Porque hoje é sábado, Victória Guerra e Zsuzsanna Ripli

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Por desapego ao personagem principal

— seja em livros, filmes e até aqui no PHES —

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resolvi fazer uma PHES em dupla.

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A primeira parte com as castas fotos da bela portuguesa

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Victória Guerra (Faro, 1989) e a segunda

Victória Guerra

com a bem mais quente e húngara Zsuzsanna Ripli (Szigetvár, 1981).

ITALY-VENICE-FILM-FESTIVAL

Não dá esperar muita explicitude de uma portuguesa que é atriz e modelo.

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Ela simplesmente não deixará ver o que só ela vê

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deixando-nos a ver navios

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sobranceira.

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Já a Hungria é outro país.

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Há o Danúbio passando entre Buda e Peste,

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e as mulheres aparecem mais ousadas

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e sorridentes.

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O mundo é assim.

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o que não se encontra aqui, acha-se alhures.

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Se há poesia e delicadeza aqui, há calor acolá.

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Idealmente, pode-se encontrar também delicadas formas de calor,

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doces sensualidades.

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Leio agora que Victória fez uma minissérie em Portugal onde

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aparece nua, mas não vou procurar fotos, não hoje,

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quando o PHES já está atrasado.

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Soube também que o cão de estimação de Zsuzsanna chama-se Diabo

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o que apenas confirma algumas observações que acabamos de fazer, não?

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7 comments / Add your comment below

  1. Búcsúzás
    by György Petri
    .
    .
    Ne tudja más, ne hallja más,
    örökre szól a búcsúzás.”
    (N. Mihalkov – parafrázis)
    Ég veletek, barátaim, vége a dal-
    nak. Engem most már vár a ravatal.
    Lehettem volna jobb, szorgalmasabb,
    de sajnos ennyire futotta csak.
    Kár, hogy így van, jó volna élni még,
    másrészt, belátom, ennyi is elég,
    nincs rá okom – nem elégedetlenkedem:
    tartalmas és szép volt az életem.
    S mint bársonyon smaragdok, jáspisok,
    drága hónapok ékköve ragyog
    még káprázó, boldog szemem előtt,
    ajándék minden reggel, délelőtt,
    kiélvezem a maradék időt,
    mint ínyenc a húsos cubákokat
    – csontig lerágom végnapjaimat.

    Despedida

    “Mesmo não tendo sido ouvida
    É para sempre a despedida.”
    (N. Mihalkov, paráfrase)
    Amigos, a canção chega a seu ponto
    final. Adeus. Meu túmulo está pronto.
    Poderia ter tido mais talento
    ou trabalhado mais. Não deu. Lamento.
    Se bem que acontecer desta maneira
    seja um azar, admito, embora queira
    viver mais, que bastou: não vale a pena
    queixar-me de uma vida bela e plena.
    Como esmeralda e jaspe no veludo,
    meses preciosos ainda são, contudo,
    gemas que ofuscam meu olhar contente;
    cada aurora e manhã ainda é um presente.
    Desfruto o que me resta e, glutão frente
    a um gordo steak, roerei enquanto posso
    meus derradeiros dias rente ao osso.

    PS.: Tradução by NELSON ASCHER.

    1. Esclarecimento de um detalhe que pode ter ficado no ar… Nesse PHES, para fazer uma ponte com a húngara mencionada, escolhi um poema de György Petri, via tradução de Nelson Ascher, pelo seguinte motivo: o primeiro foi uma poeta associado à resistência ao dito comunismo real em sua terra; e o último – por ser um poeta bilíngue, por ser filho de húngaros – possui completa fluência entre os dois idiomas tão estranhos entre si… Daí a excelência da tradução… Bem, foi isso.

  2. RASCUNHOS
    by Ramiro Conceição
    .
    .

    A arte é transcriação
    de linguagens d’alma:
    por isso… é poliglota.

    A arte não vem cedo.
    A arte não vem tarde.
    A arte vem…
    em rabiscos à cidade.

    Assim – dos rascunhos – que
    fique o sumo que cante ao mundo.
    O resto é cena…Não vale a pena
    porque é mudo.

    Precisa-se urgentemente de alturas,
    não de transfigurações à amargura.
    O tempo é iiiiiisssssssssssssssOO…

    1. BIG-BANG
      by Ramiro Conceição
      .
      .
      Construímos casas,
      condomínios, partidos,
      vielas, fábricas e favelas.
      Construímos casamentos,
      tormentos, fortalezas,
      igrejas e testamentos.
      Construímos aldeias,
      ideias e cadeias.

      Construímos o mundo…
      Contudo tudo é nômade
      qual o canto profundo
      do Big-Bang ao fundo…

      Saber pouco é danoso,
      mas muito é perigoso!
      Então o que saber
      do quê que não se vê?
      Ora, a vida revelada!

      Quem nasceu? Quem morreu?
      Quem sofre? Quem ama? Quem clama?

      Quem dorme com as flores na cama?
      Quem tece foices à noite nas ramas?

      Quem brilha? Quem cintila? Quem brinca?
      Quem está ensolarado, num dia nublado?

      Quem sabe que nunca saberá
      pois sempre haverá um “mas”

      que muda tudo? Quem, mesmo
      com medo… inventa o lúdico?

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