Médico: E aí, meu amigo, qual o seu problema?
Paciente: Doutor, ando meio estranho… Tenho a certeza que sou uma ameba…
Médico: Uma ameba?… O senhor tem quantos quilos?…
Paciente: 100…
Médico: Qual a sua altura?…
Paciente: 1,86…
Médico: Huumm, muito interessante… O senhor prefere como habitat lagos, poças de água, riachos ou algum ser vivo?
Paciente: Prefiro o ser humano, aliás, o ser-humano com hífen como ponte…
Médico: Hífen como ponte… Huumm… Parece interessante…
Paciente: É, doutor, sou poeta…
Médico: Poeta?… Você poderia ser mais claro na descrição de suas dores, quero dizer, seria possível você estrebuchar, aqui, algum de seus poemas?
Paciente: Hoje, de manhã, escrevi isso:
IMAGINÁRIOS
À frente, ceticismo. Atrás, abismo.
Acima, silêncio. Abaixo, à toa.
No centro, nada. Por fora, dentro.
É… somos pontos imaginários
de vários planos inexistentes;
um teatro… com palco ausente;
um distinto público, sem gente.
Um silêncio… de minutos… nasceu no recinto.
Paciente: Então doutor, é grave?…
Médico: Não se preocupe… O senhor não é uma ameba, mas apenas uma lesma bem nutrida…
E a lesma… vagarosamente… se retirou da sala… em direção à secretária que, polidamente, lhe perguntou “Qual é mesmo o seu plano de saúde?”.
Pra você também e pros outros seis leitores!
PLANO DE SAÚDE
by Ramiro Conceição
Em um consultório, médico e paciente confabulam…
Médico: E aí, meu amigo, qual o seu problema?
Paciente: Doutor, ando meio estranho… Tenho a certeza que sou uma ameba…
Médico: Uma ameba?… O senhor tem quantos quilos?…
Paciente: 100…
Médico: Qual a sua altura?…
Paciente: 1,86…
Médico: Huumm, muito interessante… O senhor prefere como habitat lagos, poças de água, riachos ou algum ser vivo?
Paciente: Prefiro o ser humano, aliás, o ser-humano com hífen como ponte…
Médico: Hífen como ponte… Huumm… Parece interessante…
Paciente: É, doutor, sou poeta…
Médico: Poeta?… Você poderia ser mais claro na descrição de suas dores, quero dizer, seria possível você estrebuchar, aqui, algum de seus poemas?
Paciente: Hoje, de manhã, escrevi isso:
IMAGINÁRIOS
À frente, ceticismo. Atrás, abismo.
Acima, silêncio. Abaixo, à toa.
No centro, nada. Por fora, dentro.
É… somos pontos imaginários
de vários planos inexistentes;
um teatro… com palco ausente;
um distinto público, sem gente.
Um silêncio… de minutos… nasceu no recinto.
Paciente: Então doutor, é grave?…
Médico: Não se preocupe… O senhor não é uma ameba, mas apenas uma lesma bem nutrida…
E a lesma… vagarosamente… se retirou da sala… em direção à secretária que, polidamente, lhe perguntou “Qual é mesmo o seu plano de saúde?”.