A mim, esta música sempre lembrou meu pai, que a ouvia muito. Após Fanny e Alexander de Bergman, passou a ser a música deste filme. Porém, sobraram outras cem que me trazem o Dr. Milton à memória… Interpretação de Renaud Capuçon e Sayaka Shoji (violinos), Lars Anders Tomter (viola), Mischa Maisky (violoncelo) e com a belíssima Hélène Grimaud ao piano.
Homem de bom gosto, teu pai.
Certamente, e me faz a maior falta.
Acordei hoje com lembranças musicais antigas…
Pelo que você sempre conta, seu pai deixou-lhe um legado e tanto! Viva!
Sim, o legado musical foi imenso. Desde criança. Há músicas que parecem ter sido pré-instaladas em mim. Às vezes nem imagino o que é mas sei até o que acontecerá no movimento seguinte. Um dia tenho que contar como eu dormia na minha infância. O tocadiscos do meu pai ficava ao lado da minha cama e ele ficava ouvindo música até a madrugada…
Isso daria um belo post. Daqueles bem emocionantes.
ALMA
by Ramiro Conceição
Que Alma é esta que
carrego e que nunca
se sacia?
Quando da escuridão
da Literatura,
criou uma lista à leitura
de autores fundamentais;
porém, paulatinamente,
um vazio ficou dentro…
embora todos fossem lidos.
Quando ignorante da Ciência,
delineou métodos experimentais
às ditas explicações fundamentais
mas, gradualmente,
um vazio ficou traçado
como se nada houvera sido feito:
ficou um amargo…do impossível.
Quando analfabeta da Poesia,
esboçou poemas à exaltação da Vida;
contudo, paulatinamente, um vazio
nasceu dentro
– como se nada fosse escrito:
algo parecido a um grito indizível.
Quando precisou de Deus,
resolveu procurá-Lo,
mas nunca O encontrou;
a não ser, é claro,
na massa de zumbis narcotizada
pelos viúvos da miséria humana:
papas, bispos, padres, pastores,
políticos e pseudo-professores:
hábeis torturadores em transformar
seres inocentes em doentes mentais.
Todavia não se perdeu tudo nesta poesia
porque quando da necessidade do Amor
a Alma encontrou aqueles que sonhavam
além si… com a inocência… de existir.
PS: o terrível problema: a versão final
errata: onde se lê “além si” leia-se “além de si”
Nunca falastes de uma das peças eruditas de que mais gosto: Quadros em Exibição, do Mussorgsky. Fica aqui a sugestão.
É uma música maravilhosa, predileta.
Que achado de Schumann.
Essa interpretação soa ao lado da de Marthinha e amigos, incluindo MM.
Mas tenho uma em um LP antigo, capa com uma pintura meio azulada (hmm, vou ter que catar esse munaro), com uma pegada incomparável.