Minha filha estava me ameaçando de morte. Exigia que eu postasse isso. Então tá.
O Projeto de Lei n. 215/2007, que institui o Código Federal de Bem-Estar Animal, de autoria do Deputado Federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP), é um forte instrumento legal de defesa animal. Acompanha as exigências da União Européia, vedando práticas e regulamentando atividades na área de produção animal, experimentação e controle populacional de animais em meio urbano. Aprovar um projeto deste porte no Congresso Nacional é bastante complexo, pois a maioria dos parlamentares não se importa com a vida animal. Por isso, precisamos demonstrar a força das pessoas que amam e defendem os animais com este abaixo-assinado, pedindo urgência na aprovação do Código de Bem-Estar Animal.
Por outro lado, deputado aprova lei de “TORTURA DE ANIMAIS”. O deputado Edson Portilho, do Rio Grande do Sul, teve a desventura de criar um projeto de lei que permite que os animais sejam torturados e sacrificados em rituais religiosos. O parlamentar, sabendo que os protetores dos animais se manifestariam, fez a seguinte trama: marcou a apresentação para votação da lei num dia de julho, mas fez um chamado urgente e marcou a reunião às pressas, mais cedo. Os únicos avisados foram os demais deputados. Ou seja: não havia defesa. Os animais não tiveram oportunidade de ter pessoas que os representassem. Quem poderia responder por eles? E aconteceu o que mais temíamos: houve 32 votos contra os animais e apenas 2 a favor.
Endereço do Abaixo Assinado eletrônico:
–http://www.leideprotecaoanimal.com.br/
Não podemos deixar uma barbaridade dessas assim.
Precisamos de 500 mil assinaturas.
As violências mais graves contra os animais são as constantes e “inevitáveis”, por oriundas dos abates industriais para fins de alimentação humana. Não há método menos brutal de matar um animal para tais fins e, qualquer que seja o déficit de sofrimento, o fim atingido é o mesmo, isto é, a extinção de uma vida animal, com quem partilhamos inúmeras sequências de DNA.
J. M. Coetzee, além de vegetariano, é autor de um livro denominado A Vida dos Animais, cuja personagem Elizabeth Costello, é título de outro romance do mesmo autor, sendo o primeiro, anteriormente nomeado, mais contundente na exposição dos horrores da produção industrial de “carne”, mais especificamente retalhos de animais mortos, e do abismo moral em que nos atiramos quando não nos reconhecemos como espécie que partilha, com outras que nos são compatíveis, um universo comum. Imagine-ne, como comparativo, levar a sério o livreto Uma Proposta Modesta, de Swift, que expõe, como saída economicamente viável, a utilização de carne humana infantil para saciar a fome dos irlandeses. Ver a si mesmo como um animal à expectativa do abate, da extinção, sem escapatória e alternativa… imaginemos a nossa angústia existencial diante de tal perspectiva. Conforta-nos saber (?) que os animais costumeiramente assassinados não possuem consciência da própria vida?
E sabe o que é pior nisso tudo? Eu não sou vegetariano!
Nem eu. E minha filha adora um churrasco!
Oh, Bartleby, oh, humanidade!
Pessoal,
somos carnívoros sim, mas isto faz parte da nossa natureza animal. Não vejo problema nisto, puro darwinismo.
Agora torturar ou sacrificar é outra coisa. Daqui a pouco será permitido sacrificar virgens por motivos religiosos. Aliás, na Bolívia o espancamento e tortura existem agaora, nos tribunais comunitários. Será a próximo passo?
Curiosidade, nunca ouvo falar deste deputado, de que partido ele é? (Afinal, no sistema brasileiro posso ter dado meu voto a ele devido à proporcionalidade – que horror!)
Branco
O problema, Branco, é que nossa estrutura biológica, com destaque ao aparelho digestivo, é de animal vegetariano; a fome nos conduziu à dieta animal, mas ela violenta nosso corpo, principalmente a carne vermelha, razão pela qual, hoje à noite, estarei convertido ao culto e consumo de uma delicana criatura marinha, que não é a sereia, mas, como materialista que sou, o camarão. Que me faz um mal terrível, mas f-se, o bicho é gostoso pra burro, quer dizer, pra homem.
Marcos,
alguns biólogos (não sei quais, portanto, pode ser um bando de biólogos picaretas, ou não) afirmam que o cérebro evolui devido à dieta animal do homem pois só a carne daria energia suficiente para tanto. Claro, não seria a única condição.
Não discuto isto, mas é um argumento que me interessa.
Detalhe, também prefiro animais marinhos e, graças aos céus, não faz-me mal.
