Tom Jones

Tom JonesTom Jones (1749) foi um dos livros que me deixou mais feliz. Li-o há mais de 30 anos. Alguns dizem que foi o primeiro romance moderno. Fielding parece admitir a novidade: “Como sou, em realidade, o fundador de uma nova forma de escrever, posso ditar-lhe livremente as leis que me aprouverem”. O magistrado Fielding era um cômico de primeira linha. Os capítulos são divididos em grupos antecedidos de pequenos e hilariantes ensaios introdutórios de duas ou três páginas. Como Sterne, faria 10 anos depois em seu Tristram Shandy, Fielding bate longos papos com o leitor. Machado faria o mesmo, não? É um calhamaço de mais de 800 páginas, mas os capítulos são curtos e têm com títulos que antecipam o que vai acontecer. 100% sarcasmo e ironia, 100% de situações e conjecturas absurdas.

Anteontem, vi uma nova e bela edição de Tom Jones. Custava R$ 10,00 na Nova Roma, sebo da Gen. Câmara. Adivinham onde está o exemplar? Vou reler, claro. Espero reencontrar um pouco da alegria da primeira leitura.

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  1. Foi uma boa descoberta desse meu 2014 também. Foi recomendado pela minha orientadora quando conversávamos sobre Guimarães Rosa e suas várias introduções para o Tutaméia — à moda do Fielding, portanto.

    A Travessa online tem as edições da Penguin pro Tom Jones e pro Joseph Andrews, no inglês original, que não é nada lá tão difícil assim, e com uns fraseados gostosíssimos de ler — e eu pessoalmente amo aquelas capas que a Penguin arrumou. Engraçado que tanto o Tom Jones grandalhão quanto o JA consideravelmente menor têm o mesmo precinho, trinta reais. (Olheiros das grandes livrarias, sei que estão me vendo: quero a minha comissão!)

    Amei muito o Tom Jones, e um pouco menos o Joseph Andrews. Há ali em Fielding muito do que ressurgiria mais tarde em Machado, sim.

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