Os Bondes de Porto Alegre

bonde 1957

Nasci em Porto Alegre no ano de 1957. Quem nasceu aqui antes de 1960, certamente andou de bonde. Eu os adorava. Numa época em que as crianças iam sozinhas ao centro da cidade sem a menor preocupação dos pais, ele foi uma de minhas glórias infantis. Com ele, eu ia a todos os lugares que me interessavam; todos no centro da cidade. Para a criança que eu era, o bonde elétrico tinha duas vantagens principais: o preço irrisório e o fato de andar em trilhos. Explico: eu sempre desconfiava que os ônibus, por não andarem em trilhos, poderiam me levar por caminhos desconhecidos de onde não saberia voltar. Já os bondes, por estarem presos àquelas ranhuras de ferro cravadas no chão, davam-me total segurança… Eu era esperto, não?

Ir até o fim linha, no centro, proporcionava ao passageiro uma emoção extra: a de ver o trabalho do motorneiro e do cobrador para o retorno. O bonde era bidirecional; não era, portanto, manobrado e nem havia um local para ele fazer uma curva e retornar. Chegávamos ao fim da linha e voltávamos em direção contrária, apenas mudando de um par de trilhos para outro, vizinho e paralelo ao da vinda. Então, o motorneiro retirava os comandos de um lado do bonde e os levava para o outro, ao mesmo tempo que o cobrador caminhava pelo corredor do bonde com os braços abertos, empurrando os encostos para o outro lado, a fim de que as pessoas não trafegassem de costas. Isto era feito, no centro, em frente ao Mercado Público, de onde foi tirada esta foto da Av. Borges de Medeiros.

Aliás, durante o percurso, os cobradores caminhavam sem parar de um lado a outro do bonde pegando o dinheiro dos passageiros. Em horários de pico, com o bonde cheio, muitos diziam que já tinham pago sua passagem, o que podia gerar curtos e barulhentos bate-bocas. Mas digo por experiência própria que a melhor maneira de não pagar era andar como eu gostava, lá na porta dependurado e sentindo o vento bater no rosto, a uma velocidade máxima de uns 40 ou 50 Km/h, calculo eu. Era o momento de maior emoção, quando podia ficar com um dos braços e uma das pernas no ar. Curiosamente, ninguém achava aquilo perigoso, só umas velhas chatas perguntavam se eu e outros meninos queríamos morrer.

À velocidade máxima, o bonde Brill dava a impressão de que ia desmanchar-se, tal era o barulho. O barulho era esquisito e parecia a mim o de garrafas de leite batendo-se umas nas outras. A gente podia ir ao Estádio dos Eucaliptos (o Beira-Rio é de 1969) ver os jogos do Inter de bonde. Em dias de jogo, com o bonde lotadíssimo, era inacreditável o número de torcedores adultos dependurados nas quatro portas. Ao fazer a curva na esquina da Av. José de Alencar e da Rua Silveiro (a rua do estádio), tínhamos a mais espetacular lição de física que se pode imaginar. Nossos gritos, enquanto tentávamos desesperadamente segurar nas barras do bonde, deviam ser dilacerantes. Lembro de ter superado a força centrífuga criada pela curva com a ponta dos dedos, quase caindo. Mas lembro também de vários que saíam pela tangente, às vezes dando de costas nos paralelepípedos. Estranhamente, era normal; nunca vi o motorneiro da Cia. Carris ser advertido por excesso de velocidade, pelo fato de colocar em risco a vida dos pingentes.

Tudo era maravilhoso naqueles tempos para mim românticos, tempos em que andava livremente de bonde pela cidade enquanto o AI-5 dava respaldo a uma ditadura que torturava presos a uma quadra de minha casa, do outro lado da rua (morava na Av. João Pessoa perto do DOPS – Departamento de Ordem Política e Social). Anos em que o Inter, ao sair dos trilhos da rua Silveiro, mudava-se para o Beira-Rio e o asfalto da Av. Padre Cacique.

bonde porto alegre

Durante o ano de 1961 foram transportados 89 milhões de passageiros em bondes da Carris. Havia bondes belgas, ingleses e norte-americanos. Todos elétricos. Eles existiam desde 1908. Em 1926, já eram mais de cem. Os bondes seguiram operando durante décadas, continuando a arcar com grande parte do transporte de passageiros, que os ônibus pouco a pouco tomavam conta. Finalmente, em 8 de março de 1970, às 20h30, o último bonde fez seu percurso em Porto Alegre. Eu tinha 12 anos e fiquei muito triste, sem entender. Naquele dia, houve solenidade de despedida, à qual compareceram o Prefeito e autoridades.

bonde redencao

Uns burros. Ou espertos, como sabemos hoje da relação do poder público com as empresas de ônibus. Afinal, o serviço da Carris era público.

bonde criancas

75 comments / Add your comment below

    1. eu me lembro muito dsta epoca e deu muitas saudades eu tinha 8 anos de idade nasci em 12 de março de 1956 e morei por bastante tempo em frente a garangem umbu ai barros cassal frequentei a igreja nossa senhora da pompeia me dava bem com as freiras da igreja os padres enfim com todos dali andei muito nos bondes tempo maravilhoso como aquele que as pessoas andavam tranquilas sem ser assaltadas borges de medeiros mercado publico enfim todas as ruas adora andar ai lindas recordaçaoes boas bjs a vcs que publicaram estas fotos otimas bjs

