Resumo do início de Coudet

Resumo do início de Coudet

O ranço de parte da imprensa a respeito da presença de Eduardo Coudet na casamata do Inter — e que é amplificado pela parte toda da torcida — é incompreensível.

OK, também acho que a retirada de Moledo foi precipitada, Bruno Fuchs ainda não é melhor que Moledão, mas a postura do time, hoje, está muito mais próxima daquela esperada em um time grande.

Vejamos quais foram os treinadores desde o último título importante do Inter: Fernandão (2012), Dunga (2013), Clemer (2013), Abel Braga (2014), Diego Aguirre (2015), Argel (2015-2016), Falcão (2016), Celso Roth (2016), Lisca (2016), Zago (2017), Guto Ferreira (2017), Odair (2017-2019) e Zé Ricardo (2019).

Destes, quem é realmente do tamanho do clube? Abel, certamente. Aguirre, quem sabe. Os outros eram um bando de medrosos que davam entrevistas falando em “proteger a casinha”.

Ademais, Coudet sofreu zero gols na pré-Libertadores e teve o melhor início de treinador desde Dunga, considerando estes dez primeiros jogos. Só que Dunga jogava apenas o Gaúcho em 2013.

E Coudet está modernizando — na verdade, está alterando radicalmente — o modelo tático do clube. Hoje, estamos jogando no campo adversário, projetados à frente. Nada de “time reativo” como o de Odair. Estamos marcando forte no campo adversário, sem recuar. Em quase todos os jogos tivemos mais posse de bola e oportunidades de gol.

O planejamento é claro e objetivo. Há um conceito por trás de cada ação. Quem não vê… Olha, só lamento, porque quem não vê… Tem problemas de observação no futebol e talvez fora dele.

Há falhas? Sim! Os laterais não foram bem, o armador central não funcionou, mas dizer que Coudet está no caminho errado é uma completa tolice.

Com o grupo em formação, com jogadores que preocupam por sua idade e implantando uma mentalidade de time grande num grupo acostumado a fazer um gol e recuar ou a apenas especular fora de casa, acho que Coudet vai muito bem, obrigado.

Vejamos hoje.

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Alexandre Ernst, no Twitter:

Coudet rasga elogios ao Praxedes, que passará por um processo de fortalecimento muscular e não arregou quando perguntado se jogaria uma Libertadores com a camisa do #Inter. Acaba, ainda, com a questão Musto-Lindoso: quando o time engrenar, será UM ou OUTRO!

Coudet é DE LONGE o treinador com maior entendimento do “novo futebol” que o #Inter contrata desde Tite. Vou seguir dizendo e fazendo voz por aqui: DEIXEM O CARA TRABALHAR!!!! De Argel a Odair temos MUITO a corrigir e trabalhar, principalmente na questão TÁTICA! Vai funcionar!!!

Eduardo Coudet, implantando inédita intensidade nesta década | Ricardo Duarte (SC Internacional)

Ao que tudo indica, Dunga não vem porque Luigi quer continuar interferindo no vestiário, sua paixão

Pelo visto, Dunga quer o vestiário de Luigi…

O natural e lógico de um time de futebol bem sucedido é ter um técnico que treine, dê dinâmica, escale e, enfim, seja o responsável pelo vestiário. Porém, o mais comum nos times brasileiros é que os dirigentes fiquem dando pitacos, constrangendo o técnico a escalar os jogadores da preferência da diretoria. É o caminho para o caos. E, com efeito, as reações da diretoria do Inter às exigências de Dunga indicam não um problema de ordem financeira, mas uma discordância sobre o futuro modus operandi. Ou seja, Luigi não quer dar o vestiário para Dunga, quer seguir enchendo o saco.

Participo de dois grupos de discussões do Inter e em ambos as pessoas, algumas delas conselheiros de oposição — às quais estão muito atentas a todo o noticiário esportivo — estão juntando declarações daqui e dali a fim de montar a esfinge da hesitação sobre Dunga. Grosso modo, aqui está o resumo: Dunga declarou-se um japonês e quer saber de todas as funções prévia e minuciosamente. Em outra entrevista, ele disse que a Comissão Técnica é a dona do vestiário… Já Roberto Siegmann, ex-diretor de futebol e homem que não tem limites em sua franqueza — e que também nunca foi pego numa mentira — diz que o banana do Luigi (expressão minha) acha que entende de futebol e que gosta de mexer no time. Enquanto isso, logo após o Gre-Nal de domingo, o presidente Giovanni Luigi Calvário surpreendeu o mundo ao acusar Dunga de pedir um salário muito alto para os padrões de um clube que renova com Bolívar e outras mediocridades. Tal acusação foi peremptoriamente negada por Dunga.

Este é o presidente que o Conselho Deliberativo reelegeu para dois anos. O papel de manter tal sumidade foi assumido por um Conselho formado por pessoas que estão mais para o high society porto-alegrense do que para o interesse futebolístico. Por essas e outras, muitas outras, e por não aguentar mais é que vou de Chapa 3 no próximo dia 15, data da eleição para o CD. Chega de amadorismo. Estou cheio.

Ah, e Dunga só virá se não houver outro que a torcida aceite.