir.

Mas vale lê-lo? Vale! Cada centavo empregado! Não sei se Bolaño é um grande escritor. Estou propenso a pensar o contrário, o que seria uma contribuição à mesma mitificação que favorece ao setor das compras antes do deleite da leitura. Um dos melhores livros que li foi escrito por um autor menor, “Pergunte ao Pó”, do John Fante, e pouca coisa há de mais singela que Arturo Bandini (que coincidência!) atirando seu livro publicado em direção às areias do deserto da Califórnia. Não estou dizendo que Bolaño seja medíocre. Mas contra a comercialização desarroada de sua imagem (que só imponho reação quanto às possibilidades críticas, e não contra o quanto se consiga vender de seus livros — é um aspecto de raríssimo otimismo ver Bolaño ocupar algumas listas de mais vendidos), eu creio que o Bolaño verdadeiro é aquele da foto e m que aparece sentado atrás de uma mesa atulhada de papéis, com o olhar perdido para dentro de si mesmo, frágil, solitário, equilibrado com seu cigarrinho eterno na fina linha de sua vida, com a cabeça cheia da música mais angustiante.

Grafite de Roberto Bolaño numa rua de Buenos Aires

Gostou deste texto? Então ajude a divulgar!

28 comments / Add your comment below

    1. Ah, lê… A Pista de Gelo trata de uma patinadora… Não é seu melhor livro, mas já é suficientemente hipnotizante e fluente… Lê…

  1. Milton, foi uma aula! Comentar é fácil; escrever post é um trabalho hercúleo. Desde que solicitou de mim essa “resenha”, minha vida_ sem exagero!_ por esses 3 dias, foi uma terapia contrária onde tudo que escrevia sobre o tema me parecia horrível. Como é que vc consegue? Quando menos percebi, estava escrevendo uma pré-monografia sobre Bolaño. Cortei mais da metade do texto e te mandei, para que não pensasse mais nisso.

    Cara, só vi como um gesto de grande carinho o cuidado que vc teve com essas fotos magníficas. Essa do Cortázar, não conhecia! (Que cara bonito foi o Cortázar!) Obrigado por esse carinho.

    Errata: o livro de Coetzee chama-se “Elizabeth Costello”

    1. Já que post tem o texto do Charlles e a arte do Milton, saúdo os dois.
      Charlles: tua prosa tem muita emoção!
      O post está muito bonito.
      Como sempre, aprendi muito com vocês aqui neste blog. Se não aprendo mais, é porque sou meio burro.

      Ei Caminhante, bem vinda ao clube: há mais de um ano o Milton e seus contundentes comentadores despertam essa mesma sensação em mim.
      Uma amiga me perguntou qual livro eu iria querer de Natal.
      A resposta tem sido sempre a mesma e mais ainda depois de conhecer este blog: quero livro não: eu queria era tempo para ler. Me veja aí umas três semanas de leitura, por favor. É um presente de Reis.

      1. Obrigado, Farinatti! Sei o quanto é trabalhosa a vida de um professor universitário. Tenho alguns amigos professores da faculdade de história que também lamentam a falta de tempo para a leitura. Um deles_ Aulo Plácio_, é fâ de carteirinha de García Márquez, assim como nós, e tem de se desdobrar às noites para conseguir algum prazer com os livros, já que dá aula em várias instituições de ensino. Já eu, sacrifiquei algumas possibilidades mais rentosas de emprego para levar uma vidinha com um padrão econômico não mais que razoável numa cidade pequena, justamente para me sobrar tempo_ o que, para mim, é a coisa mais valiosa. Trabalho das 6 da manhâ às 10 da manhã, como veterinário inspetor de abate, e no demais tempo exerço com orgulho um ócio desmedido.

    2. Charlles, isso é só no começo, depois a gente se descontrai, a qualidade cai, os leitores compreendem. Nem sempre conseguimos uma monografia…

      Ah, parabéns pela crítica. Belíssima. Dá orgulho de publicar.

      O espaço está disponível para ti. Quando a pressão interna (de expressão) for demais, publique aqui. Para as outras pressões, sugiro o banheiro ou as mulheres.

  2. Um dia na morte de Paulo Francis

    O contínuo da redação passa com o carrinho repleto de gordos envelopes em meio aos colunistas e repórteres quase aos berros, como é habitual naquele ambiente. A cada envelope entregue ele grita “Pauta!”, e é o que faz quando deixa um deles, mais fino, na mesa de Paulo Francis, que não se dá a saber diante da entrega. O colega da mesa ao lado, tendo aberto seu próprio envelope, pergunta se ele nem conferirá a pauta, o que faz, de relutante, segundos depois.