  1. Cara, nesse tempo eu era colorado fanático, de chorar quando o Inter perdia. Deixei de ser fanático em 1978, quando o Asmuz liquidou o time.
    Nasci em 1959, portanto sou dois anos mais novo que vc. Minha lembrança do dia em que o homem pisou na lua não é o Aldrin, mas o fato de que o Inter tomou 4×1 do Cruzeiro. Tragédia que foi vingada num 3×2, eu acho, em 1974. Terminamos o primeiro tempo perdendo de 2×0 e fechamos o jogo com uma virada de 3×2, último gol do Valdomiro. Pela primeira vez na vida eu li que um torcedor havia morrido de infarte quando aconteceu o terceiro gol. Época ingênua, em que se pensava que o que ZH publicava era a expressão da verdade.

    1. Jorge Lima
      Sou jornalista e estou escrevendo o livro do Escurinho, ídolo do Inter dos anos 70. Um dos capítulos é exatamente sobre este jogo de 10/12/2002 em que dois torcedores infartaram no Beira-Rio depois que Escurinho empatou em 2 a 2 o Inter e Cruzeiro, aos 40 do segundo tempo. Preciso do teu depoimento deste jogo. Como você viu, o que ouviu dos alto-falantes, como soube dos infartados. Descobri as famílias deles, levantei toda a história, mas ainda faltam depoimentos de quem esteve no estádio naquele domingo. Os infartados morreram a caminho do Pronto Socorro. Nem viram o gol da virada do Valdomiro. Se puder me mandar telefone e contato, agredeço.
      Jones Lopes da Silva 3218.4354 – 9999.7105
      Abraço

      1. Jones,

        Eu não assisti o jogo no Beira-Rio. Na verdade eu nem quis ouvir o jogo. Naquela época nós não tínhamos TV e se acompanhava futebol pela rádio Guaíba. Fui para a rua jogar bola de gude e acho que foi um brigadiano que chegou e nos disse que o Inter havia ganho de virada. Caso eu possa ajudar de alguma forma, meu telefone do trabalho é (55)3276-1553 e meu email é [email protected].

        Abraço.

    2. Você já terminou de escrever o livro?
      Tenho história do meu amigo na concentração dos eucaliptos, participei daquele juvenil de craques.

  2. Milton, eu também sou um grande adepto dos bondes, ainda mais que vivo numa cidade dominada por eles. O único problema é quando algum indivíduo estaciona mal um carro ou acontece algum acidente na linha. Nessas horas faz muita falta o volante do ônibus.

    1. naci em poa em 1960 mais comecei andar nos bondes eu tinha 8 anos ate os 10 anos época em que as crianças iam sozinhas ao centro da cidade sem a menor preocupaçao.
      o fim da linha era ao mercado publico a ultima volta foi 1970.

  3. Jorge, acho que foi antes.

    Eu estava no estádio. Acho que Dirceu Lopes fez 1 x 0, empatamos o jogo, eles passaram na frente de novo (outro gol de D. Lopes) e então viramos com gols de Escurinho e Valdomiro.

    Ah, achei! Foi em 10/12/1972. Aqui está o registro:

    http://futpedia.globo.com/campeonatos/campeonato-brasileiro/1972/12/10/internacional-3-x-2-cruzeiro

    Porém, o Inter x Cruzeiro que mais me enlouqueceu ocorreu em 1975. Foi aquele 1 x 1. Roberto Batata fez 1 x 0 ao final do primeiro tempo e Carpeggiani empatou aos 45 do segundo tempo. Como jogo de futebol, foi maior do que a final do gol iluminado.

    Grande abraço!

  4. Pois é, Serbão. Hoje tá tudo mais sujinho e gasto… Gosto da cidade, tem gente que ama vir aqui — como o Idelber — mas não é algo muito turístico.

    (Quem é legal é a gente mesmo… :¬)) )

  5. Milton,

    Boa pesquisa. Na tarde desse domingo eu fugi de perto do rádio (a primeira televisão na minha casa chegou em 1974, para ver a Copa). Fui para a rua jogar bolita (bola de gude, para quem teve a infelicidade de não nascer gaúcho) e só soube do resultado quando alguém chegou no jogo e disse que o Inter tinha ganho por 3×2.
    Ainda lembro de uma montagem feita pela Guaíba (a Gaúcha não figurava na época), em que o Valdomiro era entrevistado no intervalo, ou antes do começo do jogo, e dizia que esperava fazer um gol para a torcida. Mixaram a entrevista com a narração do gol e isso é uma coisa que me arrepia ainda agora, ao escrever a respeito. Meu grande ídolo no Inter foi o Valdomiro e quando eu era peladeiro gostava de imitar o estilo dele. É um sujeito que realmente amava o Inter, assim como hoje temos o Clemer e alguns outros com o mesmo espírito em um mundo de mercenários, ou profissionais, se isso soar melhor. A propósito, acho uma tremenda sacanagem as tentativas de crucifixar o Clemer que de vez em quando surgem na mídia esportiva. Penso que ele é um sujeito de caráter e que merece o respeito de todos os torcedores colorados. Abraços e desculpa aí a Sessão Nostalgia.

