Após 10 anos, única maestrina do Irã foi finalmente autorizada a reger

Após 10 anos, única maestrina do Irã foi finalmente autorizada a reger

Nozhat Amiri

O 33º Festival Fayr de Música Internacional do Irã está em andamento na capital do país, Teerã. Enquanto a cidade hospeda mais de 30 orquestras de todo o mundo, a primeira e única regente mulher do Irã subiu ao palco deixando o público atônito.

Nozhat Amiri tornou-se a primeira mulher a liderar a Orquestra Nacional do Irã, executando peças compostas por importantes músicos do país, como Hossein Dehlavi, Homayun Khorram e Morteza Hannaneh.

Nozhat Amiri diz que deve tudo ao apoio que recebeu do marido e aos amigos que acreditavam na sua capacidade. Amiri é mestre em música e regência pela Universidade de Teerã e aguardou 10 anos por este momento. É a única iraniana com tal formação.

Veja um trecho abaixo:

Guerra ao Terror

Depois que os caras saíram, lembrei vagamente de meu pai falando sobre uma viagem ao Irã (Pérsia) lá pelo final dos anos 50…


Uns caras bem estranhos invadiram minha casa querendo saber coisas a meu respeito. Lhes disse que não tenho programa nuclear próprio. Não acreditaram. Trouxeram um cara junto. Estava preso. Tinha a cara do bin Laden, mas falava português. Tiraram fotos. Me deram umas coisas para tomar.

Há pessoas investigando minha vida, meus IPs, meus contatos, meus comentários. Minhas fotos e livros são analisados e cheirados. O guarda da cadeia já mandou torpedos, o juiz de direito piscou para mim — eu vi. Minha caixa de e-mails diz coisas, sugere que escondo fatos, que iludi e fui iludido, que matei e roubei, que meu diploma é falso, que nunca estive lá. Ligo a TV e só passam séries, ouço o rádio e me culpam pelo Serra, mexo nos CDs e todos são de Wagner. Estranho.

Mais confusão nórdica com o Islã

Outro rolo nórdico. O cartunista sueco Lars Vilks foi jurado de morte por ter retratado Maomé como um cachorro e, por medo das reações, teve trabalhos seus proibidos em duas exposições de arte. Em resposta, o jornal Nerikes Allehanda, primeiro divulgador dos desenhos, publicou um editorial defendendo a livre expressão e uma nova coleção de imagens.

É uma provocação claríssima. Como o próprio autor certamente previu, seus trabalhos foram foram seguidos de manifestações muçulmanas na Suécia e protestos diplomáticos por parte do Irã, Jordânia, Afeganistão, Paquistão e Egito. Até ontem, ninguém tinha sofrido nenhum ataque nem embaixadas tinham sido queimadas, embora as ameaças à vida de Vilks. Ontem, a coisa mudou um pouco. Foram presas sete pessoas suspeitas de planejar o assassinato e a Al-Qaeda ofereceu 100 mil dólares pelo presunto do cartunista.

Como já disse, o jornal defendeu sua posição de publicar a charge, enquanto que o governo sueco anunciou que, se lamenta a ofensa causada, não pode desculpar-se por uma gravura da qual não é responsável e muito menos pode impedir sua publicação. Tudo normal na Suécia, mas a Organização da Conferência Islâmica pediu imediata “ação punitiva contra o artista e os editores do cartum”.

Acho que tais fatos se tornarão rotina nos próximos anos. Os governos muçulmanos estão cada vez mais exigindo que países europeus abandonem a liberdade de expressão e o Estado de Direito para introduzir censura ou punições a quem os agrida. Em outras palavras, querem que os suecos se comportem como eles. Isso dá pano pra manga.

Enquanto as gravuras de gosto duvidoso de Lars Vilks não são proibidas, vejam mais algumas abaixo:

E aqui, talvez, uma demonstração da paranoia europeia e americana.

Minha opinião? Os islâmicos sempre emigraram e os resultados disso não são comparáveis aos da emigração europeia. Ainda. Sabendo-se por antecipação da invasão muçulmana, há que construir uma convivência pacífica em vez de simplesmente combatê-los como se fossem usurpadores. Minha concepção talvez seja Pollyanna demais, mas acredito que haja tempo para isso. E há islâmicos e islâmicos. Para completar, informo que já houve estados islâmicos onde conviviam pessoas de diferentes religiões. Um exemplo disso é a Palestina pré-Israel, onde havia tranquilos judeus, cristãos e muçulmanos… Sempre é bom lembrar como os israelenses foram bem recebidos na Palestina… Sim, pura verdade.




Post escrito com um olho neste aqui.