Outro rolo nórdico. O cartunista sueco Lars Vilks foi jurado de morte por ter retratado Maomé como um cachorro e, por medo das reações, teve trabalhos seus proibidos em duas exposições de arte. Em resposta, o jornal Nerikes Allehanda, primeiro divulgador dos desenhos, publicou um editorial defendendo a livre expressão e uma nova coleção de imagens.
É uma provocação claríssima. Como o próprio autor certamente previu, seus trabalhos foram foram seguidos de manifestações muçulmanas na Suécia e protestos diplomáticos por parte do Irã, Jordânia, Afeganistão, Paquistão e Egito. Até ontem, ninguém tinha sofrido nenhum ataque nem embaixadas tinham sido queimadas, embora as ameaças à vida de Vilks. Ontem, a coisa mudou um pouco. Foram presas sete pessoas suspeitas de planejar o assassinato e a Al-Qaeda ofereceu 100 mil dólares pelo presunto do cartunista.
Como já disse, o jornal defendeu sua posição de publicar a charge, enquanto que o governo sueco anunciou que, se lamenta a ofensa causada, não pode desculpar-se por uma gravura da qual não é responsável e muito menos pode impedir sua publicação. Tudo normal na Suécia, mas a Organização da Conferência Islâmica pediu imediata “ação punitiva contra o artista e os editores do cartum”.
Acho que tais fatos se tornarão rotina nos próximos anos. Os governos muçulmanos estão cada vez mais exigindo que países europeus abandonem a liberdade de expressão e o Estado de Direito para introduzir censura ou punições a quem os agrida. Em outras palavras, querem que os suecos se comportem como eles. Isso dá pano pra manga.
Enquanto as gravuras de gosto duvidoso de Lars Vilks não são proibidas, vejam mais algumas abaixo:
E aqui, talvez, uma demonstração da paranoia europeia e americana.
Minha opinião? Os islâmicos sempre emigraram e os resultados disso não são comparáveis aos da emigração europeia. Ainda. Sabendo-se por antecipação da invasão muçulmana, há que construir uma convivência pacífica em vez de simplesmente combatê-los como se fossem usurpadores. Minha concepção talvez seja Pollyanna demais, mas acredito que haja tempo para isso. E há islâmicos e islâmicos. Para completar, informo que já houve estados islâmicos onde conviviam pessoas de diferentes religiões. Um exemplo disso é a Palestina pré-Israel, onde havia tranquilos judeus, cristãos e muçulmanos… Sempre é bom lembrar como os israelenses foram bem recebidos na Palestina… Sim, pura verdade.
Post escrito com um olho neste aqui.
Se Vilks é um cartunista então, senhoras e senhores, sou Millôr Fernandes.
oi, millôr
meu nome não é
olumôr
– pelo contrário
Oi, Olumôr,
eu sou a Romira
amiga da lira
que vibra de amor.
Ramiro, recebestes meu pedido através do Milton?
Claro que recebeu. Recebeu até uma cópia impressa do e-mail!
Exatamente, há islâmicos e islâmicos, mas o radicalismo e o fundamentalismo tem tido uma imensa vantagem. Em certos países islâmicos, como é o caso do Irã, parece não existir mais racionalismo, razoabilidade ou uma certa e necessária mitigação entre interesses conflitantes, como ocorre nos países democráticos de direito. O que prevalece, em certos sítios, é a interpretação radical das palavras de Maomé no século VII e a guerra santa é a palavra de ordem. A vida nesses lugares se torna um inferno e os ingênuos soldados americanos, como bem mostra o filme “Guerra ao Terror”, não conhecem e nem querem conhecer essa linguagem, porque falam outra língua, pertence a outra cultura etc. Mas uma coisa é certa, os EUA, apesar de tudo, não estão do lado dos malvados.
Concordo com o Ramiro. Que traço mais feio. No primeiro, nem estava claro pra mim aquilo eram patas.
Tem um bando de malucos buscando encrenca a qualquer custo com os muçulmanos. Alguns por racismo, puro e simples, outros por ódio religioso, uns poucos por não que são sem noção mesmo e outros ainda porque querem aparecer. Acho que o tal Vilks se enquadra na última categoria, sem prejuízo de estar incluso em todas as outras.
Parece que duas coisas no mundo de hoje dão notoriedade a qualquer débil mental: falar mal do Lula e ofender o Islã. Se o tal Vilks era um ilustre desconhecido, agora virou celebridade internacional por seu achincalhe gratuito à crença dos muçulmanos. Só falta alguém decretar uma fatwa contra ele, para o sujeito passar a posar de mártir da liberdade de expressão.
Eu sou ateu, e pouco me importa as crenças alheias. Mas nem por isso eu vou pegar o cálice da missa para beber caipirinha. Respeito é bom e evita encrenca. Bom, também é possível que o cara tenha tendências suicidas.
Essas propagandas animadas inteligentes deste blog são um show à parte. Todo dia me dão nós de riso no estômago. Um espaço de um ateu convicto como o Milton, e nesta última segunda havia um filme publicitário evangélico no pé do post. Hoje, o tema é sobre o Islã e há uma foto de um templo cristão onde se convida para a visita à Israel. Ontem anunciava um curso de como pentear cabelo para um blogueiro que há muito adquiriu o charme da calvície. É de matar de rir…
Mas registre-se que os muçulmanos estão a povoar consideravelmente os países nórdicos, e tal representação do cartunista configura-se nada menos do que numa posição nítidamente contra isso.
Tudo bem que a censura exigida pelos países islâmicos não é de todo correta (lembra do caso na Dinamarca, também com charges?) mas tais charges ofensivas estão a sair de países escandinavos (e só deles), que por “coincidência” são o mais novo pólo de imigração dos muçulmanos.
Contando os segundos para os mais radicais queimarem uma bandeira da Suécia no Oriente Médio, como já fizeram com a da Noruega e da Dinamarca.