  6. Pelas bandas das Alterosas, se diz, orgulhosamente, que “mineiro não perde o trem, nem o bonde”. Entretanto, Belorizonte perdeu seus bondes quando eu ainda era menino, mas, como você, tive o prazer de “pongar” em alguns, do Centro até um bairro mais distante. As lembranças visuais são vagas, entretanto conservo a memória auditiva do ruído que faziam. Foram substituídos pelo ônibus elétrico, absurdamente silencioso! e não poluidor. O cruel progresso nos fez sucumbir às exigências de rapidez e adotamos os veículos movidos a diesel. Vieram engarrafamentos e aquecimento global. Daqui a pouco voltaremos à carroça puxada por cavalos. Burros que somos, não?

  7. tem tanta coisa na minha cabeça com esse post (lindo!)!
    Sou de 60, e andei de bonde pequeninha, não tanto nem com essa tua desenvoltura toda. Lembro da emoção – tutelada pela minha mãe. Foram poucas vezes. eu lembro da paisagem urbana que o bonde marcava (roubava o olhar infantil). De dentro do bonde, eu lembro é de madeira, muita madeira. Tão bonito!
    E faltou falar do tróleibus! Esse então era fascinante! Eu achava uma coisa muito superior ao bonde!
    E a Borges! Que lindas fotos!
    Ai, me deu uma saudades do meu Porto Alegre! Primeiro Natal da minha vida que não passo aí!
    bj, f

  8. É, Flávia, era todo de madeira escura por dentro. Muito bonito.

    Só que… puxa, não tinha tróleibus na João Pessoa. Acho que nunca andei num.

    Beijo.

  9. Milton, também andei de bonde em São Paulo. O bonde “fechado” era chamado de “camarão” porque era pintado de vermelho com letreiros amarelos “CMTC” (Companhia Municipal de Transportes Coletivos). Por outro lado, o bonde “aberto” era semelhante àquele mostrado na foto. Na hora de pico, os bondes abertos ficavam repletos de pingentes. Ás vezes, em sentido contrário ao bonde, um ônibus doido “levava” um ou dois para uma visita ao hospital. Lembro-me com se fosse agora: o cobrador dobrava as notas de dinheiro no sentido longitudinal e as colocava, de acordo com o valor, entre os dedos: era engraçado, parecia um ramalhete de notas na mão. Lembro-me também que tanto o condutor quanto o cobrador usavam um conjunto azul-marinho (paletó, calça, gravata e boné de aba escura) que, para aqueles heróis da minha infância, dava um aspecto militar… É, lembro-me também de uma certa ditadura…

  10. Só um poeta mesmo para descrever. Terei de incluir no texto, Ramiro, teu ramalhete de notas. Os cobradores faziam o mesmo aqui. Era lindo, nunca mais vi.

  11. Agora já sou um velho, mas quando era guri e adolescente (naquela época, nem sei se isso existia!) andava de bonde todo o dia. Nasci em 1946 e entre os primórdios da década de 50 e o ano de 1967, boa parte da minha vida foi passada no bonde… Ia e voltava do colégio, nos fins de semana fazia incursões por linhas que não estava acostmado para ir ao cinema, andando no bonde Teresópolis (que tinha o letriero escrito com ‘Z’), o Petrópolis e, para uma aventura mais desafiadora, o bonde Floresta, um lugar que ramente ia… Cheguei a andar no bonde Operário que cobrava a metada de passagem dos demais. Lembro que paguei um cruzeiro, la por volta de 1958! A menina mais linda que vi na minha vida, vi num bonde Glória, vestida com o uniforme do curso normal do Colégio N.S. da Glória… Acho que me apaxonei istantâneamente, mas como todas as histórias de amor sempre termimam mal, essa nem começou… Num bonde, quando se estava sentado, se podia ler gibi, livro o que quizesse, pois os trilhos não permitiam que hovesse sacolejos prejudicando a leitura como nos ônibus… Acho eu que só consegui terminar o ginásio porque estudava no bonde, no dia da prova, enquanto ia para o colégio… Agradeço minha formação ao bonde! Porra, Milton, tu e o teu texto, me remeteram a um universo de memórias do qual a muito não mais a acessava. Acabaram por me deixar inebriado, morrendo de saudade de minha juventude e daquela guria maravilhosa do bonde Glória, que nunca saiu da minha cabeça… Obrigado, Milton!

  12. Apenas um complemento que estava esquecedo e pode interessar aos economistas: em 1956 a passagem do Bonde custava Cr$1,00 (um cuzeiro). Em 1967, quando os bondes deixaram de circular, a passagem custava Cr$ 170,00 (cento e setenta cruzeiros), ou 0,17 cruzeiros novos…

  13. Parabéns pelas fotos e texto.

    Quando apareceu o tal do troleibus desconfiei que iriam acabar com os bondes. Podiam ter deixado pelo menos uma linha pra gente nao sentir saudade. Quando lembro deles, vislumbro a Rua Riachuelo onde apenas transitava os bondes.. e a garagem da Carris abrigando ordenadamente dezenas de bondes! Acho que ficava logo abaixo da Sta CAsa… saltar deles em andamento então…

  14. e
    m 1960 trabalhava como jornaleiro em frente o mata borrao na borges e andava de bonde era demais que tranquilidade lenbram o tiquet marrom

