Quase nada sobre rolezinhos, prefeitura, futebol, Abbado, etc.

Pouco tenho escrito para o blog. Gosto de postar ao menos um textinho por dia, mas por esses dias está difícil. Há muito, mas muito trabalho a fazer no Sul21 e minha impressão, há muito tempo, é a de estar sempre aquém, em falta. Por exemplo, gostaria de meter cuidadosamente meu bedelho na questão do preconceito (ou ódio) de classe envolvido na discussão a respeito dos rolezinhos — tão parente que é da rejeição sem argumentos à Lula, do nojo às classes ascendentes e aos médicos cubanos. (Uma coisa: os rolezinhos já não eram rotineiros e “tolerados” no Shopping Praia de Belas em Porto Alegre?).

Também acho que deveria fazer comentários acerca do rosário de erros e suspeitas sobre a prefeitura de Porto Alegre. Nosso prefeito, o qual, após um período muito notório, agora trata de fingir-se de Fogaça, ou seja, esconde-se para que ninguém fale dele, usando a lógica do juiz de futebol: se ninguém fala do árbitro é porque vai bem. Mas o aumento das passagens está aí, prefeito. Com ou sem calor, vamos ter dias duros pela frente.

Ah, meu outro blog vai igualmente se arrastando. E ontem — e o fato tem tudo a ver com aquele blog — perdemos o grande Claudio Abbado de tantas gravações de invulgar qualidade, inclusive aquela que foi a última obra que meu pai ouviu e que não está comigo por motivos nada claros.

E o futebol? Também acharia interessante fazer uma pergunta que não é feita: por que ninguém parece desconfiar daquele cidadão da Portuguesa — quem será? — que avalizou aquela substituição faltando dez minutos para acabar o campeonato? Parece que a Lusa é apenas vítima quando foi agente de um ato pra lá de suspeito… Coitadinha, né? Para mim é óbvio que tinha inimigo na trincheira.

Ainda no futebol, relaxei a pressão sobre nosso meigo presidente Luigi. Digo isso com alguma arrogância porque sei quem me lê lá dentro do Internacional. Entendo que ele queira reduzir os custos inchados por suas próprias contratações infelizes, mas por favor, mantenha um time para entregar o clube na primeira divisão em 2015, certo? Em 2012, Luigi teve receitas extras, gastou horrores e não obteve nada com elas dentro de campo. Talvez seja bom deixá-lo sem grana. Ao menos ele não aumenta as dívidas…

O problema, repito, é que há muita coisa para fazer no Sul21 e a correria só vai parar no dia 13 de fevereiro, quando devo entrar em férias, espero. Nunca fui desses caras que dizem que precisam de uns dias para se recuperarem, sempre gostei de trabalhar e é difícil me ouvir reclamar, mas 2013 foi um exagero de emoções e desta vez sou obrigado a dizer que já estou batendo biela, precisando de manutenção. Foi um ano vasto e complicado que acabou perfeito do ponto de vista sentimental, mas talvez despojado demais sob alguns outros pontos.

Nossa! São 8h27, já publiquei algumas colunas, mas já estou atrasado nas coisas daqui. Fui!

Foto: Robson Ventura / Folhapress
Foto: Robson Ventura / Folhapress

3 comments / Add your comment below

  1. À JUNINA REVOLUÇÃO BRASILEIRA
    by Ramiro Conceição
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    *
    1.
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    Ah,
    quantos intelecas e suas cascatas;
    quantos édipos, lacaios e jocastas;
    quantos jumentos transatlânticos;
    quanta atriz-modêlo-vila-madalênica;
    quantos mascarados de passeatas,
    mas filhinhos de papai e de mamãe;
    quanto jornaleco embrulho de peixe;
    quanto jornalista metido a besta;
    quanto publicitário com cabresto;
    quanto big-brother-globetrotter de cabiçulinha;
    quanta celebridade com a altura de um bueiro;
    quanta fashion week;
    quanta frescura no chiqueiro.
    Por quê? Pra quê? Pra nada!
    *
    2.
    *
    TODAMODAÉBOSTA
    BOSTATODAMODAÉ
    ÉMODATODABOSTA
    MODATODABOSTAÉ
    TODABOSTAÉMODA
    TODAMODABOSTAÉ
    ÉMODABOSTATODA
    TODABOSTAMODAÉ
    ÉTODABOSTAMODA
    BOSTAMODATODAÉ
    ÉBOSTATODAMODA
    MODABOSTATODAÉ
    *
    3.
    *
    É Janeiro de 2014… Passaram-se os festejos… E tudo é um bocejo que terminará após o carnaval que se aproxima… Depois? Ora, dar-se-ão as reuniões dos sarados gatinhos e gatinhas do DCE revolucionário da USP. Ah, quantas toneladas de minhoquinas estarão naquelas privilegiadas cabecinhas?

    Invadir a reitoria: não deu certo; puxar um fuminho em horário de aula: não deu certo; as passeatas em espaços públicos: não deram certo; a criação da Ninja-Tv: não deu certo; o Caetano virar black bloc desde criancinha: não deu certo; fazer da PM bicho papão: não deu certo; prender os petistas em 15 de Novembro: não deu certo; o aumento do tomate: não deu certo; descer o pau na Petrobras: não deu certo; achincalhar a criação de institutos federais de tecnologia: não deu certo; avacalhar a Copa, depois de, a priori, ter silenciado sobre a escolha do Brasil como sede: não deu certo; virar guarani kaiowá  no teclado: não deu certo; virar budista em Ipanema: não deu certo; colocar a estátua do elefante indiano com a bunda para a entrada da casa: não deu sorte nem certo; acender incensos: não deu certo; acreditar em astrologia: não deu certo; colecionar pedregulhos: não deu certo; andar com santinhos: não deu certo; ir ao baile funk, virar punk com argolas ou sertanejo universitário de gaiolas: não deu certo; choramingar as pitangas no psiquiatra: não deu certo; dar o cu pra ver se dava certo: não deu certo; posar na playboy: não deu certo; virar bbb: SEMPRE NÃO DÁ CERTO; votar no PSDB ou na ET dos seringais: não; não votar: não!; ser comentarista de blogs amigos ou participar do facebook: não dá certo; fazer poesia nesse tempo de entretenimento, efetivamente, NÃO DÁ CERTO.

    Então o que fazer (aquela famosinha do empalhado Vladimir)? Ora, organizar uns rolezinhos políticos nos shoppings a partir de Março de 2014 (15,16 et caterva…). Mas… não se esquecer das mochilinhas e nem das camisetinhas… Recomendação final: filmar tudo nos smarts para ser revisto na velhaca velhice… Afinal, três filósofos já disseram mais ou menos o seguinte: “… Os fatos na história ocorrem duas vezes: a primeira como tragédia, a segunda como farsa, pois existe o eterno retorno…”.

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