O natural e lógico de um time de futebol bem sucedido é ter um técnico que treine, dê dinâmica, escale e, enfim, seja o responsável pelo vestiário. Porém, o mais comum nos times brasileiros é que os dirigentes fiquem dando pitacos, constrangendo o técnico a escalar os jogadores da preferência da diretoria. É o caminho para o caos. E, com efeito, as reações da diretoria do Inter às exigências de Dunga indicam não um problema de ordem financeira, mas uma discordância sobre o futuro modus operandi. Ou seja, Luigi não quer dar o vestiário para Dunga, quer seguir enchendo o saco.
Participo de dois grupos de discussões do Inter e em ambos as pessoas, algumas delas conselheiros de oposição — às quais estão muito atentas a todo o noticiário esportivo — estão juntando declarações daqui e dali a fim de montar a esfinge da hesitação sobre Dunga. Grosso modo, aqui está o resumo: Dunga declarou-se um japonês e quer saber de todas as funções prévia e minuciosamente. Em outra entrevista, ele disse que a Comissão Técnica é a dona do vestiário… Já Roberto Siegmann, ex-diretor de futebol e homem que não tem limites em sua franqueza — e que também nunca foi pego numa mentira — diz que o banana do Luigi (expressão minha) acha que entende de futebol e que gosta de mexer no time. Enquanto isso, logo após o Gre-Nal de domingo, o presidente Giovanni Luigi Calvário surpreendeu o mundo ao acusar Dunga de pedir um salário muito alto para os padrões de um clube que renova com Bolívar e outras mediocridades. Tal acusação foi peremptoriamente negada por Dunga.
Este é o presidente que o Conselho Deliberativo reelegeu para dois anos. O papel de manter tal sumidade foi assumido por um Conselho formado por pessoas que estão mais para o high society porto-alegrense do que para o interesse futebolístico. Por essas e outras, muitas outras, e por não aguentar mais é que vou de Chapa 3 no próximo dia 15, data da eleição para o CD. Chega de amadorismo. Estou cheio.
Ah, e Dunga só virá se não houver outro que a torcida aceite.
Pois então que a TORCIDA faça sua parte e diga que não vai aceitar outro nome.
Não podemos deixar o Luigi achar que nos engana.
“Chega de amadorismo. Estou cheio.”
E o pessoal do Convergência é profissional em que, exatamente? Sendo que nunca entraram num vestiário?