  15. Nasci em 1957 em Uruguaiana, vim para P.Alegre em 1960 com 3 anos. Andei muito de bonde. É um tipo de transporte que nunca deveria ser desativado mas sim renovado. Burro foi o prefeito Célio Marques Fernandes que resolveu desativar o bonde, pois se um dia houver uma crise de petróleo, os bondes serão a salvação. Eu morava, e moro agora, em Teresópolis, andava muito de bonde. Gostava de andar ao lado do motorneiro. Um dia em frente ao colégio Venezuela, troquei os trilhos de Glória para Teresópolis, ajudando o motorneiro. Quando os bondes foram desativados eu morava próximo ao estádio Olímpico, neste dia as passagens foram gratuitas. Ah! Detalhe muito importante, sou COLORADO, Um abraço. Roberto Bahy

  16. Kara, seguinte…nasci em 54 então passei a minha infância andando de bonde e…troleibus…eu morava no Menino Deus e descia na frente da igreja (antiga, estilo gótica, depois demoliram pra fazer aquela coisa horrorosa pós-sei la o que)..então..quando chovia e o engate saia de cima do fio os motorneiros desciam na chuvarada e levavam um tempo pra colocar a roldana de novo no lugar..com os trolibus era e mesma coisa (eu achava moderníssimo perto dos bondes). Os bondes tinha dois “tipos”: os normais e os “gaiolas”, que eram menores e balançavam muito, pra frente e pra tras, uma lokura. Um dia a minha mãe me colocou em um deles e o bonde partiu sem ela subir. O cobrador gritando e minha mãe correndo atras do bonde até a outra parada…histórias dos bondes do Porto sempre Alegre. Um grande abraço, Álvaro

  17. Nasci em 1953 e peguei essa maravilha que era a Porto Alegre dos anos 60. Descia vindo do interior , na Rodoviária velha e acompanhei a construção da Rodoviária nova que é usada até hoje.
    Muito frequentei o Araújo Viana, o Restaurante Lokun etc… já que eu ficava hospedado na casa do meu tio na Venâncio Aires entro o Colégio Militar e o Pronto Socorro.
    Porto Alegre tronou-se próspera e perigosa e quem viveu a paz daquela época sente saudade.

  18. Minha melhor lembrança dos bondes de Porto Alegre aconteceu num bonde Petrópolis, no outono de 1957. Naquele dia, por volta das 18:00 hs, subiram no bonde dois rapazes portando maletas. Sentaram e, abrindo as maletas, tiraram de lá dois lustrosos violinos oferecendo a todos os presentes uma sonata de violino.
    Aquilo foi um momento mágico que nunca esqueci.
    Recentemente mantive contato com um dos violinistas, que posteriormente ao fato citado vim a identificar.
    Como lembro que era outono? Simples, as luzes do bonde e das ruas estava acesas. A hora? Os sinos da Igreja São Sebastião estavam soando o toque das 18,00 quando ali passamos.
    Abr
    JCM

  19. Olá a todos.
    Sou filha de motorneiro, e tenho muitas e boas lembranças daquela época em que, eu pequenina, andava nos bondes com meus pai, bem ali na frente, e me sentia especial, por estar ali, protegida por seus braços e vendo tudo pela janela da frente!
    Grande burrice, terem acabado com os bondes!
    Hoje moro em Portugal, e me delicio com os “eléctricos” amarelos como os nossos, em Lisboa.
    Abraços

    1. Tens toda rasão os bondes são as mais doces lembranças de nossa infancia , infelizmente frustarão nosso viver com o termino dos mesmos ; Pelo simples fato que aqui no nosso pais tudo que se torna barato , não é do interesse dos nossos governantes , que vivem na ancia de tudo mudar pois assim ,mais verbas para dividírem arbitrariamente terão . esquecendo que um país que tudo muda perde sua identidade um abraço querida …

  20. Eu andei de bonde em Porto Alegre nos anos 60, foi uma época maravilhosa.
    Resido hoje em Aracaju e vivo pesquisando sobre o assunto.

    Eu vendia jornal no bonde Parenon em 1967 com 14 anos.
    Até caí um dia do bonde Teresópolism bati com o joelho no cão, pararam o bonde para me atender, que diferença, em!
    Veja o site do bonde,
    http://www.tramz.com/br

    Abraços, Antonio

  21. Nasci em Porto Alegre, em 1954. Bonde todos os dias…. Com 11 anos ia sozinho para o centro, de bonde, estudar no ICBNA, edifício UNIÃO. Brincava até tarde da noite, ao ouvir os gritos da mãe chamando… Tri legal….

  22. Eu morava na José de Alencar, quase no final da linha. Fiz a última viagem do Menino Deus, à noite, voltando do cursinho pré-vestibular. Recordo que não foi cobrada passagem.
    Saudades dos nossos bondes…

  23. Eu fui morar em Porto Alegre 1961! Muito andei de bonde! Adorava! Ia ao centro com o GAZOMETRO.
    Lindas lembranças vieram agora na minha mente! Naquela época mulher não andava de calça comprida! Sempre de saias ou vestidos! Salto. Íamos ao cinema… Fazer compras nas lojas da Rua da Praia…. Ou apenas ” desfilar” …. Lembrei-me agora de quando Ieda Vargas ganhou para Miss Universso! Para lá pegamos o bonde é fomos saudar A nossa Miss, com muito orgulho! Bons tempos …..os valores eram outros…

  24. Amei!! Tb sou de Porto Alegre. Nascida em 1955. Não tenho nenhuma lembrança de Porto., só ouço histórias pela minha mãe. Ler esses relatos tão bem escrito,achei o máximo. Parecia q estava lendo um livro. Acordei aqui em Florianopolis, dia frio e chuvoso, e comecei a ler seu depoimento,parabéns, escreves muito bem, e os depoimentos. Ri, chorei de emoção, por nao me lembrar, mas ter vivido todo esse universo de vcs. Está no meu inconsciente. Muito bom. Agradeço, o prazer de conhece los. Meus ja amigos, conterrâneos. Grande abraço.

