Por Alejandro Borche Casalas, um amigo uruguaio (e-mail)
Hoje vivenciei um fato extraordinario. Num dia gélido, uma massa humana invade a Rambla, onde sopram ventos uivantes, e toda a avenida Agraciada para receber a seleção uruguaia. Trata-se, porém, de um enterro. As novas gerações tem dito basta. Chega de Obdulio Varela, Ghiggia, Schiaffino, por favor não encham mais o saco, agora nós temos Forlan, Suarez, Peres e ao maestro Tabarez. Não importa que a seleção não seja campeã o importante é que voces vajam a merda com essas histórias. Mesmo que algum velho se emocionasse, embora questionando ?eles não ganharam nada?, a festa foi dos jovens. Eu por razões sentimentais e por não ter coragem de esperar na Rambla me postei na frente de minha escola primaria na rua Paraguay. As fotos em anexo as tomei no momento em que passava o cortejo pela frente da escola. Agrego uma foto da avenida Agraciada e uma do maestro Tabarez em outros tempos. Foi bonita a festa pois estavam terminando com um mais que velho passado.
Sensacional!
Emocionante!
Frequento uma casa de vinhos aqui no Rio de Janeiro, a Symposium, cujo proprietário, José Hodara, é uruguaio, e cujo filho, de nome Marcos, é um reacionário de marca, que uma vez sentou à minha mesa para sacanear o Mujica, meses depois eleito presidente (o xará deve estar fulo da vida com isso). Estive na 4ª feira lá, o José disse que, daqui por diante, atenderá pelo nome de Forlán… O pai sonha com o futuro; o filho, com o passado – é um nostálgico da ditadura, veja só…
Vejo no Uruguai, a princípio, uma nova disposição quanto ao futuro, inclusive no que se refere a sustar o êxodo de nacionais que reduziu o crescimento da população local que, em 1950, era de 2,9 milhões, e hoje, 60 anos após, é de 3,3 milhões. O futebol terminou por colocar a cereja no bolo de casamento do uruguaio com a possibilidade de um novo país. A lamentar, somente, que o bom e velho Mario Benedetti não tenha vivido para ver a animação das pessoas às ruas; poderia mirar e repetir sua velha frase, “Quem diria, os fracos realmente nunca se rendem”. Este 4º lugar, quem sabe, ajudará (ou é uma das demonstrações que isso já ocorreu) a recolocar o Uruguai no mundo, livrando-o da névoa da letargia que cobre o país há décadas.
Adoro o Uruguai, como nação e como povo. Torci por eles, na desclassificação do Brasil.
E como são aguerridos, lutadores e corajosos.
Cairam de pé.
Muito legal, parabéns celeste. Torci muito por vocês!
Interessante esta visão do Alejandro, seria possível enterrar o passado de glórias de um país e a partir de uma conquista no futebol mudar o olhar de toda uma nação em direção ao futuro ?
Se assim for, o futebol dexaria de ser a mais importante das coisas sem importância ?
Aos hermanos uruguaios
muito, muito além do Uruguai…
DOIDIM
by Ramiro Conceição
Preciso de cortar o cabelo.
Não consigo ir ao barbeiro!
Não é a distância.
Não é o dinheiro.
Sou – eu!
Louquim, louquim:
um caju, sem cajueiro;
um fogo, sem braseiro.
Meu Deus
– cresceu a barba branca;
o branco cabelo cresceu-,
por favor, me diz como se faz:
estou a aparecer – Karl Marx!
Já são três dias – de luta,
de intriga, briga e labuta.
Corta. Não corta.
Corta. Não corta.
Catralhos me mordam!
Ai de mim, fiquei doidim!
Só resta-me um grito de fé
debaixo do meu bigode:
“Cadê a corte de Herodes
com a bela Salomé?”
Porque de profeta e de louco
todo o poeta tem um pouco.
Após postar o “DOIDIM” no blog do Carpinejar, um Anônimo disse:
“Um ataque de riso no meio da tarde, um ataque de riso na livraria.”
Então respondi…
ATAQUE
by Todos Nós
Um ataque
de riso
no meio da tarde,
um ataque
de riso
na livraria.
Ah, caro amigo,
imagine
como seria
se quem não está
estivesse…
Que alegria!
Milton:
Gostaria de ver tuas improvisações sobre o tema da notícia que te envio (rola a página até lá embaixo). É o retorno da eugenia como política de estado. Na qualidade de feio de nascença, sinto-me tocado por tal tipo de orientação dos poderes constituídos quanto a políticas oficiais de emprego. Sendo assim tão importante a aparência, deveríamos nós, cidadãos feios, ser internados em campos de concentração durante a copa, para não prejudicar a imagem da cidade e do estado? Permitiríamos apenas a exposição dos lindos à observação dos visitantes? Deveríamos lutar pela constituição de uma comissão de seleção de soldados de boa aparência, formada por um grupo requintado de damas heterossexuais frívolas afiliadas a padrões estéticos internacionais e de cavalheiros homossexuais, identicamente frívolos, também afiliados a padrões estéticos internacionais, para orientar consistentemente o processo de seleção de nossos policiais? O edital de convocação de concurso deveria incluir exigências de medidas de certas porções do corpo especialmente carregadas de atratividade visual? Não tenho a menor referência quanto a padrões estéticos de homossexuais mas, da minha lastimavelmente escassa experiência com as damas (espero ainda aumentá-la ao máximo que conseguir), posso afirmar que apenas as muito frívolas estariam preocupadas com a aparência de policiais. Eu arriscaria te dizer que a mulherada anda apostando mais nos feios, tal é a falta de credibilidade entre os bonitinhos. O apuro sim, é uma instituição militar: farda limpa, botinas envernizadas etc. Competência, treinamento, dedicação, sim: deveriam ser referência para funcionários públicos de toda ordem. Policial bonitinho para hooligan ver é um disparate. Quando esses quase-delinquentes, delinquentes ou ultradelinquentes, que formam as torcidas de futebol, enxergarem um policial “bonitinho” só vão provocar: “e aí, bonequinha de caserna?”. Além disso, onde ficaria a igualdade de todos perante a lei? E para onde iria a seriedade necessária das instituições? Policial tem que ser bonitinho? Aí tem dente de coelho, grande Milton! Improvisa um pouco sobre esse tema, se ele te cutucar o descalabrômetro tanto quanto abalou o meu. Quando ouvi isso, grande Milton, te confesso que “me caiu os butiá do bolso”. Segue a notícia.
Abraço
Antônio Souza
A NOTÍCIA!!!
Aparência vai contar pontos para concurso da BM até a Copa de 2014
16.07.10 – 20:19
A expectativa da Brigada Militar é de que até 2013 cerca de 2,5 mil a 3 mil policiais estejam contratados e preparados para atuar na Copa do Mundo de 2014. Para o próximo concurso da BM, entretanto, além dos critérios habituais, como preparo fisico, a aparência também vai contar pontos.
O comandante-geral da Brigada Militar, João Carlos Trindade, confirmou a preocupação com a imagem da corporação, destacando a necessidade do conhecimento de idiomas, como o inglês e o espanhol, além da forma de abordagem aos turistas.
Saber perder é mais importante do que saber ganhar. A vitória acoberta tudo, a derrota deixa lições.