Branco
Aqui há uma questão importante, que cega o debate entre vegetarianos e, digamos, onívoros. A opção pelo vegetarianismo é uma escolha ética pessoal. Sou vegetariano há mais de 10 anos e convivo tranquilamente com qualquer pessoa que tenha hábitos diferentes dos meus e até endosso a tese que a carne foi fundamental para a evolução humano, provendo energia e gordura suficientes. Ao assumir o vegetarianismo faz-se uma opção. Não há nisso qualquer superioridade moral ou abnegação, é simplesmente uma escolha ética, de tantas que fazemos em nossa vida. Não sei se abriria mão da minha nutrição em prol dos animais; se hoje o faço, é porque nos dias que correm é possivel unir minha convicção pessoal com a possibilidade de se obter todos os nutrientes necessários – e sem dispensar o sabr da comida, claro – de uma dieta vegetariana.
Ops,
onde digo ouvo não digo ouvo, digo ouví
Branco
Não tenho nada contra sacrificio de animais em rituais religiosos – a maioria galináceos, de vez em quando bodes e cabras. Sangue é necessário para “magia negra”. Problema kármico de quem faz…
E falo sério, mesmo.
No segundo ano do curso de veterinária, alguns alunos da minha turma fizeram um primoroso ato de humor: picharam uma vaca inteira com mata-bicheira, nomes, palavrões, desenhos obscenos. Mesmo os indignados se negaram a ir reclamar com o diretor. Capitulei-me, porque os próprios professores riam de ver o animal andando pelo pasto da escola, mostrando placidamente a farsa de que ali se formavam cientistas. Havia uma hierarquia sutil, mas tradicionalmente bem alimentada, de ver os rapazes chegando com as grandes caminhonetas dos pais com um respeito solene. Criava-se as criaturas para depois, os mentores irem trabalhar para eles.
O Ramiro me mandou seu livro de poemas. Li-o numa tarde, comovido. Uma incógnita de resistência: um engenheiro nuclear altamente especializado com uma percepção poética hiperatrofiada. Ele já nos disse sobre a barra que passou por conta disso. Eu vivo algo parecido. Cada vaca ou boi mortos no matadouro onde trabalho me põe ã prova. É extremamente difícil acalentar ideias de que o homem possa ter algo de legitimamente filosófico ou sublime vendo o animal caindo no abate. Sair de lá, e me sentar para ler em casa, é um exercício de eufemização. Não sou vegetariano_ só não como carne de suíno( se houver alguem interessado a ler um texto extenso sobre o assunto, tá lá no blog Ãgora com Dazibao no Meio_ Comida, mas o prisma é outro)_ mas há uma marca de primitividade no modo como os animais para consumo humano são tratados, algo que se nós ( a espécie)obtivermos uma verdadeira evolução moral algum dia muitíssimo distante, vamos olhar para o presente com uma forte sensação de abrutalhamento.
Aos que toleram, por brincadeira ou não, sacrifícios rituais de animais, aconselho a se atentar para o aviso das últimas semanas do físico Stephen Rawking: `paremos de enviar sinais de boas vindas para possíveis visitantes extraterrenos. Se eles virem, o farão não como amigos, mas da mesma forma como os europeus trataram os povos das Américas. O único resultado será o extermínio.` Desculpe Mateus, mas teu comentário, para falar o mínimo cordial, é anacrônico.
Hawking.
“Mínimo cordial” hehe…
Eu que só como PASTO, frango e peixe* (gado muito raramente, apenas quando não há outra coisa além de insetos, afinal não sou chinês), defensor dos animais, falando isso…mas é. Pode ser, hum, incoerente, mas é o que eu acho. Matar é horrível, maior “pecado” de todos… as leis INEFÁVEIS do universo darão um jeito com quem pratica. Equlibra-se a balança universal** de algum jeito. Agora tenho que ir, o Coelho tá me chamando pra jogar tarot – ele A-DO-RA o primeiro arcano maior…
*judeus e islâmicos não comem porco por outro motivo, mas este motivo eles não gostam de dizer (nem eu);
**mesma balança que compensará o Internacional com a Libertadores este ano, afinal ficou só vice ano passado…ou não.
Milton, mandei por email para um monte de gente que conheço, espero que todos assinem e espalhem o link. Vou postar na página do FB também, acho muito importante esse avanço para o País ( os outros tipos de “avanço” é que são execráveis, embora muito comuns). Ah só por curiosidade, sabia que existiram arenas de touradas em Porto Alegre? Eu não sabia. Fiquei sabendo coincidentememte hoje conversando com um primo mais velho. Abraços Marcelo Job