  25. Ótimas fotos e suas lembranças.Reportaram-me aos tempos de menina, quando pegávamos o bonde da Auxiliadora para irmos ao centro.Adorava o som da buzina,das cadeiras mudando de lado,o puxar das alças para fazer o motorneiro parar e toda aquela magia.Fui reviver um pouco,quando morei fora. Uma pena não existirem mais.

  26. Porto Alegre 1950… Nascida e criada nesta cidade maravilhosa! Os bondes sempre foram parte do nosso histórico e sem dúvida jamais serão esquecidos! Sai do Brasil em 1972, quando emigrei para o Canadá, mas as lembranças que ainda tenho de Porto Alegre sempre incluirão os bondes…

  27. Vamos agradecer a extinção dos bondes em PA a um imbecil chamado Telmo Tompson Flores, prefeito na época em que este absurdo foi cometido. 2 anos depois o mundo entrava na crise de petróleo. Hoje temos os pavorosos corredores de onibus para perturbar o transito da cidade. Em muitas cidades da Europa e do mundo os bondes hoje convivem pacificamente com outros meios de transporte. Realmente a retirada dos bondes foi uma grande burrice.

  28. Passei anos sonhando claramente com os bondes . Com o barulho inclusive. Aí consegui um banco , mais tarde outro ,onde me sento todos os dias .Tive um primo pequeno que gostava de viajar pendurado , um dia caiu e o bonde passou em cima dele.Quem quiser ver as fotos do banco , ou melhor , dos bancos me manda um email.DBheuser @gmail.com

  29. Testemunho todas as tomadas a respeito dos bondes de Porto Alegre.
    Vivi entre eles desde 1951 até a sua extinção. Meu querido sobrinho Ricardo Morandi Kehrwald esqueceu de citar que seu avô foi fiscal de bonde( era a pessoa que controlava os cobradores) Já fiz um comentário sobre os bondes, à tempos, aqui no facebook. Eu os tomava e desembarcava, pulando, na velocidade máxima. Que saudade.Vou contar, também, que para não pagar a passagem, eu trocava de estribo. Se o cobrador estava na parte da frente , por fora, eu ia para o estribo traseiro e assim, inversamente.

  30. Quantos depoimentos!Emocionante ler estas “memories”.Somente quem viveu e vivenciou esta fase romântica de Porto Alegre,poderá avaliar com exatidão o quanto isto representa.Não li nenhuma menção feita ao controle do número de passageiros,que era feito através de uma alavanca,acionada pelo cobrador,que era registrado num painel. Este painel consistia de uma caixa,cuja frente era transparente e deixava visualizar os algarismos que iam trocando cada vez que o cobrador acionava a alavanca.Por vezes,os algarismos trancavam e o cobrador abria a caixinha para “desacavalar”os algarismos.Tudo era mecânico,obviamente.Eletrônico…nem pensar….
    José Vargas

  31. Adorável a tua fala, nasci em 1950, andei de bonde em Porto Alegre por alguns anos. Morei na Medianeira e estudava no Colégio Cruzeiro do Sul, por isto andava muito na Linha Teresopolis,mas para o centro poderia ir e voltar em duas linhas a Glória e a Tersopolis.depois estudei no Colégio Americano aí deveria trocar de bondes ou na Praça do Portão na Riachuelo ou em frente a Carris na João Pessoa, pois a próxima linha deveria ser Petrópolis ou João Abot…muitas outras ainda eram freqüentadas a Independência para GNU….nadar ou se divertir nas piscinas. Fiquei muito triste quando circulou o último bonde em Porto Alegre! Hoje visitando Portugal relembro com saudades algumas épocas de infância e adolescente …..acredito que poderiam ter mantido linhas como a do gasômetro para fins turísticos e até moradores….parabéns pelo teu trabalho. Um grande abraco

  32. Nasci em 1934, portanto, minha infância , adolescência e início da idade adulta , têm enormes ligações com os bondes da CARRIS. Fui morar em no bairro Petrópolis em 1942 e estudava no Júlio de Castlhos (o Julinho), por isso, o bonde fez parte da vida de forma decisiva.Eu gostava muito do bonde gaiola , especialmente pelo “chacoalhar”. Aos domingos vestiamos terno e gravata e, de bonde, íamos para a rua da Praia flertar com as garotas que faziam o ” footing” e ir ao cinema. Tempos heróicos, não se usava tênis, só sapato de couro. Jeans, nem pensar,pois só começou a ser difundido a partir dos anos 50, com o “brim Coringa”, cujo lema era: ” Não encolhe por mais que molhe”
    Assim era a vida, e o Gre-Nal já era o as acontecimento máximo do esporte. Lembro de Érico Veríssimo fazendo a feira e de ouvir o Luís Fernando Veríssimo tocando saxofone, cujo som chegava até a rua, enquanto eu jogava futebol no “campimho” defronte a casa em que viviam. O que o bonde tem a ver com isso? Tudo. Pois todas as pessoas utilizavam o bonde, e todos se conheciam de vista,mesmo sem conversarem entre si. Não parece muito , mas o bonde fez parte de 25% da minha vida .

