Saiu ontem na Agenda Lírica de Porto Alegre do grande Aury Hilario:
Não foram poucas as vezes que nos manifestamos neste espaço sobre a Associação. Sempre a entendemos um elo importante entre a Orquestra e seu público.
Uma pergunta nunca foi respondida: por que motivo foi extinta?
Aleluia!!! Esqueçamos isso, porque algo maior e inesperado aconteceu!
Graças ao extraordinário poder de agregação das Redes Sociais, em 24 horas, no Facebook, 2232 pessoas (isso era ontem à noite) aderiram ao Grupo ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DA OSPA, cujo objetivo é “APOIAR A ORQUESTRA SINFÔNICA DE PORTO ALEGRE EM SUAS FINALIDADES.”
Ora, se isso não é uma evidência de que a criação oficial ou a reativação da antiga Associação é atitude que se impõe, então já não entendemos mais nada!
No ritmo atual das adesões, em 1 semana contará com um número tão expressivo de seguidores que, se somente 10 por cento se associassem à OSPA, teríamos, além de casa cheia nos espetáculos, arrecadação mensal importante para minorar as históricas deficiências financeiras da entidade.
Senhores da OSPA! Mirem-se no exemplo da Dª Sopher, seu Theatro São Pedro e sua ASSOCIAÇÃO DE AMIGOS!
Aury Hilario
Finalizo dizendo que somos do Movimento dos Melômanos Incondicionais e Opiniáticos e que nossas ações não se limitarão à Internet. Aguardem!
Caros leitores do Sul21, por favor, apoiem participando!
Via facebook: https://www.facebook.com/groups/338321516222791/
(Totalmente fora de contexto: uma consulta médica).
Prezado Dr Milton Ribeiro.
Em função de nossa longa amizade, via rede, e de sua renomada experiência sobre daltonismo, sobre os hábitos dos artiodáctilos da família Cervidae, ou seja, sobre a admirável veadagem gaúcha (estou aqui a lembrar do célebre post sobre os ditos chifrudos do Pampa), e levando também em consideração a sua erudição sobre cinema, atrevo-me, por meio desta, a consultá-lo em público, pois estou com alguns probleminhas de saúde.
Probleminha no1.
Há alguns meses que meu ‘ramirinho’ teima em fazer corpo quase mole quando diante duma situação efetiva de crescimento, quer dizer, comporta-se tal qual um erudito braile, sem bengala, solto no seio da entropia de nossas cidades, a apalpar espaços – antes bem conhecidos; além disso, o ‘mirinho’ apresenta-se preguiçoso à prospecção dos queridos buracos adjacentes e pertencentes às profundidades do mar da libido que, como é sabido, manifesta-se em uma falta de energia associada aos instintos preservadores da vida. Pois bem, fui consultar um urologista que, como de costume, me mandou realizar uma batelada de exames. A surpresa: descobri que sou diabético (o único caso conhecido em minha família): glicose, 431 mg/dL; outro fato, estou com uma alta taxa de triglicérides, 967mg/dL, fruto muito provavelmente de minha obesidade movida principalmente às amareladas geladas. Diante de tais fatos, o urologista recomendou-me um endocrinologista especialista em artistas diabéticos. Como não acredito no livre-arbítrio, obedeci qual um triglicéride-carneirinho-glicosado.
Probleminha no 2.
E lá fui eu, Dr Milton Ribeiro, à consulta com o tal endócrino. Olha um exame aqui… Olha outro acolá… E pronto: receituário feito. Contudo o endócrino, especialista em artistas diabéticos, me chamou a atenção sobre as amarelinhas em temperaturas inferiores a 25oC: só duas latinhas, no final de semana. Catralhos me mordam! Tentei logo uma argumentação: “Mas doutor, sou poeta! E minha inspiração?”. Numa dialética digna dos antigos gregos, aquele olhar perguntou-me: “Você viu ‘Vicky Cristina Barcelona’ de Woody Allen?”. Prontamente respondi negativamente. De bate-pronto continuou o neo-socrático-capixaba: “Pois é. Lá você encontrará a sua inspiração; e a deve compreender profundamente, antes de tomar qualquer medicação que estou a recomendar. É parte fundamental do tratamento! ”.
