Relendo Michael Kohlhaas, tendo pequenas surpresas

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Por achá-lo parecido com Desonra, comecei a reler ontem a grande novela de Heinrich von Kleist (1777–1811), A Vingança de Michael Kohlhaas. A forma com que os dois caminham inexoravelmente para a desgraça, conscientes mas irredutíveis, é muito semelhante. A diferença principal é a raiva. Michael Kohlhaas tem ódio.

E, prova de que os livros dialogam entre si, começo a encontrar casualmente, aqui e ali, novo temas. Imaginem que Kafka fez apenas duas leituras públicas — evento comum na Alemanha até hoje. Uma delas foi dedicada a ler passagens de Michael Kohlhaas. Kafka disse que “não poderia sequer pensar” neste trabalho, sem ser levado às lágrimas e ao maior entusiasmo. E, ao que parece, o romance Ragtime, que não li, de E. L. Doctorow, utiliza elementos do enredo. Doctorow declarou que seu livro é uma deliberada homenagem à história de Kleist.

Será que é fácil de achar? Meu livro é da Editora Três (uma coleção de 1974) e os direitos de tradução são da Melhoramentos. Coisa muito antiga.

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2 comments / Add your comment below

  1. Fiquei bem curioso, Milton.

    Infelizmente nunca tinha ouvido falar, nem de Kleist nem de Kohlhaas.

    Pela época e descrição parece coisa desses doidos alemães ultraromânticos. Eles podem mesmo ser bem divertidos…

  2. Esse livro é extraordinário, Drex. É incompreensível que seja tão desconhecido no Brasil. Vou escrever mais sobre ele após o feriado, Ok?

    Grande abraço.

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