  33. Quantas boas lembrancas curti ao ler os depoimentos do pessoal que usava os bondes de Portinho. Eu nasci em Porto Alegre em 1943 e durante anos usei os bondes da linha Petropolis, onde eu residia, bem no fim da linha do Joao Abbot…
    Epoca maravilhosa, que nao volta mais. Nos restam as reminicencias…

  34. Nasci em 1942, com 10 anos de idade isto em 1952 comecei a ir de bonde sozinho para o Ginásio Batista Americano , na Rua Cristóvão Colombo, ia e voltava do colégio sozinho até 1959. Morava na Rua Felicíssimo de Azevedo e pegava o Bonde na esquina desta rua com a Benjamim Constant. Tinha a linha FLORESTA e a DOM PEDRO II , uns quatro dias minha mãe foi comigo, depois comecei a ir só , no bonde sentadinho no banco da frente àquele atravessado de costas para as janelas. E li os reclames no alto da lateral do bonde. ” Dura Lex sed Lex no cabelo só GUMEX “, ” Veja o ilustre passageiro o belo tipo e faceiro que o senhor tem ao seu lado, mas no entanto acredite quase morreu de bronquite, salvou-o RUM CREOSOTADO ” e muitos outros. Depois comecei a ir ao lado do motorneiro de pé. À medida que fica maior , ficava mais arrojado e incossequente, quando saímos do colegio, perto do meio dia , pegávamos a bonde do outro lado da rua, que vinha cheio assim íamos perto a porta e as vezes pendurados no bonde pelo lado de fora. Na parte de trás do bonde, pulávamos , agarrados ao balaústre lateral da porta do bonde, e ao pular girávamos no ar até bater na lateral do bonde é depois voltar para o degrau da porta. Até que um dia ao fazermos isto, um colega da minha sala, pulou e bateu de cara na carroceria de um caminhão que estava parado junto a calçada e a lateral do bonde passava a uns 10 a 15 cm da carroceria do caminhão , bateu de cara caiu no chão ,ficou desacordado e teve que ir de ambulância para o Pronto Socorro. Felizmente nada de grave aconteceu com ele porque o bonde estava em baixa velocidade porque estava arrancando e passava muito perto da carroceria do caminhão A partir deste dia só ficava dentro do bonde é nunca mais pulei ! Mas, assisti muitas ocorrências dentro dos bondes, nos sete anos que ia de bonde ao colégio. Batedores de carteira apanhando das pessoas dentro do bonde é tentando fugir correndo. Mulheres batendo em homens, com bolsa e com sapato em camaradas que haviam, se esfregado ou bolinado as mulheres no bonde. Era bonito de ver por que apanhavam e choravam, porque estes ladrões e tarados são covardes e quando começam a apanhar choram. Hoje a bandidagem é muito violenta, esfaqueia e matam a tiros as pessoas que eles assaltam. Bons tempos aqueles a minha infância e de minha adolescência em Porto Alegre andando de Bonde. Também com minha mãe pegávamos o bonde da linha São Pedro, na rua São Pedro , com Benjamim Constant para irmos nas casas de secos e molhados na Rua da Conceição O bonde seguia pelamSao Pedro e depois pela Voluntários da Pátria e descíamos na esquina da Rua da Conceição. Os bondes que faziam esta linha eram os bondes chamados de GAIOLAS, eram com menos rodas e andavam balançando e balangando enquanto andavam Muito divertido , e bons tempos que não voltam mais… Hoje ao completar 73 anos tenho muitas recordações da minha infância e adolescência em Porto Alegre, que sai desta cidade em 1971 e fui morar em diversas cidades do Brasil e do Mundo E hoje aposentado moro em Garopaba, SC.

  35. Sou pelotense de nascimento, com muito orgulho.tenho 82 anos. Gostei de todos os comentàrios sobre os bondes e tive saudades dos bons tempos dos bondes là em Pelotas. Tudo igualzinho como aqui em Porto. Eu ia para o colegio primàrio com 7/8 anos, sozinho de bonde.embarcava na esquina da minha casa e na volta o bonde parava no meio da quadra para eu descer. Quantas saudades de tempos tão bons que não voltam mais.Lembro que no interior dos bondes tinha diversos cartazes com propagandas e um deles, lembro bem, dizia “veja ilustre passageiro o tipo lindo e faceiro que voce tem a seu lado.Ele usa Galenogal (era um remédio fabricado em Pelotas que servia para tudo que é doença).

  36. SAUDADES eramos felizes e não sabiamos , mesmo com o jeito PROVINCIANO precario e rude , viviamos com rusticidade mas era bom ; e se contarmos para esta juventude de hoje . eles não acreditam .SAUDADES INESQUECIVEL ,

  37. Como é bom matar a saudade, tempo bom que a gente podia viver tranquilo.
    Andei muito na infancia foi de trens na serra gaúcha meu foi ferroviário de Bento Gonçalves a Carlos Barbosa. Se alguém tiver fotos daquele trem que agora chamam de Maria fumaça favor públicar. Ficaqria muito grato.

