Há um cidadão muito curioso. Seu nome é Pedro Czarnina e ele parece ser de origem polonesa. Desconhecendo o fato de meu ex-sócio ter o sobrenome Galuschka e minha amizade com Radziuks e que tais, talvez ele seja a única pessoa no mundo que acredita que eu não gosto de poloneses. Nem Leticia Wierzchowski acredita mais nisso. E Pedro, o Quidam (*), volta e meia retorna aqui para me ofender. Eu sempre deleto seus comentários, porém desta vez vou dar um grande destaque a ele, pois, afinal, as ofensas costumam dizer mais do agressor do que do agredido. Ontem, ele desperdiçou seu tempo desta forma:
E aí! Como está o pai da Basia? Não tá mais brincando com os sobrenomes? Só pra dizer que viramos assíduos leitores do teu blog. E de vez em quando, ao não termos muita coisa pra fazer, elegemos alguém pra tomar no cu. Com acento ou sem acento, o eleito da hora foste tu. Semana que vem faremos novo pleito. Então Milton: — Idzie do Dupa. Em polonês, pois tu merece. Ah! Dia desses vi aqui comentários excelente de escritores russos… A Polônia é uma pequenino país, mas tem 5 prêmios Nobel de literatura. H.Sienkiewicz, todo mundo conhece o Quo Vadis, mas ele tem uma trilogia gigantesca, recém traduzida no Brasil por Tomasz Barcinski. Wladyslaw Reymont (pouco conhecido por aqui), Czeslaw Milosz e a Wiszlawa Szymborska, poetisa ainda viva. Tem também o Isaac Singer, polonês de nascimento, mas que escreveu sua obra em iidiche. É muito considerado lá mas, aqui em nossa terrinha de “gonorantis”, não sabemos muito acerca dele.
O pior é que Pedro, o Quidam, ignora que conheço o que foi traduzido de Sienkiewicz — bem chatinho, o coitado — e li os bons Milosz e Singer. Não conheço o Reymont (Rejment) nem a mulher de 6 milhões de dólares. A todos os que conheço prefiro Witold Marian Gombrowicz, que não ganhou a grife do Nobel, que era um pouco antinacionalista — creio que seria do mesmo modo se tivesse nascido em qualquer outro lugar — , meio argentino e morreu na França. Sim, conheço um pouco da cultura polonesa. Não muito. Sei alguma coisa das invasões, mas nem imagino quem seja a Basia do hino. Por favor, não precisa explicar nos comentários! Bem, Pedro, chega, né? A propósito, não gostei da tua frase “Em polonês, pois tu merece.”. Além do erro na conjugação verbal, há uma clara intenção de escamotear o idioma polonês, pois eu, o mandado tomar no cu, mereceria o polonês. Tu não? Francamente, Quidam…
(*) Obrigado, Ramiro.
P.S.– Acerca de outro assunto, acaba de comentar amigavelmente em meu Facebook, um amigo chamado Marko Petek. Árabe, com certeza.
Eu ssempre me emociono quando vejo um Trollzinho tentando rugir alto. Sai aquele miadinho que é a coisa mais guti-guti.
Milton, esqueceste do André Dombrowski.
Olha só! Acabo de dar um reply ao comentário desse Pedro, mas havia lido apenas o final, sobre o Singer, e não a introdução ofensiva. Que coisa curiosa! Desses mistérios que às vezes acontecem neste blog e eu fico com a sensação de “estar por fora”. Não vou perguntar o que o Ramiro tem a ver com isso. Certos mistérios mantem o charme.
Charlles,
sua encomenda será enviada. com dedicatória e tudo.
Ah, bom! Já estava pensando que tinha me ignorado. Sou um cara sem orgulho nessas horas de pedir livros de amigos. Recebi o do Marcos, que já li na íntegra. Aguardo o seu.
Viu, Milton?
Somos também milagreiros – ressuscitadores de palavras!
O poema a seguir é dedicado ao Pedro, o Quídam.
SIAMESES
by Ramiro Conceição
A exibição mórbida
de deformidades humanas
dirige-se à platéia em que
bípedes são quadrúpedes.
Sejamos mutantes
da humanidade que virá;
mas nunca esqueçamos
que se nasce,
que se morre,
só, sempre,
não às vezes.
O entrelaçamento amoroso
é bom; mas até certo ponto.
Não há beleza na dança
de dançarinos siameses.
hahahaha
Pedro Quidam é melhor do que Pedro, o Escamoso.
Mas que bá!
O referido Quidam, além de obtuso, é insistente.
Preclaro Miltom ou Milton, … Cara! Referência no blog. Estou realizado!!! Com direito a poema!! Mój Bóge!! Olha que bacana: tu até aprendeu a escrever o nome da Letícia direitinho… letra por letra… Isso é evolução. Parabéns.
Até peço desculpas e te comunico que, tendo vista isso, após ruidosa assembléia bebemorativa, decidimos retirar teu nome de nossa lista desabonatória. Estás absolvido!
Mas, mesmo assim não vale! Deverias colocar o primeiro post pros teus incensadores compreenderem. Nele, eu derivava o “Basia” que é o apelido polonês da tua filha. Na época, modestamente te parodiando, imitei. Tu disse que ofendi e tal…
Olha, veja bem, nunca desmereci teus conhecimentos. Só te chamei de cagão. Porque se fosse macho mesmo, sustentava aquele processo até o fim. Mas, gostei das considerções sobre os escritores. Nem todos são o que esperamos. E é claro que se tu soubesses da importância do caráter nacionalista para o polonês não faria aquela idiotice, talvez até visse com outros olhos as obras de Sienkewicz.
Ah! Por preciosismo: É Wladyslaw “Stanislaw” Rejment e Wiltold Mar”j”an Gombrowicz. Teu tradutor não saca muito, é compreensível.
E Ramiro, com toda a minha parca verve: … um abraço.
Só pra não ficar no ar. Sendo daquela região de fronteiras incertas (um pouco de história ajuda) o nome Petek pode pertencer a qualquer família de origem eslava ou hebraica. Um abraço pra ele. Identifica-se mais pela religião praticada. E qualquer pessoa de Dom Feliciano sabe quem é o Pedro (Piotr) Czarnina.
Salve Pedro e Milton,
Só hoje vi esta citação a meu nome. Fico “engalanado” como diziam os antigos.
Pedro, minha origem é Croata (eslava portanto). Somos de uma pequena região onde os sobrenomes terminam por “ek”. O normal é terminar em ic (c com circunflexo invertido) que como deves saber segue a linha de muitos povos de dizer “filho(a) do beltrano”.
Até onde eu sei Petek tem alguma relação com sexta-feira, não o do Róbison Crusoé.
Abs
Não tinha visto este post. Obterei informações e, se te interessar, te remeto!
Abraço!
Ao prezado missivista Dário, é “Dabrowski”. Andrzej Dabrowski.
Temos ainda Ryszard Kapuściński, Jan Kochanowski, Janusz Korczak e
Jerzy Kosiński pra enumerar os da letra K. Desses há traduçoes em português ou espanhol. Pena que não tenhamos as traduções de Szymborska e Rejment… Pena mesmo. Há em POA um pianista, chamado Tiago Halewicz, que tem escrito sobre a cultura polonesa. Acredito que ele seja a pessoa que mais conheça de Szymborska por aqui. Se não me engano, é curador do Studio Clio. Abraço