A Copa de 2014 será uma tragédia futebolística para o Brasil

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Só se fala em estádios, obras viárias e aeroportos, mas eu gostaria de falar sobre futebol, mas especificamente sobre a Seleção Brasileira. Quem viu Bósnia x Brasil, viu: o Brasil não tem um bom time de futebol e, pior, com aquele grupo de jogadores não se fará uma boa seleção. O problema não está localizado em Mano Meneses mas numa pobre geração de jogadores. Como as seleções pouco treinam, dependem ou de seus talentos ou têm por base um grande time, coisa que também não há.

Kaká e Ganso poderiam organizar um time, porém Kaká está envolvido há anos por repetidas lesões e atuações burocráticas. Já Ganso simplesmente decaiu e parece que não será aquele maestro que pintava ser. Ronaldinho Gaúcho e Neymar, em torno dos quais talvez se pudesse organizar uma equipe, parecem ser insuficientes — o primeiro não é nem sombra do que foi e o segundo sofre demais com a marcação, principalmente a estrangeira, muito mais implacável. O bósnio Papac foi suficiente.

Se pensarmos que falta pouco mais de dois anos para a Copa brasileira, fica clara a improbabilidade de brotar em nossos campos uma nova geração. Hoje, nomes comuns como Hulk, David Luiz, Fernandinho, Jonas, para não falar em quem estava e permaneceu no banco contra a Bósnia, parecem ter cadeira cativa nas convocações. Em anos anteriores, vários jogadores de peso e biografia eram descartados; agora, estes não são mais encontrados. Da nova geração, acho que Thiago Silva é a joia, mas sabemos que não se faz um time a partir de um excelente zagueiro. Dos 23 indicados para a Bola de Ouro de 2011 — que visa premiar o melhor do mundo — só havia um brasileiro: Neymar.

Ou seja, estamos convivendo com uma geração pobre e lamento dizer que acho que o Brasil deverá ser um mero participante da Copa 2014. Claro que isso vai acabar em crise mesmo antes da Copa. Provavelmente Mano Meneses vai comer a massa pré-pronta que o diabo amassou. E não descartem um Maracanazo II.

Assinado: Mãe Dináh (01/03/2012).

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6 comments / Add your comment below

  1. Dedé é outra pérola.
    Mas, claro, ainda dá pra fazer um bom time e competitivo.
    Impressionante a seleção da Espanha ontem contra a Venezuela. Lembrava muito o estilo do Barcelona.

  2. Tal qual sempre: nada a ver e
    tudo a ver…

    CÍNICO
    by Ramiro Conceição

    Sou um cínico que ama
    a inocência que levanta
    todo o dia diante do Sol…

    Sim, um cínico que crê
    em Deus como conceito capaz
    de gerar sentimentos de amor.

    Mas sou um cínico que debocha
    de tudo que… não desabrocha.

  3. O Brasil ainda tem jogadores capazes de formar uma grande seleção, mas não tem técnicos que estruturem a equipe nos moldes em que jogávamos noutros tempos. Dentre outras, poderia citar a seguinte formação: Diego Alves, Daniel Alves, Tiago Silva, Dedé e Marcelo, Arouca, Oscar e Ganso, Lucas (SP), Damião e Neymar (num 4-3-3). Variando para um 3-5-3, substituindo Arouca por David Luís. Neste caso, Daniel e Marcelo se mandariam (nada do 5-3-2 que os treinadores usam dizendo tratar-se do 3-5-3). Agora, pergunto: qual técnico (e quase todos os comentaristas) brasileiro não diria que com esse time o sistema defensivo seria uma “baba”, que o time levaria muitos gols, blá, blá…. Bota esse time pra treinar. Vai perder muitos jogos no início, mas quando se estruturar, dificilmente iria perder. Falta aos nossos técnicos (e aos jogadores também) a convicção de que é possível ter um time assim sem que ele seja frágil. Não há exemplos atualmente? É necessário mudar. De que se tem tanto medo?

  4. Sem querer corrigir, mas não será tragédia não. Tragédia é quando cai um gigante, como na tragédia do Sarriá, com a seleção de 82, ou mesmo o já citado Maracanazzo.
    O sentido de tragédia vem do fato de termos de fazer escolhas e elas, no final, não nos levarem a um final feliz. Mesmo se forem acertadas.
    Tragédia seria se tivéssemos um time foda, técnico foda, estivéssemos na melhor fase do nosso futebol, e acontecesse de perdermos já na primeira fase ou na final, para um time mixuruca ainda.

    O que acontecerá não será tragédia. Será a lógica.

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