  38. (Apenas como pequena contribuição) Sou natural de Santana do Livramento e como todo jovem do interior, aos 17 anos vim para Porto Alegre. Naquele tempo, durante os carnavais, eram organizados desfiles de blocos em alguns fins de linha. Era muito divertido. Começava aos fins de tardes e ia até a madrugada.
    No meu caso, eu ia no bonde Partenon até o fim da linha, enfrente ao Hospital São Pedro onde existia o “Rancho Poleto” um grande bar e restaurante. O último bonde no entanto naquela linha era o da uma e meia da madrugada. A juventude no entanto, aproveitava ao máximo a folia e deixava para retornar neste último bonde… É claro que não cabia todos. Nosso grupo no entanto, por molecagem, gostava de viajar pendurados no estribo traseiro. A cada parada, para folgar as mãos, descíamos do bonde. No tranco de nova arrancada, nem todos conseguiam segurar-se nos varões e então, por sacanagem, puxavam a corda para que a alavanca desprendesse do cabo elétrico, obrigando o pobre “trocador” a sair lá de dentro do bonde super lotado pra ir lá fora recolocar a roldana no cabo elétrico. Enquanto isso, todos aproveitam para se pendurar novamente. Coisas da juventude. Tempos maravilhosos que não voltam mais…

  39. Sou porto-alegrense nascido em 1960 e peguei a fase derradeira dos bondes.
    Meu pai tinha uma sorveteria na Avenida São Pedro e lembro de ir de bonde até o centro, passando pela antiga avenida Eduardo ( hoje Franklin Roosevelt), rua do Parque e Voluntarios da Pátria. Lembro também dos troleybus, que eram onibus com pneus e movidos por eletricidade. Espero que os automóveis elétricos virem realidade para acabar com tanta poluição dos motores a gasolina. Parabéns pela matéria!

  40. “Me criei” andando de bondes. Pendurado nos estribos (chamavam a gente de “pingentes”, os que viajavam assim.) Os cobradores andavam de uma ponta à outra dentro dos bondes e não havia como saber quem pagou ou não. Não haviam roletas nem recibos. Era o tal do “já paguei” e pronto. Ou, quando o cobrador estava chegando na parte de trás, os “pingentes” iam para as portas da frente e vice-versa, ou até mesmo, trocava-se de bonde. Quando o bonde chegava no fim da linha, os encostos dos bancos eram mudados de posição pelos próprios passageiros e o motorneiro saía com as alavancas de comando de uma ponta do bonde e ia para a outra. Baixava uma daquelas lanças que tocavam os fios elétricos e erguia a outra, encaixando a roldana no cabo elétrico e… boa viagem de volta. Nada melhor que andar nos estribos, pegando o vento na cara e vendo a paisagem passar.

  41. Tempos bons que não voltam mais , mas que deixou saudades , pela simplicidade e o encanto que harmoniava na cidade , muito eu andei de bonde curtindo os vários itinerários que as linhas nos proporcionavam , ” Parabéns ao mentor dessa iniciativa em nos fazer voltar no tempo e recordar aquela época ” .

  42. Cheguei em Porto Alegre com 10 anos de idade, em 1943.
    Morei, inicialmente, na Rua São Joaquim, na Glória. Nessa época eu ia a pé até dois quarteirões do fim da linha Glória, próxima ao Colégio N.Sa. da Glória na Av. Oscar Pareira (muita gente ainda chamava de Av. Cascata). Fazia isso porque a partir desse ponto não se pagava mais a passagem até o fim da linha. Assistia a troca da alavanca dos trilhos e do comando do bonde, bem como a virada dos bancos. Guardo limpinho na memória quando conheci uma guria que foi meu maior enlevo nas viagens diárias até a Riachuelo com a Borges, quando descia e ia a pé até o Arquivo Público, em frente à Caldas Júnior, onde funcionava temporariamente o Julinho, por causa do incêndio que destruiu o belíssimo prédio original.
    Depois, minha família mudou-se para a Medianeira, na Av. Niterói, entre Oscar Pereira e Cel. Neves. O bonde Glória passava bem frente e durante algum tempo não conseguia dormir (meu quarto era na frente da casa – que ainda existe), obviamente, até me acostumar com o barulho do ranger de ferro contra ferro. À essa época, já estudava no novo prédio do Júlio de Castilhos, na João Pessoa. Mas o transporte era sempre o mesmo, usando os inesquecíveis bilhetinhos escolares que se adquiria todo fim de mês no prédio da Carris na João Pessoa – bem no fim da Redenção. Essa “passagem” que vinham num bloquinho com 5 folhas, cinco “passagens” em cada uma, servia também como moeda para vendedores ambulantes que ficavam às proximidades dos colégios. Lembro que cheguei várias vezes ao final de mês sem passagens, motivo para ouvir apelos da mãe para ter mais responsabilidade. Dá saudades, muitas.
    Na verdade eu era um andarilho de primeira, mas usava os bondes sempre para ir a lugares ainda não “desbravados” só para ter o prazer de retornar a pé. Coisas inusitadas que se vê muito na infância.
    Encantava-me muito o interior dos bondes, com os anúncios acima das janelas, algo como:

    Veja ilustre passageiro
    O belo tipo faceiro
    Que o Senhor tem ao seu lado
    E no entanto acredite
    Quase morreu de bronquite
    Salvou-a o Rhum Creosotado

    As estrepolias também eram costumeiras em se tratando de bondes e meninos. Com eu descia e tomava bonde na esquina da Riachuelo com a Borges, na hora de voltar era mais emocionante ficar no concreto da faixa da Borges alguns metros antes da curva, em velocidade mais reduzida, que o bonde fazia para entrar na Riachuelo e pular direto na porta antes que o bonde fizesse a curva. Como acontece, deixei a montanha de livros escapolir das mãos e foram-se eles diretos para o meio da pista, onde eu os recolhi às pressas no meio dos carros que passavam.