    “Waaal, literatura latino-americana? Eu é que não perco tempo com essa titica subdesenvolvida…”
    O colega pega a folha abandonada à mesa, curioso.
    “Ora, mas é sobre Roberto Bolaño!”
    “Waaal, e quem é esse? Nunca vi mais gordo… A literatura latino-americana foi condenada ao subdesenvolvimento desde Bartolomeu de las Casas, que impôs o fardo da denúncia e prenunciou o bom selvagem, waaal, puro ressentimento nascido dessa terrível fusão de três raças tristes, o que só multiplicou nossa inferioridade e não nos permitiu olhar mais acima…”
    “Para o Hemisfério Norte?”
    “E para que, waaal?! A Europa é um continente decadente, ele próprio vítima da teoria do Welfare State, um engano que ainda os fará pagar e muito caro!”
    “Então você não escreverá sobre o último livro do Bolaño?”
    “Waaal, que mandem isso para o editor de cultura, aquele sujeito de óculos com armação de titânio, isso é coisa de gente modernosa. Aliás, eu já ouvi falar sobre esse livro, alguém disse dele que ‘não passa de um excerto de outro volume do mesmo autor, Detetives Selvagens, ou uma extensão comercial dele, seguindo temas e personagens num ambiente de derrisão quase absoluta’, e ainda ‘a perversão do artista e intelectual latino-americano já recebeu tratamento melhor em Noturno do Chile’ Waaal, já não chega? Autores de verdade são Hemingway, Faulkner, Vidal, esses insuflaram vida à moribunda literatura européia, que hoje só faz imitar os mestres americanos…”
    “Mas, Francis, já leu quem lhe mandou essa pauta?”

    Há num envelope um papel fixado com um clip; nele um recado: “Francis, escreva sobre Estrela Distante e traga o texto pessoalmente para mim. Dr. Roberto”

    O articulista perde seu tom avermelhado; parece até que recebeu novamente a intimação da Petrobras. O colega sorri para ele, com os olhos brilhando de escárnio. Francis se põe a trabalhar: pega no próprio envelope o pequeno livro de Bolaño e, depois de uma hora, o dá por finalizado, para espanto do companheiro, digo, colega da mesa ao lado. Em mais uma hora tem a primeira versão de sua crítica; em mais meia hora, fez a revisão e novas inserções à primeira versão; em quinze minutos, releitura e finalização.

    Agora vem o pior. Levar o texto ao Dr. Roberto.

    A cor vermelha de Francis, que voltara enquanto ele se dava ao trabalho de “ler” o livro e escrever o artigo sobre ele, repentinamente lhe foge às faces, mais uma vez. O colega pensa “Agora ele recebeu a sentença da Petrobras” e ri para si mesmo. Francis lhe dirige um olhar que implora pena ou solidariedade, e tudo que o colega faz é lhe dar um tapinha nos ombros e devolver um sorriso que não é de compaixão, mas de hipócrita compreensão, pois na verdade está silenciosamente a dizer “certo perdeste o senso”.

    Francis se encaminha, pesaroso, ao elevador privativo do Dr. Roberto. Aperta uma tecla, comunica que necessita utilizá-lo por exigência expressa do chefe. Acedem. O elevador chega. Paulo Francis entra, lívido, suado. Seu amarfanhado terno de linho parece empalidecer com ele. A porta se fecha e o elevador finalmente desce, desce, desce, desce…

    1. Não por mim Ramiro, pois é meu último dia aqui. Tô suspendendo minhas atividades a partirde amanhã, volto no ano que vem mas já programei um semestre sabático só pra escrever mais um romancezinho, que deverá ocupar todos os tempos mortos normalmente utilizados para meus comentários aqui. Mas não seja por nada não, dê andamento nesse projeto de revista literária, mesmo que só internáutica, de repente dá pano pra manga colorada do Milton.

      Felicidades!

      1. Marcos, sua notícia é daquelas que deixa o olhar parado no ar. Para mim é lamentável a sua saída. Tente, se for possível, reconsiderar a decisão.
        Bom, desde já declaro que aprendi muito com a sua presença. O que posso lhe enviar são sinceras saudações poéticas.

      2. É óbvio que detestei a notícia, mas o que fazer senão sugerir ao Marcos que deixe uma frasezinha aqui, outra ali, uma ironizinha acolá?

        Será sempre bem-vindo!

        (Vou pedir para o Charlles para escrever a resenha sobre o romancezinho que o Marcos me enviará em primeira mão, claro…)

        1. Se ele permitir, o faria com prazer! Sou um ser humano deplorável, em eterna tentativa de autocontrole, e disse uma ou duas mentirinhas torpes para o Nunes (no estilo: fingi todos os orgasmos!), para desopilar a bile que ele me provocara. Mas não vem ao caso… Apenas digo que o levo a sério como escritor, principalmente ao amor próprio que tem, e a dedicação.

          Mas como todo escritor, é um mentiroso nato, e estará de volta muitoantes do que anuncia. Querem apostar?

  3. À tarde, agorinha mesmo, o céu escureceu. Trovejou e ventou; coriscou e choveu.
    Foi um tempo de reclusão, iluminado pela leitura deste post, que demonstra: há quem pense; o bem pensar é fruto do bem falar.
    Oxigênio puro, aqui.
    A chuva se vai. Ao longe troveja, ainda.
    Não importa.

  4. Ao Marco Nunes…

    LÂMPADA AMARELA
    by Ramiro Conceição

    Entre o equilíbrio e o desequilíbrio,
    busco, entre ambos, o movimento vital.
    Entre o ódio e o amor,
    quero, do que somos, um canto geral.
    Entre a morte e a vida,
    a árvore é bem-vinda com seus ramos.
    Entre a ironia e a inocência,
    cultivo a sadia, possível, existência.
    Entre a ignorância e a erudição,
    prefiro aprender qualquer lição.
    Entre a escuridão e uma estrela
    desenho uma lâmpada amarela
    entre o verde e o vermelho da cancela.

Deixe um comentário