Afinal, eis a minha consulta, caríssimo Dr Milton Ribeiro. Em sua opinião:
i) o endógrino é um gozador?;
ii) devo assistir ao filme proposto?; ou
iii) devo logo dar o rabo até o final de meus dias?
Anciosa e atenciosamente no aguardo de sua amável resposta.
Dr Ramirus Concepcione.
(AAO tem apoio da ASA).
ASA
(Associação dos Sonhadores Anônimos)
by Ramiro Conceição
Só por hoje,
eu acredito
no acalanto
das mães…
Só por hoje,
eu acredito que
não há racismo
e que a justiça
não é constituída
por canalhas…
Só por hoje,
eu acredito
que a Terra é indivisível,
pois não somos donos
Dela; mas ao contrário
pertencermos ― a Ela
(como sabe à cores e de cor
cada aborígine da Tasmânia).
Só por hoje,
eu acredito
que a teologia, a filosofia,
a ciência, a tecnologia,
a arte e a alegria são partes
da política à sabedoria,
à liberdade humana…
Só por hoje,
penso-sinto que o amor venceu;
e que, realmente, não estamos sós
pois o seu inverso não tem sentido
nem aqui, nem ali – pra além do Sol.
Só por hoje,
eu acredito que o sagrado seja essas mulheres
a ensinar, umas às outras, a arte de amamentar.
O poema ‘ASA’ nucleou e cresceu aqui:
Que notícia excelente! Tomara que aconteça mesmo existir uma associação de amigos que possa prover os recursos necessários a uma Orquestra Sinfônica, tirando do estado esta desnecessária e avulsa função.
Ficará bem que músicos e os doutos conhecedores, tenham seu nicho cultural bancado por sua própria inciativa e, não pelo meu bolso e o de outros cidadãos.
PROTOPLANETA
by Ramiro Conceição
Um protoplaneta, azul, num céu
de cometas com frio, sem amor,
seria se não houvesse gametas.
Progênito
de caçadores,
de agricultores,
de engravatados
saqueadores, és.
Progênita
de poetas,
de pintoras,
de putas
caridosas, és.
Muitos morrem poucas vezes
após haver nascido; porém poucos
nascem muitas antes de haver morrido.
Logo, são relativas as datas definitivas.
Instruir-se
é uma ascendente
espiral divergente.
O contrário
é uma descendente,
convergente.
Ainda bem
que bendito é tudo
que nasce sem poesia
e que à noite ou ao dia
late estrelas!
LAMBARI
by Ramiro Conceição
Nossa história
promoveu-me
a trocador de lâmpadas.
Porém
como explicar, a ela, que sou
um acendedor de lamparinas?
Nosso trem não tem trilhos
porque vem de lá, d’aurora.
E o único lugar onde pára
é na democracia do agora.
Entram seres estranhos.
Saem “seres-humanos”!
O trem apitou…
Quem entrou, parte.
O destino? É a arte!
A originalidade é o melhor de si:
dela; dele; e também dum lambari.
Prezado Estácio.
Complementando o ‘Protoplaneta’. Entre tantas canções dos Beatles, há uma que é extremamente enigmática: ‘I am walrus”, de Lennon.
Na última estrofe tem-se:
“I am the eggman (1)/
They are the eggmen (2)/
I am the walrus (3)/
Goo goo g’joob” (4)”.
Os versos (1) e (2) podem ter a seguinte interpretação: sou um homem-ovo (1); eles, homens-ovos (2), que pode querer dizer: somos seres explicáveis pela teoria dos gametas (ovos), ou seja, uma síntese entre o feminino e o masculino. Logo, somos uma explicação possível, intelectual, adjacente a um processo social e cultural. Enfim, dentro do possível, somos seres intelectuais que tentam se compreender (eggmen).
Por outro lado, o verso (3) é extraordinário… Parece querer dizer: sou uma morsa! além dessa nossa cultura; sou um animal-artista que necessita duma explicação melhor!
E o verso (4) é a síntese!!: vocês, intelectuais, cientistas, que procuram explicações para tudo, e eu, que sou um simples animal-artista (the walrus), devemos em conjunto construir as condições de um trabalho sadio – à vida:
Goo goo g’joob!
Saudações poéticas, Estácio!
(http://www.youtube.com/watch?v=V8-NKv_C_Ec)