    Muitas saudades de Porto Alegre me fazem ler diariamente jornais locais, torcer apaixonadamente pelo Inter, cujos primeiros jogos assisti nos Eucaliptos. Só que para lá não ia eu de bonde porque não havia linha que passasse próximo à minha casa e ao estádio… ia mesmo a pé, subindo e descendo o morro de onde se via jogos no estádio Olímpico – àquela altura não havia nada de prédios -, quando não tinha o anel superior do estádio, até encontrar a Rua Silveiro. Era uma boa caminhada feita com muito prazer em ver Larry, Bodinho, Oreco, Odorico, Salvador, Lapaz, Luizinho, Canhotinho e até campeão do mundo, o uruguaio Julio Perez…
    Ninguém morre de saudades, apenas revive. Sempre digo que só tem saudade quem foi feliz. E eu fui muito feliz em Porto Alegre, com os bondes da minha infância e juventude. Ainda sou, a mais de 4.000Km de distância.
    Salve Carris, salve POA!

  43. Alguem lembra de uma linha de bonde de Porto Alegre nos anos 60 que “parece” se chamar A.J. Foyt ou algo parecido tenho uma vaga memoria e nao consegui referimentos. Obrigado pela ajuda!

  44. Mas um erro cometido pela maldita ditadura, pelo qual todos nós ainda pagamos. Se existissem ainda hoje. com a tecnologia atual, os bondes seriam uma opção barata e ecológica para o transporte urbano, que hoje em dia é um caos nas grandes cidades.

  45. Meu nome `Ademir,nasci no Bairro Azenha em 1960 e tambem andei muito de bonde do centro até a Azenha e depis para os outros bairros eu na verdade não gostava muito de andar de bonde balançava demais e quando faltava energia elétrica parava tudo tinha que esperar uns 15 a 20 minutos.mas era legal o transporte coletivo é claro que eu tenho saudade fazia um barulho quando andava.valeu

  46. ademir,eu sei que não é sobre bonde,mas voçes que nasceram em 43 pra cá viram como foi montados os postes de concreto da joão pessoa até a Getulio Vargas com a Ipiranga? na verdade foi como modulo e encaixe do menor ao maior ok?

  47. Eu tenho 78 anos, sou italiano, morei 3 anos em São Paulo. Andei de bonde lá, iguais aos mostrados aí.
    Ao mudar pra Porto Alegre,
    Havia também o bonde gaiola
    nestes, os dois estribos iam ao longo das duas portas. As rodas ficavam mais próximas do centro do bonde. Os bancos ocupavam toda a largura do mesmo. Desta forma balançaram muito lateralmente. Descarilhavam frequentemente ao chegar na curva final da Osvaldo Aranha.
    O Guinter deve lembrar pois muitas vezes íamos juntos no Instituto de Eletrotécnica.
    Forte abraço.

  48. Preciso fazer duas correções neste texto. Primeira : o bonde Menino Deus , na direção do fim da linha do bairro, saía da Av Getúlio Vargas e entrava na José de Alencar. Uns 10 metros adiante, os pares de trilhos de ida e volta se transformavam em um único par. Ou seja, se um bonde chegasse neste ponto e um outro bonde estivesse na José de Alencar, ele tinha que esperar este último retornar para poder continuar a viagem. O fim da linha era na José de Alencar, na esquina da Av Praia de Belas, na beira do rio, perto dos salsos chorões. Os bondes da linha Menino Deus ou de qualquer outra linha nunca entraram na rua Silveiro. Segunda : no centro existiram dois fim da linha, o primeiro no abrigo dos bondes, entre a Casa Guaspari e a Praça 15 e o segundo na Rua Riachuelo, entre a Borges e a Marechal Floriano. Em nenhum deles o bonde tinha que inverter a alavanca e os bancos, pois ele , após os passageiros descerem e subirem, seguiam em frente. Quando o fim da linha passou a ser na Riachuelo, a linha Menino Deus transformou-se em duas. Uma ia para o centro pela João Alfredo, República, José do Patrocínio e Borges , retornando pela Riachuelo, João Pessoa e Venâncio Aires , até chegar na Getúlio Vargas. A outra fazia exatamente o caminho inverso. Além da linha Menino Deus, onde circulavam só os bondes grandes, existiam outras duas linhas, onde circulavam os bondes pequenos ( chamados de ” bondes gaiola ” ) : Menino Deus Exposição ( o fim da linha era bem na frente do portão principal da atual Secretaria da Agricultura e Pecuária ) e Menino Deus Igreja ( cujo fim da linha era na antiga e linda igrejinha do Menino Deus ). Vou parar, porque este assunto me fascina e não consigo interromper o que escrevo. Dá pra fazer um livro.

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