A buceta da minha amada
tem pêlos barrocos,
lúdicos, profanos.
É faminta
como o polígono-das-secas
e cheia de ritmos
como o recôncavo-baiano.
A buceta da minha amada
é cabeluda
como um tapete persa.
É um buraco-negro
bem no meio do púbis
do Universo.
A buceta da minha amada
é cabeluda,
misteriosa, sonâmbula.
É bela como uma letra grega:
é o alfa-e-ômega dos meus segredos,
é um delta ardente sob os meus dedos
e na minha língua
é lambda.
A buceta da minha amada
é um tesouro
é o Tosão de Ouro
é um tesão.
É cabeluda, e cabe, linda,
em minha mão.
A buceta da minha amada
me aperta dentro, de um tal jeito
que quase me morde;
e só não é mais cabeluda
do que as coisas que ela geme
quando a gente fode.
Sério. Um amigo morador de Campo Grande(epa!) – MS, namorou uma menina que chamava-se Bucetilde.
BOCA D’ALMA
by Ramiro Conceição
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Entre as loucuras prefiro aquela dum beijo,
pois com a inocência um pacto tenho feito.
Por isso escrevo sempre… com calma.
À luz da canalha, a boca termina no cu.
À lamparina da poesia, termina n’alma.
Muito lindo esse poema. Vou guardá-lo. Obrigado Milton!
Bom.